Quantidade de investidores em criptos salta 68% no Brasil, apontam dados da Receita

Compras de Bitcoin, no entanto, caíram 26% no mesmo período, apontam dados mais atuais divulgados pelo órgão

Paulo Barros

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Mesmo em meio ao “inverno” das criptomoedas, com quedas de preço superiores a 70%, a quantidade de investidores Pessoa Física nessa classe de ativos no Brasil saltou aproximadamente 68% em um mês, segundo a Receita Federal. De acordo com relatório divulgado nesta semana pelo órgão, com os dados mais atualizados, o número subiu de 794.755 para 1.336.715 entre junho e julho deste ano.

Desde que o informe de operações com criptos à Receita virou obrigatório, em 2019, é a primeira vez que a apuração mensal da quantidade de investidores chega à casa do milhão.

Os dados levam em conta os CPFs que realizaram aquisições de ativos digitais, de acordo com as as informações repassadas por exchanges de criptomoedas que operam no país, assim como reportes realizados diretamente por investidores individuais ou empresas – nesse caso, desde que o valor transacionado supere R$ 30 mil no mês.

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A conta não envolve, por exemplo, usuários de plataformas que não cumprem a Instrução Normativa 1.888 (como as estrangeiras). Desse modo, a quantidade real de investidores brasileiros em criptos tende a ser bem maior.

Segundo um levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgado em junho, a quantidade de investidores em cripto no Brasil já alcançava, naquela data, 2% da população, o que seria equivalente a 4,2 milhões de pessoas.

Ainda assim, o número divulgado pela Receita revela um crescimento expressivo ao longo do ano – quando comparado a janeiro, por exemplo, trata-se de uma alta de 200%.

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Além disso, os dados mais recentes apontam que as mulheres passaram a representar uma fatia maior dos investidores individuais de cripto no país, com salto de 14,12% para 18,49% entre junho e julho. Já o número de CNPJs registrou leve queda de 11.786 para 11.342 no mesmo período, retornando a um patamar similar ao do mês de maio.

O crescimento do número de investidores individuais em cripto no Brasil ocorreu em meio à queda de preços do setor, que atingiu mínimas no mês de julho. Além disso, o movimento coincide com a abertura da função de compra e venda de ativos digitais pelo Nubank, em junho – em nota divulgada no mês seguinte, o banco digital informou que já acumulava 1 milhão de usuários de criptos.

Por outro lado, o incremento na quantidade de investidores não acompanhou o volume de compras. Ainda segundo os dados da Receita, brasileiros (incluindo indivíduos e empresas) adquiriram R$ 1,7 bilhões em Bitcoin (BTC) em julho, cerca de 26% a menos do que os R$ 2,3 bilhões registrados no mês anterior.

Por outro lado, considerando todos os criptoativos, o volume em reais caiu aproximadamente 11% no período, de R$ 13,7 bilhões para R$ 12,2 bilhões. O recuo, porém, é maior se for levada em conta a apuração de maio, quando brasileiros disseram ter comprado R$ 16,9 bilhões em ativos digitais – nesse caso, a queda atinge quase 28% em dois meses.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos