Bitcoin recua para US$ 22 mil refletindo discurso de Powell e analistas temem que cenário se agrave

Apesar de serem mais voláteis, ativos digitais contêm perdas no mesmo nível das bolsas de Nova York, mas analistas apontam que situação pode piorar

Paulo Barros

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Após resistir em boa parte do dia ontem, o Bitcoin (BTC) cede na manhã desta quarta-feira (8) e volta a recuar, refletindo declarações mais duras do presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, sobre a necessidade de manter os juros altos para combater a inflação.

Acompanhando os principais índices de ações dos EUA, com Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuando 1,72%, 1,53% e 1,25% ontem, respectivamente, o Bitcoin chegou a bater a mínima de três semanas durante a madrugada, a US$ 21.870, mas logo se recuperou levemente e opera, às 7h05, a US$ 22.024. Em 24 horas, as perdas são de 1,6%.

A maioria das outras criptomoedas toma o mesmo sentido, com o token OKB devolvendo parte dos ganhos do mês passado e cedendo 12% desde ontem, alcançado queda de 20% em uma semana. Já o Stacks (STX), que também vinha em alta, cai 11% hoje e atinge desvalorização de 25% nos últimos sete dias.

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Entre as criptos mais valiosas, os destaques positivos são a BNB, que fica no zero a zero, e a XRP, que sobe 3,5%, na contramão de boa parte do mercado. Segunda maior cripto do mundo, o Ethereum (ETH) também perde força, mas contém as perdas em menos de 1%, a US$ 1.556.

Apesar de operarem em terreno negativo, analistas seguem apontando que as criptomoedas seguem mostrando mais resiliência que as bolsas quando levada em consideração a conhecida maior volatilidade da classe de ativos – o mercado como um todo caiu 1,8% nas últimas 24 horas, em patamar similar às bolsas de Nova York ontem.

“Todas as principais classes de ativos de risco estavam sob pressão após discurso do presidente do Fed, Powell. O Bitcoin caiu, mas conseguiu manter os limites inferiores de sua faixa de negociação principal”, ressaltou analista da formadora de mercado de câmbio Oanda, Edward Moya.

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Por outro lado, destacou o analista, o cenário pode mudar se o cenário macro continuar a se deteriorar.

“O apetite ao risco está muito vulnerável neste momento. Se essa onda de aversão ao risco não passar, as criptos podem ter dificuldade e atingir novas mínimas em 2023”, disse.

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A QCP Capital, especializada em trading de criptomoedas, tem visão parecida. “Se as ações continuarem caindo e o DXY e os rendimentos [dos títulos públicos dos EUA] continuarem subindo, os preços das criptomoedas podem ter dificuldade para sustentar esses níveis”, afirmou a empresa em nota.

DXY é o índice de força relativa do dólar na comparação com uma cesta de divisas globais.

Ainda assim, que acompanha o mercado cripto segue convicto de que, mesmo que uma nova queda venha pela frente, dificilmente as mínimas registradas em novembro do ano passado, na casa dos US$ 15 mil, serão revisitadas.

Segundo o trader e investidor anjo de projetos cripto Vinícius Terranova, um recuo mais acentuado seria justificado apenas por mais um evento “cisne negro” provocado pela falência de uma grande empresa do setor, algo visto como improvável neste momento.

“Essa queda foi ocasionada pela FTX, e está fora do jogo. Quem falta agora? Tem o Silvergate, mas não sei se [a falência do banco cripto] seria tão terrível assim”, comentou.

Já o analista Fernando Pereira, da corretora Bitget, aponta que dados consultados na rede do Bitcoin apontam para a maior quantidade já vista de BTC que não foi movido por mais de um ano. Historicamente, relembra, esse indicador costuma aparecer meses após o preço alcançar a mínima do ciclo de mercado.

“Tanto em 2015 quanto em 2018, o fundo do mercado foi demarcado por alguns meses de antecedência a esse acontecimento. Como já comentei no passado, acredito que a região de US$ 15 mil é (foi) fundo do BTC”.

No curto prazo, porém, prevê mais queda. “Se tivesse que apostar eu falaria em Bitcoin de volta a US$ 21.500 até o final desta semana”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h05:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 22.024 -1,60%
Ethereum (ETH) US$ 1.556 -0,70%
BNB Chain (BNB) US$ 287 +0,30%
XRP (XRP) US$ 0,382924 +3,50%
Cardano (ADA) US$ 0,324839 -1,60%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Conflux (CFX) US$ 0,208623 +5,00%
XRP (XRP) US$ 0,382924 +3,50%
ImmutableX (IMX) US$ 1,10 +2,50%
Uniswap (UNI) US$ 6,41 +1,00%
BitDAO (BIT) US$ 0,520256 +0,70%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Access Protocol (ACS) US$ 0,515564 -14,10%
OKB (OKB) US$ 3,00 -12,20%
Stacks (STX) US$ 895,45 -11,20%
SingularityNET (AGIX) US$ 0,717247 -9,80%
Optimism (OP) US$ 2,28 -8,60%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 20,13 -0,59%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 27,01 -1,78%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 23,48 -1,34%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 22,00 -0,22%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 15,00 +1,21%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 38,56 0,00%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 7,05 -0,28%
QR Ether (QETH11) R$ 5,68 +1,42%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,70 +2,20%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 5,68 -0,17%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 19,74 -3,70%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 89,51 -5,73%

Paulo Barros

Editor de Investimentos