Dos gráficos aos fundamentos: as 5 recomendações que puxaram altas de 4% a 52% na bolsa hoje

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta segunda-feira

Paula Barra

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sua primeira queda em seis sessões, com a queda dos bancos e Petrobras ofuscando a alta das ações da Vale. O índice encerrou o pregão desta segunda-feira (17) em baixa de 0,40%, a 65.174 pontos, enquanto o dólar comercial fechou praticamente estável (-0,08%), a R$ 3,1822 na venda. 

O grande destaque do pregão, contudo, ficou com uma série de recomendações – fundamentalistas e gráficas – que puxaram altas de 4% até 52% em 5 ações nesta sessão.

Das recomendações fundamentalistas, destaque para duas ações: a Braskem, que fechou como a maior alta do Ibovespa após ser elevada para “overweight” pelo Morgan Stanley; e a Magazine Luiza, que subiu 4,4% após o Bradesco BBI elevar o preço-alvo dos papéis de R$ 290,00 para R$ 395,00, com recomendação outperform (leia mais). 

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Do lado dos gráficos, três papéis chamaram atenção, a começar pela “nova” unit do BTG Pactual – a BBTG12 -, que disparou até 52% após o analista técnico da XP Investimentos recomendar compra em meio à distorção gerada pelo processo de reestruturação da negociação das units (veja aqui). Além dela, mais duas recomendações do último “Visão Técnica”, as ações da Mills e Triunfo, que saltaram entre 4% e 5% hoje.  

Confira abaixo os principais destaques da bolsa desta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,45, -1,25%;PETR4, R$ 12,89, -1,23%)
As ações fecharam em queda, acompanhando o desempenho dos preços do petróleo. Lá fora, os contratos do petróleo WTI fecharam em baixa de 1,2%, a US$ 46,02. Os contratos futuros do Brent registravam queda de 1,08%, a US$ 48,38 o barril.  

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No radar, segundo a Folha de S. Paulo, a Petrobras deve acelerar seu processo de parcerias e desinvestimentos e comunicar a venda de outros ativos nos próximos meses, principalmente a partir de setembro, após as férias no hemisfério norte. 

A companhia ainda anunciou um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feito um aumento do preço médio nas refinarias em 0,7% para a gasolina e em 0,8% para o diesel. Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite desta terça-feira (17). A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores.

A companhia divulgou ainda uma produção média de petróleo no Brasil em junho de 2,2 milhões de bopd (barris por dia), 0,6% superior na comparação com maio.  A produção total de petróleo e gás natural da companhia em junho somou 2,81 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), dos quais 2,7 milhões boed produzidos no Brasil. A produção de gás natural no Brasil, excluído volume liquefeito, somou 80,3 milhões de metros cúbicos/dia, alta de 1,8% frente a maio.

Já na sexta-feira, a  estatal informou que não há decisão sobre extensão da oferta da BR Distribuidora. Foram debatidos diversos cenários, mas não houve deliberação específica acerca da extensão da oferta, que dependerá de condições estratégicas e de mercado, diz a Petrobras, em comunicado de esclarecimento ao mercado. O regulamento de listagem do novo mercado, ao qual a BR pretende aderir, exige que o mínimo de ações em circulação seja de 25%. 

Vale (VALE3, R$ 29,72, +0,68%; VALE5, R$ 27,92, +0,43%) e siderúrgicas 
As ações da Vale subiram na esteira dos preços do minério de ferro. Hoje, a commodity spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, subiu 1,63%, a US$ 66,81 por tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian avançaram 3,13%, a 495 iuanes. 

Seguiram o movimento positivo as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,50, +0,43%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 11,02, +0,73%) e CSN (CSNA3, R$ 7,80, +0,39%). Já Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,44, 0,0%) e Usiminas (USIM5, R$ 5,00, 0,0%) fecharam estáveis. 

JBS (JBSS3, R$ 7,21, +0,84%)
A JBS informou que sua subsidiária indireta, a JBS Canadá, fechou um acordo para a venda de sua operação de confinamento e de uma fazenda adjacente, localizados em Brooks, no estado de Alberta, no Canadá, à MCF Holdings. O valor da transação foi de 50 milhões de dólares canadenses, cerca de US$ 40 milhões. O acordo prevê que a MCF continuará fornecendo gado para a unidade de produção de carne bovina da JBS Canadá, em Brooks. A conclusão da transação está condicionada à aprovação pelas autoridades competentes.

Segundo o BTG Pactual, apesar de pequena se comparada com a necessidade de capital/liquidez da companhia, essa transação ao menos mostra agilidade e o comprometimento em reduzir alavancagem e melhorar a liquidez. Vale lembrar que a empresa tem um plano de desinvestimento de R$ 6 bilhões.

Além disso, aparece no radar da empresa a notícia de que o conselho de administração da companhia autorizou acordo para estabilização e renegociação de dívidas do grupo de alimentos e proteína animal com bancos credores.

“Consideramos esse um passo bem importante para estabilizar o equity value (valor real do negócio) do case, dado que acreditamos que os resultados operacionais estão positivos, restando portanto apenas estabilizar a liquidez e alavancagem de balanço”, comentaram os analistas do BTG. Eles citam ainda que o mercado deve receber bem essas notícias, mas preferem continuar fora do papel, esperando evolução no lado da governança e alguma visibilidade em outros processos em que a companhia é alvo.

Calls do “Visão Técnica”

Duas ações recomendadas pelo analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, no Visão Técnica da última sexta-feira (veja aqui) subiram 4% nesta sessão. São elas: Triunfo (TPIS3, R$ 3,81, +5,25%) e Mills (MILS3, R$ 3,95, +4,22%).

No caso de TPIS, o analista recomendou a compra imediata do papel, com alvo em R$ 4,86, o que representa um potencial de valorização de 32% frente ao preço de abertura desta sessão. Já sobre MILS, ele indicou a compra na ultrapassagem dos R$ 3,89, com alvo inicial em R$ 4,82 e final em R$ 6,30, o que daria um potencial de ganhos de até 62%.

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Recomendações

Outras quatro recomendações fundamentalistas também apareceram no radar dos investidores. São elas: 

Sabesp (SBSP3, R$ 34,50, +2,10%)
O Credit Suisse elevou o preço-alvo das ações da Sabesp de R$ 24,00 para R$ 42,00 e reforçou a recomendação “outperform” (desempenho acima da média). Os analistas destacam que, apesar da racionalidade da revisão tarifária ser fundamental para o valuation da companhia, o nível de preço atual da ação permite um potencial de valorização suficiente mesmo em um cenário desfavorável. A revisão tarifária da empresa está prevista para sair dia 28 de julho (uma quinta-feira). 

No cenário base, os analistas assumem um aumento de 10% na tarifa ao considerar RAB de R$40 bilhões e 8% de WACC. Apesar dos desapontamentos com as revisões da Copasa e Sanepar, eles acreditam que o “downside risk” para a Sabesp é menor, uma vez que a companhia está em seu 2º ciclo, enquanto as outras empresas tiveram seu primeiro reajuste. “Isso deve ser verdade principalmente em relação a base de ativo regulatória, já que a o calculo da RAB da Sabesp já tem um começo mais favorável”, comentam. Eles apontam ainda que alguns pontos podem trazer um potencial de valorização adicional e que não consideram em seus números, como: 1) a implementação de uma nova estrutura de rejauste tarifário; e 2) a recuperação (pelo menos parcial) dos R$6 bilhões de ativos (ou R$ 8 bilhões no valor presente), que não foram incluídos na RAB no primeiro ciclo. O processo da revisão deve ser feito em duas etapas, sendo que esse ano vai ser só a primeira e a maioria dos itens deve ser discutido apenas no 1º semestre de 2018.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 68,18, -0,18%)
A empresa teve recomendação reduzida de compra para neutra pelo Bradesco BBI, com o preço-alvo caindo de R$ 89,00 para R$ 82,00.

Braskem (BRKM5, R$ 38,00, +5,20%)
A petroquímica foi elevada de “equalweight” (exposição em linha com a média) para “overweight” (exposição acima da média) pelo Morgan Stanley, com preço-alvo indo de R$ 40,00 para R$ 46,00.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 330,04, +4,44%)
O Bradesco BBI elevou o preço-alvo das ações da Magazine Luiza de R$ 290 para R$ 395,00, com recomendação “outperform” (desempenho acima da média).  

Em relatório, os analistas comentam que, apesar da alta acumulada no ano de 184% (contra 16% do Ibovespa), ainda há mais espaço para valorização do ativo. Segundo eles, o resultado do 2° trimestre deve dar mais evidências que as ações serão sustentadas por um forte “momentum” operacionacional e de execução. 

Marcopolo (POMO4, R$ 2,96, -0,34%)
Por fim, a Marcopolo foi elevada de “underperform” (desempenho abaixo da média) para neutra pelo Safra, com preço-alvo de R$ 3,10.  

Oi (OIBR4, R$ 3,43, -0,87%)

Segundo o jornal Valor Econômico, na contagem regressiva para a sua assembleia de credores, prevista para setembro ou outubro, a Oi enfrenta reveses nas suas duas mais importantes mediações instauradas dentro do processo de recuperação judicial. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – maior credor individual da operadora – quer pôr fim ao processo de mediação com a operadora estabelecido pela Justiça, conforme indica uma petição datada de 29 de junho. O reescalonamento da dívida de R$ 11 bilhões com a agência reguladora é considerado essencial para a sobrevivência da Oi. Outra frente de mediação – com credores que teriam até R$ 50 mil a receber – está paralisada.

