ETF brasileiro EWZ cai com efeito Petrobras; payroll e o que mais movimenta o mercado

Mercado global está ansioso pelo payroll para obter mais informações sobre a saúde do mercado de trabalho americano

Felipe Moreira

(Getty Images)

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O EWZ, iShares MSCI Brazil, ETF que representa os recibos de ADRs das ações de empresas listadas na bolsa de NY, opera com baixa nesta manhã de sexta-feira (8), com a decisão da Petrobras (PETR3;PETR4) de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas ofuscando os resultados do 4º trimeste . Às 6h56 (horário de Brasília), o ETF caía 1,81% na NYSE, a US$ 32,50. Os ADRs PBR (equivalentes aos PETR3) e PBR-A (equivalentes aos PETR4) da estatal caíam cerca de 10% no mesmo horário, no pré-market da Bolsa de Nova York.

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Já os índices futuros dos EUA operam sem direção definida, enquanto investidores divulgação do relatório de empregos de fevereiro, para obterem mais informações sobre a saúde do mercado de trabalho americano. Analistas consultados pela LSEG preveem um crescimento de 200 mil e uma taxa de desemprego de 3,7% – sinais de um mercado de trabalho em desaceleração, mas que ainda é relativamente forte.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

O S&P 500 regista um ganho de 0,4% até quinta-feira, enquanto o Dow Jones cai quase 0,8%. Já o Nasdaq apresentou ligeira queda na semana até o momento, com baixa de 0,01%.

Na véspera, o S&P 500 renovou máximas de fechamento diante impulso das techs, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ter fornecido mais pistas de que a queda nos juros acontecerá neste ano. Em fala à Comissão de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos no Senado americano, Jerome Powell voltou a destacar seu tom recente de sinalizar que os cortes de juros estão próximos de acontecer nos EUA, mas que ainda é preciso um pouco mais de evidências de queda consolidada da inflação. Caso a economia evolua conforme esperado, o relaxamento pode começar em 2024, reafirmou.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Dow Jones Futuro: -0,12%

S&P 500 Futuro: +0,15%

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Nasdaq Futuro: +0,10%

Ásia

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em alta generalizada, após Wall Street reagir com ganhos ontem a novas indicações de que os EUA estão mais próximos de cortar seus juros básicos. Na China, ações de tecnologia e telecomunicações tiveram forte desempenho após o ministro chinês do setor prometer consolidar e aperfeiçoar as vantagens competitivas do país na área, durante a reunião anual do Congresso Nacional do Povo, segundo a mídia estatal.

Shanghai SE (China), +0,61%

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Nikkei (Japão): +0,23%

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,76%

Kospi (Coreia do Sul): +1,24%

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ASX 200 (Austrália): +1,07%

Europa

Os mercados europeus operam sem direção única, com investidores digerindo a previsão de inflação atualizada do Banco Central Europeu (BCE) e aguardando novos dados de emprego nos EUA. Os investidores ficaram animados na véspera depois do BCE ter revisto a sua previsão para a inflação em 2024 de 2,7% para 2,3%, mesmo mantendo as taxas de juro estáveis. Os mercados já precificaram cortes nas taxas a partir de junho e consideraram as previsões macroeconômicas atualizadas como mais um apoio para esse cronograma.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,12%

DAX (Alemanha): -0,12%

CAC 40 (França): +0,13%

FTSE MIB (Itália): +0,07%

STOXX 600: +0,21%

Commodities 

Os preços do petróleo sobem impulsionados pela crescente procura nos Estados Unidos e na China, os maiores consumidores de petróleo do mundo, e enquanto o Banco Central dos EUA dá sinais sobre a possibilidade de cortes nos juros neste ano.

As cotações do minério de ferro na China fecharam em baixa, uma vez que a produção de metal veio abaixo do esperado e um aumento persistente nos estoques portuários no principal consumidor da China pesaram sobre o sentimento do mercado. O minério de ferro de referência de abril na Bolsa de Cingapura caiu 1,56%, a US$ 114,9 a tonelada.

Petróleo WTI, +1,22%, a US$ 79,89 o barril

Petróleo Brent, +0,94%, a US$ 83,74 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 1,13%, a 877 iuanes, o equivalente a US$ 121,99

Bitcoin

2. Agenda

A semana termina com a divulgação do payroll (relatório de emprego e de folha de pagamento) e, junto com ele, a taxa de desemprego, estimada em 3,7% pelo consenso LSEG. Para criação de vagas, a expectativa é de 200 mil.

Brasil

15h: Haddad tem reunião com Josué Christiano Gomes da Silva, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP

EUA

10h30: Relatório de emprego payroll; consenso LSEG prevê criação de 200 mil vagas de emprego

10h30: Taxa de desemprego de fevereiro; consenso LSEG projeta a taxa em 3,7%

3. Noticiário econômico

Governo estuda usar fundo garantidor do Desenrola para socorrer aéreas, diz ministro

O governo estuda usar o fundo garantidor que abastece programas como o Desenrola, de renegociação de dívidas, e o Pronampe, de apoio a micro e pequenas empresas, para socorrer as companhias aéreas, afirmou ao Estadão/Broadcast o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Por já ter recursos em caixa, o uso do Fundo Garantidor de Operações (FGO), a princípio, não teria impacto fiscal sobre as contas públicas – uma exigência da Fazenda.

4. Noticiário político

Lula pretende discutir com Congresso limite de gastos no Orçamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na última quinta-feira (7), que, com o cenário recente de crescimento econômico e das receitas no país, pretende rediscutir o limite do teto de gastos com o Congresso.

5. Radar Corporativo

Petrobras (PETR4)

A Petrobras (PETR4) lucrou R$ 31,043 bilhões de forma líquida no quarto trimestre de 2024, baixa de 28,4% no ano. Além disso, o número, divulgado na noite desta quinta-feira (7), ficou aquém do consenso LSEG, que era de R$ 35 bilhões.

Além disso, conselho de administração autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024, da proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões, segundo fato relevante, sendo o valor estabelecido pela política de remuneração e sem pagamentos extraordinários.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)