Powell admite risco de juro alto para economia, mas diz que cortes dependem da inflação

Presidente do Fed disse no Senado que, se a economia evoluir no caminho atualmente observado, o processo de "remoção cuidadosa da política restritiva" pode e vai começar ao longo deste ano

Reuters

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (Reuters/Evelyn Hockstein)

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Washington (Reuters) – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse a parlamentares norte-americanos nesta quinta-feira (7) que o banco central está “bem ciente” dos riscos que sua política monetária rígida representa para os trabalhadores, mas afirmou que cortes na taxa de juros dependerão da evolução da economia, como o Fed espera, com a continuidade da inflação mais baixa.

Powell, que compareceu ao Comitê Bancário do Senado, foi pressionado pelo presidente do painel, Sherrod Brown, democrata de Ohio, sobre o motivo pelo qual o Fed não é mais rápido em cortar os juros “para evitar que os trabalhadores percam seus empregos”.

“Estamos bem cientes desse risco, é claro, e bastante conscientes de que devemos evitá-lo”, disse Powell. “Se o que esperamos e o que estamos vendo – crescimento forte e contínuo, mercado de trabalho forte… progresso na redução da inflação – se a economia evoluir nesse caminho, então acreditamos que o processo de remoção cuidadosa da política restritiva… pode e vai começar ao longo deste ano”.

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A presença de Powell no Senado ocorre após uma audiência perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quarta-feira, na qual ele repetiu que o progresso contínuo na redução da inflação “não está garantido”.

No entanto, ele afirmou que o banco central dos Estados Unidos “não está longe” de ter confiança suficiente de que a inflação está se aproximando da meta de 2% do Fed para poder iniciar cortes na taxa de juros.

“Acho que estamos no ponto certo, ou seja, estamos esperando para nos tornarmos mais confiantes de que a inflação está se movendo de forma sustentável a 2%”, disse Powell aos senadores.

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“Quando tivermos essa confiança — e não estamos longe disso — será apropriado começar a reduzir o nível de restrição para que não levemos a economia à recessão.”