Bitcoin perde os US$ 36 mil e ameaça fechar sexta semana seguida de perdas, pior sequência desde 2014; altcoins desabam

Se semana fechar no vermelho, será a pior sequência do BTC desde quando chegou a valer apenas US$ 200

Paulo Barros CoinDesk

(Getty Images)

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O Bitcoin (BTC) despencou cerca de 10% ontem, para cerca de US$ 35.500, e mantém boa parte das perdas nesta manhã, negociado a US$ 35.804 às 8h51. Em 24 horas, a criptomoeda cede mais de 9%. O movimento ocorre em meio a uma nova corrida de investidores para reduzir exposição a ativos considerados arriscados, e acompanha o comportamento das bolsas nos Estados Unidos.

A criptomoeda chegou a cair cerca de 11,5% no que caminha para ser a sexta semana de baixa seguida. Se isso se confirmar até o domingo (8), será a pior sequência de quedas do BTC desde 2014. Em fevereiro daquele ano, a moeda digital começou um descenso que durou oito semanas seguidas, e chegou a atingir o preço de apenas US$ 200.

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Os motivos da queda seguem ligados ao receio de que a política de aperto monetário dos EUA e outros bancos centrais no mundo afetem o desempenho de ativos mais arriscados. Se de um lado o aumentos dos juros torna os treasuries americanos mais atrativos, também reduz o crescimento econômico e afeta a bolsa, que já tende a sofrer com a menor disponibilidade de liquidez injetada pelo Fed para enfrentar a crise da Covid.

No entanto, o recuo que começou ontem parece ter sido motivado por uma fala específica de Jerome Powell na quarta-feira (4). Em encontro com jornalistas para comentar a decisão do Federal Open Market Committee (Fomc) de aumentar em 0,5% a taxa de juros dos EUA, ele mencionou que existe disposição do Federal Reserve de tolerar uma recessão para reduzir a inflação. “Não hesitaremos em fazê-lo”, afirmou.

“Houve uma completa perda de confiança em Wall Street”, disse o analista de mercado sênior da Oanda Americas, Edward Moya, ao CoinDesk. “O rali de ontem que elevou ações, criptos e todos os ativos de risco foi interrompido com investidores começando a ter dúvidas sobre a recuperação econômica global”.

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Segundo Moya, Powell pode ter exagerado ao telegrafar a relutância do Fed em aumentar os juros em maior ritmo. “Ele mostrou aos mercados que pode não estar pronto para combater totalmente a inflação”, disse ele, acrescentando que o suporte de US$ 33 mil será fundamental para o Bitcoin e que a volatilidade semelhante aos últimos dois dias provavelmente se repetirá. “Não devemos nos surpreender se continuarmos a ver esses tipos de oscilações nos próximos dias”.

Como é comum em momentos de aversão ao risco, as altcoins têm desempenho bem pior do que o Bitcoin e registram queda generalizada nesta sexta-feira – várias de dois dígitos. O pior resultado é o da Stepn (GMT), que despenca quase 26% e chega a perdas semanais de 36%. Além disso, Ziliqa (ZIL), Waves (WAVES), que vinham de alta na quinta,  além do Axie Infinity (AXS), recuam na ordem perto de 18%.

No mercado de futuros perpétuos (que não têm data de validade), a queda dos mercados representou prejuízo ainda maior para traders operando com alavancagem. As liquidações ultrapassaram US$ 400 milhões nas últimas 24 horas, quando o bitcoin (BTC) caiu para US$ 35.700.

Os futuros de Bitcoin acumularam US$ 191 milhões apenas em perdas, mostram dados da Coinglass, sugerindo que a maior parte das atividades de negociação e contratos em aberto estavam limitados ao BTC. Os futuros de Ethereum (ETH) seguiram com perdas de US$ 64 milhões em meio a uma queda menos aguda do criptoativo nas últimas 24 horas – menos de 7%.

