Banco do Brasil (BBAS3): perspectiva para Americanas está dependente de divulgação de balanço

Sobre a queda de juros, a CEO do BB ressaltou que, onde for possível, haverá repasse dos cortes na Selic.

Mitchel Diniz

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O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou o resultado do segundo trimestre de 2023 (2T23) como destaque entre os “bancões” de lucro e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), de R$ 8,8 bilhões e 21,3%, respectivamente.

Em coletiva com jornalistas nesta quinta-feira (10), Tarciana Medeiros, CEO do BB, destacou que o banco vai continuar crescendo crédito de forma sustentável apoiando os diferentes setores da economia. “A linha final do balanço é importante, mas o mais relevante tem sido a consistência com a qual a empresa tem obtido resultados”, afirmou.

Já sobre o aumento das provisões, Geovane Tobias, vice-presidente de gestão financeira e RI, destacou que houve crescimento, mas que elas estão sob controle.

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O Banco do Brasil provisionou R$ 7,176 bilhões no segundo trimestre, alta de 143% em bases anuais e volume 22,6% maior que o registrado no primeiro trimestre.

De acordo com o banco, o crescimento foi decorrente do agravamento em linhas de créditos não consignados na carteira pessoa física e da piora de riscos na carteira pessoa jurídica. Esta última foi impactada pela elevação de nível de risco de crédito da Americanas (AMER3), saindo de risco F (50%) para o risco G (70%), com um impacto negativo de R$ 338 milhões.

Ele destacou que houve um ajuste do guidance uma vez que as provisões vieram acima do esperado. Porém, a expectativa é de um “cenário mais benigno com redução de taxa de juros, que torna ambiente melhor para que a gente entregue resultado que estamos nos comprometendo. A carteira está crescendo, então precisamos fazer provisões prudenciais”.

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Sobre Americanas, Felipe Prince, vice-presidente de gestão de riscos, ressaltou que a perspectiva para a varejista está dependente de divulgação de balanço.

“Estimávamos que o plano de recuperação judicial estivesse aprovado em junho”, afirmou. “Efetivamente, não tivemos balanço auditado dessa empresa e sabemos que, quando o processo de recuperação judicial fica mais moroso, nossa análise indica um impacto na recuperação esperada”.

Segundo Prince, a perspectiva para o caso é estável, mas o cenário mais provável é o de recuperação. “Em função do atraso da recuperação judicial, agravamos esse risco, mas estamos confiantes de que terminaremos o período com uma RJ”, complementou Tobias.

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Em relação ao restante da carteira, o vice-presidente de gestão financeira e RI apontou que, à medida que há crescimento dela, haverá cuidado com o risco e controle de despesas de forma a haver condições de entregar resultados crescentes.

“Estamos atentos às condições de mercado e variáveis que possam impactar rentabilidade, mas não de maneira expressiva. A redução da taxa de juros traz oportunidade de criar ambiente benigno para crescimento de volumes a um risco menor”.

Sobre a queda de juros, a CEO do BB ressaltou que, onde for possível, haverá repasse dos cortes na Selic.

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“A discussão de preços por linha de crédito é permanente. Estávamos preparados para a redução da Selic antes dela começar acontecer, decidindo quais linhas de crédito poderíamos repassar o corte de imediato. Vamos permanecer analisando, com nossos modelos de risco retorno, por linha de crédito. Onde for possível, vamos repassar cortes na Selic, que, temos fé, vai continuar caindo”, afirmou.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados