Brasil registra número recorde de empresas que compram criptoativos

Segundo informe da Receita Federal, empresas brasileiras possuem R$ 10,9 bilhões em criptos

Paulo Barros

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O Brasil registrou o maior número de empresas que afirmam ter comprado criptomoedas em um mês. Segundo dados da Receita Federal, 12.053 empresas declararam a aquisição de criptoativos em agosto, segundo relatório mais recente disponibilizado para consulta pública.

O novo recorde vem exatos três anos após a Receita Federal editar, em 2019, a Instrução Normativa 1888 e tornar obrigatório o informe de transações de corretoras de criptomoedas com presença no país. A apuração da Receita também leva em conta declarações diretas realizadas por empresas e indivíduos.

A quantidade de empresas que declarou compras de criptos em agosto supera o antigo recorde de junho deste ano, quando 11.797 CNPJs afirmaram ter comprado criptos. Além disso, é 30% maior do que o apurado em janeiro de 2022, quando a Receita recebeu a declaração de aquisição de criptos de 9.303 empresas brasileiras.

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O número também é mais de cinco vezes a quantidade registrada quando a Receita começou a contabilizar o número de investidores brasileiros em criptos, em agosto de 2019.

Enquanto cresce o número de empresas que declaram compras de criptos, o número de investidores individuais tem leve queda. Em agosto, 1.300.535 pessoas declararam criptos à Receita, pouco menos do que os 1.336.809 de julho.

No informe mais recente, ainda referente a agosto, a Receita aponta que empresas brasileiras possuem, juntas, mais de R$ 10,9 bilhões em criptoativos, contra R$ 93,7 milhões de indivíduos.

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O ativo adquirido em maior volume por empresas e pessoas (o órgão não faz distinção) no mesmo mês foi o dólar digital Tether (USDT), com R$ 7,4 bilhões; seguido do Bitcoin (BTC), com R$ 1,4 bilhão. Na sequência aparecem Ethereum (ETH) e a stablecoin de real [ativo=BRZ], com R$ 580 milhões e R$ 540 milhões, respectivamente.

Apesar do recorde em número de empresas, o valor declarado em criptos por CNPJs já foi muito maior. Em maio de 2021, pouco depois de o Bitcoin atingir sua então máxima história de US$ 64 mil, companhias brasileiras declararam a posse de R$ 24,5 bilhões em ativos digitais.

Na semana passada, o Morgan Stanley afirmou que produtos de cripto listados em bolsa seguem atraindo investidores apesar do momento delicado do mercado, em sinal de que empresas (que costumam ganhar exposição via bolsa) seguem interessadas.

O banco de investimentos destacou que o terceiro maior ETF cripto do mundo em 2022 é brasileiro: o HASH11, disponível na B3 desde abril do ano passado, acumula US$ 95 milhões em captação apenas neste ano. No mundo, ele fica apenas atrás do BITO, o primeiro ETF com exposição a Bitcoin a ser negociado nos Estados Unidos; e do Ether ETF, da Purpose, listado na bolsa de Toronto, no Canadá.

Paulo Barros

Editor de Investimentos