As liquidações ocorrem quando uma bolsa fecha uma posição alavancada como mecanismo de segurança devido a uma perda parcial ou total da margem inicial do trader. Isso acontece principalmente na negociação de futuros, que rastreia apenas os preços dos ativos, ao contrário da negociação à vista, onde os negociantes possuem os ativos reais.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 8h51:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 35.809,08 -9,2%
Ethereum (ETH) US$ 2.671,96 -8,7%
Binance Coin (BNB) US$ 374,83 -7,6%
XRP (XRP) US$ 0,598417 -6%
Terra (LUNA) US$ 79,77 -6,8%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Stepn (GMT) US$ 2,41 -25,9%
Ziliqa (ZIL) US$ 0,073241 -18,6%
Waves (WAVES) US$ 13,16 -17,7%
Axie Infinity (AXS) US$ 28,00 -17,3%
Fantom (FTM) US$ 0,709637 -16,17%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 33,30 -6,43%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 43,30 -6,7%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 40,45 -2,78%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 35,81 -6,4%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 33,73 -13,29%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 11,60 -5,07%
QR Ether (QETH11) R$ 9,99 -3,75%
QR DeFi (QDFI11) R$ 5,95 -8,46%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta sexta-feira (6):

Tokens DeFi tiveram o pior resultado de abril, revela pesquisa

Abril foi um mês relativamente bom para memecoins como Dogecoin (DOGE) e Shiba Inu (SHIB), mas péssimo para tokens de finanças descentralizadas (DeFi) como Aave (AAVE) e THORChain (RUNE), revelou uma pesquisa realizada pela exchange de criptomoedas Kraken esta semana.

Considerando a perda de 17% do Bitcoin (BTC) como referência, o setor DeFi perdeu 34% em média, seguido de perto pelos tokens de blockchains de primeira camada, que recuaram 33%.

DeFi se refere à categoria de serviços financeiros como negociação e empréstimos e empréstimos aos usuários que rodam em contratos inteligentes em blockchain.

Os tokens DeFi têm sido os maiores perdedores anualmente, com mais de 71% em prejuízo médio para os investidores. O Ethereum (ETH), o token nativo da rede na qual a maioria dos protocolos DeFi é construída, subiu 3% em comparação.

Erro de digitação faz sumir US$ 36 milhões em criptomoedas

Uma falha inusitada foi responsável por fazer sumir US$ 36 milhões em tokens JUNO nesta semana.

O episódio ocorreu durante uma votação da comunidade do projeto Juno com o objetivo de obter milhões de dólares em tokens da carteira de uma baleia (grande investidor) acusada de fraudar um airdrop (distribuição de criptos de graça).

Em vez de enviar as criptos para um endereço controlado pela comunidade Juno, como planejado originalmente, uma confusão de programação enviou os valores para o endereço errado.

Segundo Andrea Di Michele, membro da equipe de desenvolvedores fundadores, o erro se deu por um erro de copiar e colar da equipe – os desenvolvedores acidentalmente copiaram o hash da transação, em vez do endereço da carteira de destino, levando os tokens para um local na blockchain onde ninguém tem acesso.

Banco central argentino proíbe bancos de oferecer criptos

O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou na tarde de quinta-feira (5) que proibiu os bancos do país de facilitar aos clientes o uso de criptoativos.

Em comunicado, o BCRA diz que os bancos estão proibidos de oferecer serviços para quaisquer ativos digitais não regulamentados pelo banco central. Como atualmente não existem ativos digitais regulamentados, a medida equivale a uma proibição.

“A medida ordenada pelo conselho de administração do BCRA visa mitigar os riscos associados às transações com esses ativos que possam ser gerados para os usuários de serviços financeiros e para o sistema financeiro como um todo”, afirmou o comunicado.

BitPreço lança plataforma gratuita de cripto para empresas

O marketplace de negociação de criptomoedas BitPreço anunciou ontem que começou a oferecer tecnologia e infraestrutura, no modelo Crypto as a Service, para que instituições financeiras, corretoras de investimentos, fintechs e empresas possam disponibilizar a negociação de criptomoedas.

A solução é gratuita e permite realizar diretamente a compra e a venda de Bitcoin, Ethereum e de diversos criptoativos por meio da BitPreço.

“O Crypto as a Service é uma tendência internacional que começa a ganhar espaço aqui, ao conectar empresas ao futuro das moedas. Com o serviço, as empresas podem oferecer um novo produto aos clientes e gerar lucro em cima de negociações de criptomoeda”, afirma, em nota, Ney Pimenta, CEO da BitPreço.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos