Bitcoin abre março em terreno positivo, mas está “entre a cruz e a espada”, diz analista

Próximo movimento do BTC poderá levá-lo de volta a US$ 25 mil ou fazê-lo recuar para o patamar de US$ 20 mil

Paulo Barros CoinDesk

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Após encerrarem fevereiro em leve baixa percebida como positiva dada a expectativa de correção após os fortes ganhos registrados no começo de 2023, Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) abrem o mês de março em alta de mais de 2% cada, a US$ 23.762 e US$ 1.653, respectivamente.

Os ativos digitais acompanham os futuros de Nova York, com Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq em alta de 0,17%, 0,23% e 0,33% nas negociações de pré-mercado.

Segundo dados da plataforma CoinGlass, traders estão se posicionando quase uniformemente entre apostas de alta e baixa do Bitcoin, mostrando indecisão sobre o próximo movimento da criptomoeda, que poderia tanto retomar os US$ 25 mil quanto recuar para o patamar de US$ 20 mil.

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Traders estão de olho nos números iniciais de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, programados para serem divulgados na quinta-feira (2). Além disso, operadores de mercado seguem preocupados com a falta de liquidez do mercado, o que pode impulsionar a volatilidade nos próximos dias.

A direção do preço do Bitcoin e de outras criptomoedas provavelmente depende se o banco central dos EUA adotará uma abordagem mais agressiva para aumentar as taxas de juros enquanto combate a inflação, disse Imran Lakha, fundador da Options Insights, ao CoinDesk.

“Quando começamos a ver que o mercado poderia ganhar vida novamente, e começamos a ver aqueles grandes movimentos de mais de 10% para cima, todas essas distorções voltaram para as calls (opções de compra), principalmente no Bitcoin”, disse Lakha. Agora, porém, essa tendência positiva “simplesmente evaporou”.

Lakha aposta que a amplitude do próximo movimento do BTC pode ser ainda maior, permanecendo o risco de voltar para os US$ 16 mil antes de fazer uma retomada com maior confiança para US$ 28 mil ou US$ 30 mil neste ano.

Criptos menores ignoram incerteza

Por ora, criptomoedas menores vêm se beneficiando da indecisão do Bitcoin. Entre os 100 maiores tokens, apenas a Klaytn (KLAY) registra queda nas últimas 24 horas, de 1,1%, enquanto diversos ativos operam em alta.

O destaque do dia é o protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) veterano Maker (MKR), que avança 17,7% em meio a um maior otimismo com a tecnologia após a Justiça dos EUA arquivar um processo ingressado por um investidor em 2020 após perder recursos na plataforma no auge da crise dos mercados por conta da Covid-19, em março daquele ano.

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Além disso, criptomoedas ganhadoras de fevereiro seguem a mesma toada neste começo de março e registram subida, como são os casos do token SingularityNET (AGIX), ligado ao conceito de Inteligência Artificial (IA), com alta de 16,3% em 24 horas; e do Stacks (STX), que avança 15,6% por intermediar a criação de NFTs na rede do Bitcoin, algo que até então não existia e vem virando “febre” em 2023.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h10:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 23.762 +2,20%
Ethereum (ETH) US$ 1.653 +2,00%
BNB Chain (BNB) US$ 304 +0,80%
XRP (XRP) US$ 0,382158 +1,80%
Cardano (ADA) US$ 0,361717 +0,10%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Maker (MKR) US$ 902,15 +17,70%
SingularityNET (AGIX) US$ 0,529977 +16,30%
Stacks (STX) US$ 0,993613 +15,60%
Conflux (CFX) US$ 0,230450 +8,10%
Aptos (APT) US$ 12,95 +8,10%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Klaytn (KLAY) US$ 0,282325 -1,40%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 20,85 +0,48%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 28,27 +0,10%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 23,66 -2,43%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 21,64 -0,91%
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) R$ 15,70 -1,87%
Hasdex Crypto Metaverse (META11) R$ 42,56 +8,82%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 7,47 -1,32%
QR Ether (QETH11) R$ 6,00 +0,84%
QR DeFi (QDFI11) R$ 3,85 +4,90%
Cripto20 EMPCI (CRPT11) R$ 5,86 +0,51%
Investo NFTSCI (NFTS11) R$ 21,92 -0,36%
Investo BLOKCI (BLOK11) R$ 105,15 0,00%

Confira as principais notícias do mundo cripto desta quarta-feira (1º):

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Visa nega que está pausando investimento em cripto

A gigante de pagamentos dos EUA Visa continua comprometida em investir no setor cripto e apoiar a tecnologia, apesar dos problemas recentes no setor, disse a empresa na terça-feira (28).

A Reuters informou na terça-feira que a Visa está “pisando no freio” em novas parcerias com empresas relacionadas à cripto, em meio ao maior escrutínio regulatório enfrentado pela indústria após o colapso da exchange cripto FTX.

Um porta-voz da Visa disse ao CoinDesk que isso não é verdade.

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“As falhas recentes não mudam nossa estratégia cripto e focamos em servir como uma ponte, ajudando a conectar plataformas e tecnologias emergentes no ecossistema cripto”, disse o porta-voz.

“É onde temos investido e planejamos continuar investindo”.

SEC processa ex-executivo da FTX que confessou crimes

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) acusaram o ex-diretor de engenharia da FTX, Nishad Singh, de fraude na terça-feira (28).

A medida veio após Singh se declarar culpado em acusações semelhantes em um tribunal federal.

Os reguladores federais afirmam que a FTX mentiu ao público sobre seu grau de separação da Alameda Research, uma firma de trading e hedge fund fundada por Sam Bankman-Fried da FTX.

As empresas misturaram fundos corporativos e de clientes e usaram esses recursos para vários fins, incluindo seu próprio investimentos e atividades de trading.

De acordo com a CFTC, Singh certa vez transferiu US$ 8 bilhões em passivos da Alameda para uma conta de cliente para “evitar que a Alameda pagasse juros” sobre uma dívida.

Solana planeja mudanças após problemas com atualização

A Solana Labs fará melhorias em seu processo de atualização de software para garantir a confiabilidade e o tempo de atividade da rede, disse o cofundador Anatoly Yakovenko na terça-feira (28).

“Oferecer uma rede rápida, confiável e escalável para avançar em direção a uma web melhor e descentralizada continua sendo uma prioridade”, disse Yakovenko.

No fim de semana, a Solana ficou fora do ar após falhas em um processo de atualização. Yakovenko disse que o episódio levantou preocupações sobre a manutenção da estabilidade durante as principais atualizações.

“Os problemas em torno da atualização de rede 1.14 da semana passada – que se concentrou em melhorias de velocidade e escala – deixaram claro como manter a estabilidade durante essas grandes atualizações continua sendo um desafio”, afirmou.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)