Comgas (CGAS5, R$ 47,21, +0,17%)

A Shell e Cosan (CSAN3, R$ 35,45, -0,14%) negociam permuta de ações da Comgas, segundo o Valor Econômico. O valor da transação deve ficar abaixo do valor de mercado estimado em R$ 1 bilhão, segundo a reportagem, que cita pessoas não identificadas familiarizadas com as negociações. A Cosan pode receber mais de R$ 200 milhões da Shell e o acordo deve ser fechado em breve. A  Cosan disse ao Valor que não vai se manifestar sobre a negociação em curso com a Shell. 

BTG Pactual (BBTG11, R$ 16,49, +2,11%; BBTG12, R$ 0,76, +46,15%; BPAC11, R$ 15,30, +0,13%)
Um processo de reestruturação de units de um banco pode ter aberto uma oportunidade de ganhos de até 180% na bolsa, alerta o analista técnico Danilo Zanini, da XP Investimentos, que recomendou nesta segunda-feira a compra das “novas” units do BTG Pactual – a BBTG12. A oportunidade foi aberta, explica, em meio ao processo de reestruturação de negociações das units do BTG Pactual, que visa separar as ações do banco e as do BTG Pactual Participations, ainda negociadas em conjunto na forma de units BBTG11.

Segundo ele, dois fatores estão por trás dessa recomendação: 1) uma possível migração dos acionistas que estão em BBTG11 para BBTG12 (que representa o BTG Pactual Participations) ou BPAC11 (referente ao banco); e 2) o fato de que o papel é negociado com um grande desconto em bolsa.

A recomendação do analista sugere uma entrada em R$ 0,53, podendo ser feita até os R$ 0,60 (vale menção que o ativo neste momento trabalha um pouco acima desse patamar), com redução parcial em R$ 0,85 (alta de 60% frente ao preço de entrada) e alvo final em R$ 1,47 (o que representaria um potencial de valorização de até 177%). Veja aqui a explicação completa da recomendação.

Cemig (CMIG4, R$ 9,07, +0,78%)
A Cemig informou que assembleias de acionistas da Rio Minas Energia (RME) e da Luce Empreendimentos (Lepsa) decidiram pelo início de um processo de venda do bloco de controle da Light. As duas empresas são veículos financeiros por meio dos quais a Cemig detém participação indireta na Light. Além da Cemig, são sócios da RME e da Lepsa o Banco do Brasil, o Santander e a BV Financeira, segundo informações do site da Light.

A Cemig anunciou no final de junho que seu Conselho de Administração aprovou o início de processo para a venda da totalidade da fatia da empresa na Light, como medida de um amplo programa de desinvestimentos da elétrica mineira que visa reduzir dívidas.

BR Properties (BRPR3, R$ 9,35, +1,08%)
A BR Properties concluiu a compra de dois edifícios que compõem o Condomínio Centenário Plaza, na cidade de São Paulo, por R$ 439,6 milhões. O empreendimento, conhecido como “Robocop”, era detido pelo fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ. A operação havia sido anunciada no final de maio deste ano, quando o preço anunciado foi de R$ 433,4 milhões.

OdontoPrev (ODPV3, R$ 12,44, +4,71%)

A Odontoprev comunicou ao mercado que a disputa que vinha travando desde 2010 pelo não recolhimento da contribuição previdenciária sobre as remunerações pagas aos dentistas individuais credenciados teve desfecho favorável. A empresa vinha contabilizando em sua linha de encargos, a alíquota de 20% sobre as remunerações pagas, agora não precisará mais fazê-lo, o valor que estava provisionado era de R$ 303 milhões. Dessa forma, este montante além de não precisar mais ser contabilizado em seu balanço.

Segundo o BTG Pactual, a notícia é positiva já que parte do mercado não precificava essa decisão. Tudo indica que eles pagarão um dividendo extraordinário (cerca de 5% de yield extraordinário), além de aumentar a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) em cerca de 3 pontos percentuais, comentam os analistas. Ainda assim, eles mantém visão mais cautelosa para a ação, citando que a companhia segue perdendo participação de mercado (principalmente no corporativo) e o valuation do papel, que ainda parece bem esticado. 

Embora a notícia seja positiva, o Credit Suisse também não alterou suas projeções para a empresa. “Não há mudancas ao P/L (Preço sobre o Lucro) ajustado e um multiplo estável sugere que não haverá variação no preço da ação. Entretanto, o mercado pode reagir de forma diferente considerando o efeito de timing positivo”, comentaram os analistas. Eles mantiveram recomendação neutra para a ação, com preço alvo em R$12,00.

Aéreas

Segundo o Valor, governo deve retomar agenda de medidas para setor aéreo, com pelo menos cinco iniciativas: teto para ICMS sobre querosene, fim do limite ao capital estrangeiro, acordo céus abertos com EUA, novas concessões de aeroportos e início de atividades da Asas, parceria da Infraero e Fraport.

Na bolsa, as ações do setor – Gol (GOLL4, R$ 9,66, +4,66%) e Azul (AZUL4, R$ 25,87, +2,62%) – fecharam em alta nesta segunda-feira.