Barsi reitera otimismo com IRB após “corte” do Credit e reduz exposição em BB Seguridade para comprar mais ações

Ao InfoMoney, investidor ressaltou que vê a ação, em queda de mais de 40% no ano, está em patamares bastante descontados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após o Credit Suisse reduzir o preço-alvo das ações do IRB (IRBR3) de R$ 7,50 para R$ 5, configurando em um potencial de alta de apenas 3,8% para uma ação que já caiu mais de 40% em 2021, Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores individuais da Bolsa brasileira, reiterou seu otimismo com a ação.

Isso principalmente levando em conta que, em sua avaliação, o papel está muito barato, fazendo inclusive com que ele diminua sua posição em BB Seguridade (BBSE3) para comprar mais ativos do IRB, que estão perto da sua mínima histórica.

No final de julho, cabe ressaltar, Barsi revelou, em entrevista ao InfoMoney, que tinha começado a montar posição no papel IRBR3. 

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Já agora, ao olhar para o setor de seguros e resseguros como um todo, “e considerando que todas concorrem com a capacidade de operacionalizar suas atividades em níveis compatíveis com sua influência no mercado”, Barsi ressaltou que há ações em patamares mais atrativos, como é o caso de IRB, enquanto BB Seguridade não seria mais tão atrativa.

“Será que as ações da BB Seguridade vão estar daqui um ano a R$ 40 [ou seja, praticamente dobrar de valor]? Acredito que não exista essa possibilidade. Mas IRB tem condições de ir além de R$ 8”, avalia o investidor. A ação IRBR3  fechou a sessão da véspera a R$ 4,83, ou seja, o potencial de valorização superaria os 66%.

“Eu mesmo estou trocando minha posição de BB Seguridade por IRB, pois não acredito que a BB Seguridade nem a Porto Seguro PSSA3) possam alcançar essa façanha”, complementa, ressaltando ainda que Caixa Seguridade (CXSE3) e SulAmérica (SULA11) também estariam a princípio em patamares mais atrativos.

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Barsi destacou que, “por ele, a ação IRBR3 chegaria a R$ 1”, para que comprasse ainda mais.

Para ele, há uma forte pressão do mercado em posições vendidas que tem “afetado a precificação correta dos ativos” o que, na visão de Barsi, “deve-se ao fato da Bolsa permitir locações gigantescas”, que são direcionadas para o mercado no sentido de pressionar os preços para permitir recompras vantajosas. Assim, reiterou as suas críticas às posições vendidas (que apostam na queda dos ativos) de investidores no mercado. Ele cita que o IRB conta com cerca de 158 milhões de ações alugadas.

Sobre o novo CEO da companhia,  Raphael Afonso Godinho de Carvalho, Barsi o avaliou como “extremamente competente”. Em julho, cabe ressaltar, o investidor tinha dado a sugestão de Fabio Schvartsman como novo presidente, que já passou pela Ultrapar (UGPA3), Klabin (KLBN11) e Vale (VALE3), ficando marcada a sua passagem na mineradora em meio à tragédia de Brumadinho, que culminou na saída do executivo.

Para Barsi, a ação do IRB não é um case de curto prazo, mas que deve render frutos em um horizonte de tempo mais longo, inclusive com pagamento de dividendos.

Diferentes avaliações

No final de agosto, Barsi tinha destacado ao InfoMoney que estava comprando mais ações do IRB. Isso após Guilherme Aché, sócio fundador da Squadra Investimentos – que ficou conhecido como o responsável por desvendar as inconsistências nos demonstrativos financeiros da empresa de resseguros – dizer que seguia com posições vendidas.

Barsi creditou o investimento que carrega em IRB justamente ao trabalho conduzido pela Squadra. A gestora desvendou os erros que vinham sendo cometidos por gestões passadas e que foi o que permitiu à companhia tomar desde então um novo rumo, apontou o investidor.

O investidor acrescentou, contudo, que enxerga uma diferença importante entre sua abordagem de mercado em relação à do gestor da Squadra, que é o horizonte de investimento. “A lente do meu binóculo é muito mais potente do que a dele. Ele olha para o agora, eu já estou mirando uma situação bem mais distante”, afirmou.

A maior parte dos analistas de mercado, de fato, segue com uma visão mais cautelosa em relação ao IRB. Segundo compilação feita pela plataforma Refinitiv, quatro casas de análise, bancos e corretoras recomendam a venda da ação, e três sua manutenção, contra apenas uma indicação de compra, da Eleven. Apesar disso, o preço-alvo consolidado aponta para um valor de R$ 6,44 para os papéis da empresa em 12 meses, alta de 33% ante o fechamento da véspera (29).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.