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Copy trading e robôs podem coexistir com métodos tradicionais? Traders dizem sim

Automação do mercado financeiro oferece oportunidades, mas alguns investidores não devem abrir mão de operar eles próprios

Bruno Nadai Augusto Diniz

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Nos últimos anos, o mercado financeiro brasileiro passou por uma transformação significativa, com a chegada de tecnologias de automação, como o copy trading e os robôs de investimento. Essas inovações têm sido cada vez mais utilizadas por investidores e traders.

O tema fez parte da mesa-redonda promovida pelo InfoMoney com experientes traders, que integram a equipe do grupo XP. São eles: Pam Semezzato, Felippe Aranha, Leandro Ross e Rafael Perretti. No relato a seguir, o terceiro da série, cada um dá seu ponto de vista sobre a questão.

Estratégias automatizadas

Antes, no entanto, é importante entender o que são copy trading e robôs no contexto do mercado financeiro. Copy trading é uma estratégia de investimento que permite aos investidores replicarem automaticamente as operações de traders experientes. Já os robôs de investimento são programas automatizados que executam operações no mercado com base em algoritmos pré-definidos.

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Pam Semezzato trouxe uma perspectiva prática. Ela tem visto investidores que, por não se sentirem confortáveis em operar manualmente, encontraram nas estratégias automatizadas uma solução ideal.

Ela contou que os investidores que não tinham o perfil emocional para lidar com a pressão das operações ao vivo, conseguiram se manter no mercado através do copy trading, obtendo resultados positivos sem o estresse das operações manuais.

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Pam também destacou que muitos traders continuam a operar manualmente, mas utilizam as estratégias automatizadas. Ela citou conhecer uma trader que, mesmo operando manualmente, mantém uma parte de seu capital alocada em um copy trading, garantindo que, mesmo que deixe de entrar em uma operação, suas estratégias automatizadas continuem a gerar resultados.

“Um não vai acabar com o outro. Acho que a gente ainda tem um futuro bem promissor pela frente, com estratégias automatizadas. Acho que é só o começo”, enfatizou.

Tendência global

Leandro Ross apontou que, em mercados maduros como os Estados Unidos, a Ásia e a Europa, as operações automatizadas já dominam parte significativa do mercado.

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Ele acredita que, embora a automação esteja em ascensão, ela não deve substituir completamente o trader que opera manualmente. Para ele, os traders mais experientes e tradicionais, que têm uma conexão com o ato de “clicar”, continuarão a preferir operar manualmente, utilizando robôs e copy trading apenas como uma ferramenta complementar para a diversificação.

“A gente vê que as aderências são de perfis de clientes mais investidor. Ele pega pequena parte do patrimônio e coloca para tomar risco”, disse.

Leandro Ross, Felippe Aranha, Rafael Perretti e Pam Semezzato: traders. Arte: Telmo Hideki/InfoMoney

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Traders discricionário e sistemático

Felippe Aranha lembra que sempre existiram dois perfis clássicos de traders: o discricionário e o sistemático.

O trader discricionário toma suas decisões baseadas em sua análise pessoal, valoriza a sensibilidade de avaliar o cenário em que o mercado se encontra, algo que, segundo Aranha, “a máquina nunca vai chegar perto”. Esse perfil de trader prefere, segundo ele, ter o controle total sobre suas operações, assumindo a responsabilidade por seus erros e acertos.

Por outro lado, o trader sistemático é aquele que confia em métodos e modelos matemáticos para guiar suas decisões. Este perfil, de acordo com Aranha, valoriza a disciplina e a consistência que os algoritmos podem oferecer.

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Aranha afirma ter observado que a automação não apenas está aprimorando a eficiência dos traders sistemáticos, mas também está atraindo um novo perfil de investidor, que é aquele que de outra forma não participaria do mercado.

Este novo perfil é composto por pessoas que não têm tempo ou conhecimento necessário para operar manualmente, mas que podem se beneficiar do copy trading e dos robôs, relata ele.

Debates trader

Sinergia entre automação e as operações manuais

Rafael Perretti reforçou a ideia de que a automação está longe de substituir o trader tradicional. Ele argumentou que o surgimento de ferramentas como os robôs e o copy trading têm permitido que pessoas que não são traders possam participar do mercado de maneira controlada e com um risco relativamente baixo, em busca de uma rentabilidade.

“O investidor que quer correr um risco com um capital, pega um percentual de 2%, 3% do seu patrimônio e coloca num copy para tentar rentabilizar e conseguir ter uma melhor receita”, explicou Perretti.

Felippe Aranha acrescentou que, embora a automação traga benefícios, é essencial que as estratégias automatizadas sejam desenvolvidas, monitoradas e restritas a profissionais qualificados e certificados.

Feeling e intuição

Leandro Ross prevê que se verá um aumento no volume das operações automatizadas, mas que o mercado brasileiro continuará a ter espaço para o trader tradicional, especialmente aqueles que valorizam a análise e a tomada de decisão manual.

Felippe Aranha destacou que o trade automatizado traz uma nova camada de complexidade e oportunidade, mas que nunca substituirá o “feeling” e a intuição do trader.

Em resumo, o debate sobre o papel do copy trading e dos robôs no mercado financeiro brasileiro está apenas no início de uma transformação profunda.

A coexistência entre métodos tradicionais e automatizados, onde cada abordagem encontra seu espaço, portanto, deve ser a tônica daqui para a frente. 

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