Credit corta preço-alvo de ação do IRB (IRBR3) para R$ 5 e mantém recomendação equivalente à venda: “cenário desafiador”

Analistas revisaram as estimativas para o IRB levando em consideração o cenário atual desafiador de limpeza do balanço e indicadores de execução

Lara Rizério

IRB Brasil (Foto/Reprodução: Youtube)

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SÃO PAULO – Vendo o IRB (IRBR3) no caminho certo, mas ainda devendo enfrentar muitos desafios, o Credit Suisse manteve a recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, ou equivalente à venda) e cortou o preço-alvo para a ação de R$ 7,50 para R$ 5, o que configura um potencial de valorização de 3,5% em relação ao fechamento de quarta-feira (29).

Os analistas do banco suíço revisaram as estimativas para o IRB levando em consideração o cenário atual desafiador de “re-underwriting” (limpeza do balanço) e atualizaram as premissas com base em indicadores de execução e legados.

“Embora o cenário de taxas de juros mais altas deva levar a receitas financeiras significativamente melhores, o resultado de underwriting [ou risco de subscrição, de análise de risco feita pela seguradora], embora esteja melhorando, ainda deve pesar na lucratividade em 2022”, avaliam.

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Isso em meio aos efeitos dos negócios descontinuados (run-off) mais longos do que o esperado e maiores prejuízos, além de menor crescimento de receita à luz de critérios mais rígidos para novos contratos e redução de exposição a contratos internacionais.

Assim, os analistas do banco projetam agora um prejuízo líquido de R$ 45 milhões em 2021 e um lucro líquido de
R$ 350 milhões em 2022, implicando ainda um Retorno sobre o Patrimônio [ROE, na sigla em inglês] considerado baixo, de 8,7%.

Adicionado a um maior custo de capital próprio para refletir a atual taxa livre de risco do Brasil, os analistas cortaram o preço-alvo avaliando que os atuais múltiplos de 1,6 vez o preço sobre o valor contábil (P/B) já consideram uma melhoria significativa na lucratividade.

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“Nosso preço alvo de R$ 5, por exemplo, embute um ROE de longo prazo de 16,5%, o que já considera uma melhora na sinistralidade para o patamar de 70% e maior contribuição das receitas financeiras”, apontam. Os principais riscos para a recomendação atual do banco são a normalização do resultado de forma mais rápida do que a esperada e taxas de juros superiores às projetadas, conduzindo a melhores resultados financeiros.

Os analistas também trazem uma perspectiva sobre distribuição de proventos, ressaltando que o IRB tem suficiência no enquadramento da liquidez regulatória de R$ 335,5 milhões, que deve subir para R$ 1,18 bilhão assim que as novas regulamentações entrarem em vigor.

São elas: (i) exclusão do requisito de margem de segurança CMR de 20% (R$ 309 milhões) de 2022 em diante e (ii) utilização de ativos mantidos no exterior (R$ 535 milhões) como fiadores elegíveis, o que teoricamente poderia abrir espaço para uma redução de capital.

“Em nosso modelo, damos o benefício da dúvida e assumimos um distribuição de capital de R$ 450 milhões em 2022”, apontam.

Perspectivas com novo CEO

Os analistas também comentaram a eleição de  Raphael Afonso Godinho de Carvalho para o cargo de diretor presidente do IRB, que assumirá o cargo a partir do dia 1 de outubro, sucedendo Wilson Toneto, que atua como CEO interino desde março de 2021.

O Credit ressalta que Carvalho é um executivo experiente na área de seguros e finanças, tendo atuado anteriormente como CEO da MetLife para o Brasil / Colômbia por 6 anos, após um carreira na Accenture como chefe da divisão de seguros da América Latina.

“Em nossa opinião, Raphael é uma adição valiosa à equipe de gestão para continuar a executar a estratégia de negócio ‘CFG’ – Clean, Fix, Growth’ [Limpar, Consertar, Crescer]. O foco do mercado deve estar no potencial lançamento de um novo guidance/ estratégia com a nova liderança”, apontam.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.