Após a segunda noite seguida de tentativa de recuperação para além dos US$ 20 mil, o Bitcoin (BTC) volta a rondar a marca na manhã desta quarta-feira (6) e sustenta o patamar que é visto por investidores como essencial para manter esperanças de que o fundo de mercado já tenha sido atingido. Às 7h, a criptomoeda é negociada a US$ 20.190, em alta de 2,4% nas últimas 24 horas.
Apesar do leve recuo em relação à noite de ontem, quando o BTC chegou a flertar com os US$ 20.500, agentes de mercado veem com bons olhos a sustentação do preço acima dos US$ 20 mil. Por ora, está preservado o suporte (preço com alta demanda de compra) na região dos US$ 18 mil, o suficiente para manter ganhos em altcoins – hoje, Curve DAO (CRV), Evmos (EVMOS) e eCash (XEC) sobem mais de 15%, e apenas a Chain (XCN) apresenta perdas entre as 100 principais.
A projeção para o mês de julho, no entanto, segue pessimista entre analistas. Para Alex Kuptsikevich, da FxPro, ainda é muito cedo para esperar uma recuperação. “Nesta fase, quando vemos apenas tentativas tímidas de subida [do Bitcoin], é muito cedo para falar sobre a confirmação de que uma tendência de baixa foi rompida”, disse Kuptsikevich.
O dia é de sentimento misto entre investidores. Do lado negativo, temores de falência generalizada de empresas do setor foram renovados na noite de ontem quando a exchange e plataforma de empréstimos cripto Voyager deu entrada com um pedido de falência no Distrito Sul de Nova York.
No documento enviado às autoridades americanas, a empresa diz que estima ter mais de 100 mil credores e até US$ 10 bilhões em passivos. A Voyager, no entanto, acredita que “os valores estarão disponíveis para distribuição a credores não segurados”.
A falência da Voyager está ligada à crise instalada pelo hedge fund Three Arrows Capital (3AC), que também deu entrada no pedido de falência de sua filial nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo estimativas, 60% dos ativos da Voyager estariam nas mãos do Three Arrows.
Em comunicado, o CEO da Voyager, Steven Ehrlich, disse que reorganizar a empresa “é a melhor maneira de proteger” os ativos. Via Twitter, Ehrlich afirmou clientes que têm criptos presas na plataforma serão compensados com uma combinação entre suas criptos, ações e tokens da empresa, além de ativos provenientes da recuperação do 3AC.
Por outro lado, investidores tiveram alívio ontem ao vir à tona que a plataforma de empréstimos cripto Nexo assinou acordo para adquirir até 100% da Vauld, uma exchange que havia suspendido saques por problemas de liquidez.
Além disso, a plataforma Celsius, que bloqueou retiradas de clientes há três semanas, vem pagando dívidas contraídas junto ao protocolo DeFi Maker (MKR), segundo mostram dados públicos consultados em blockchain. Desde 1º de julho, a empresa transferiu US$ 183 milhões para o protocolo e, com isso, pôde recuperar Bitcoin que havia sido bloqueado como garantia.
“Ao pagar a dívida, a Celsius possivelmente está liberando garantias (em BTC) que podem ser vendidas em exchanges centralizadas ou via mercado de balcão para atender às demandas dos credores e saques dos clientes”, comenta o analista da Fundstrat, Walter Teng.
“Dado que os empréstimos DeFi tem excesso de garantias, faz sentido que eles façam isso, pois o valor desbloqueado após o pagamento do empréstimo é maior do que o valor do empréstimo em si”.
Assista: Como funcionam e por que os brasileiros ainda caem em golpes de criptomoedas
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Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:
Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (6):
Meta reafirma plano de lançar NTFs
A Meta, empresa controladora do Facebook, deve prosseguir com seus planos de lançar colecionáveis digitais em formato NFT, mesmo com a recente queda no mercado de criptomoedas.
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O novo chefe de fintech da Meta, Stephane Kasriel, disse em entrevista ao Financial Times que os planos da empresa em torno de tokens não-fungíveis não mudaram “de forma alguma”.
“A oportunidade que [a Meta] vê é que as centenas de milhões ou bilhões de pessoas que estão usando nossos aplicativos hoje possam possuir colecionáveis digitais, e para os milhões de criadores por aí que poderiam criar bens virtuais e digitais para vendê-los por meio de nossas plataformas”, disse Kasriel.
Plataforma de empréstimo cripto encerra atividades
A plataforma de crédito cripto Porter Finance fechou as portas citando a falta de demanda de empréstimos no ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi), disseram desenvolvedores na quarta-feira.
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O serviço permite que organizações autônomas descentralizadas (DAOs) emitam títulos como forma de levantar investimentos em troca do pagamento de rendimentos aos usuários. Esses títulos ofereciam uma opção de crédito flexível e de longo prazo que oferecia vantagens sobre os empréstimos para os protocolos.
Em nota divulgada ontem, a Porter disse que “não estava confiante” de que haveria grandes demandas por empréstimos para produtos DeFi de renda fixa, como os oferecidos em sua plataforma.