App Sweatcoin promete converter seus passos em criptomoedas; entenda

App está entrando na onda do move-to-earn (mova-se para ganhar), modalidade em que usuários ganham dinheiro para praticar atividades físicas

Lucas Gabriel Marins

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O mercado vai ganhar um novo token que promete transformar os passos dos usuários em criptomoedas: é o SWEAT, criado pelo aplicativo fitness Sweatcoin em parceria com a blockchain Near Protocol (NEAR).

O novo ativo digital, previsto para ser lançado no segundo semestre deste ano, surfa na onda do move-to-earn (mova-se para ganhar), popularizado pela moeda Green Metaverse Token (GMT), da plataforma STEPN.

O que é o Sweatcoin

Lançado em 2016, o Sweatcoin – disponível na Apple Store e no Google Play – é um aplicativo fitness que recompensa os usuários por suas caminhadas. A cada 1000 passos, o app dá para o participante uma unidade de uma moeda digital “interna” chamada Sweatcoin. O app tem 64 milhões de usuários.

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Essa moeda pode ser usada apenas dentro da plataforma, e não pode ser trocada por dinheiro. Conforme o site, é possível adquirir produtos e serviços, como sapatos e aulas de ioga, ou fazer doações para organizações ambientais e humanitárias parceiras.

Em abril, o projeto anunciou que estava se preparando para lançar o SWEAT, um token construído na blockchain NEAR. A ideia é que essa nova cripto, que poderá inicialmente ser adquirida com Sweatcoins, possa ser transformada em dinheiro.

Como vai funcionar o SWEAT

De acordo com o white paper (documento que detalha o projeto), detentores da moeda Sweatcoin poderão reivindicar SWEAT na proporção de 1:1 no terceiro trimestre de 2022 – o dia exato não foi divulgado. O evento está sendo chamado de “The Token Geneneration Event (TGE)”.

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“A Sweat Foundation fará uma oferta para que cada usuário do Sweatcoin opte por reivindicar 1 SWEAT para cada Sweatcoin em sua carteira, sem queimar suas Sweatcoins”, diz o documento. Ou seja, se a pessoa tem 1000 Sweatcoins, ganhará 1000 SWEAT.

Como a cripto ainda não foi lançada e não há negociações, não é possível saber o preço exato dela. Mas assim como ocorre com outros ativos digitais, o valor flutuará conforme a oferta e demanda. Em seu site, o projeto fala que a nova moeda será listada em exchanges centralizadas e descentralizadas. No entanto, nenhum nome de corretora foi informado.

Criação e distribuição

O suprimento do novo token é ilimitado. Mas depois do evento de troca de Sweatcoin por SWEAT, a única forma de emitir novas moedas – processo chamado de mineração no mercado cripto – será por meio da prática do movimento do corpo.

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“O fornecimento de novo SWEAT depende apenas da atividade física, o que significa que os tokens cunhados são apoiados pelo valor de atividade física e nada mais”, de acordo com o white paper.

Para balancear a emissão e controlar a inflação, a criação de novos tokens ficará difícil ao longo do tempo. A partir do segundo ano do projeto será preciso dar 5 mil passos para cunhar um novo ativo, o equivalente a 4 km; em 5 anos, 16 mil passos; e em 10 anos, pouco mais de 45 mil passos.

A lógica é diferente daquela vista em ativos digitais existentes no mercado. No caso do Bitcoin (BTC) e do Ethereum (ETH), por exemplo, o processo de “fabricação” de novas moedas depende do uso de força computacional e energia elétrica.

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Centralização

Apesar de ilimitado, o projeto estipulou que um total de 70% de todos os tokens emitidos ficarão nas mãos da empresa ou de investidores iniciais de rodadas privadas, e apenas 30% serão distribuídos por meio de airdrop (evento de distribuição) para detentores de Sweatcoins.

“O conceito de move-to-earn parece ser bastante promissor, mas todos os entusiastas devem ter um cuidado especial com modelos econômicos cujos incentivos estão direcionados em centralizar o supply disponível e cuja demanda não está clara ou bem definida”, disse Vinícius Barbosa, researcher e analista da Foxbit.

Barbosa também falou que tem dificuldade de entender qual será a utilidade do token além de recompensar os usuários do aplicativo. “Como podemos utilizar estes tokens adquiridos para gerar algum tipo de valor? Quem iria comprar este token de um usuário e por que alguém iria querer comprá-los? Se ninguém quiser comprar, existe algum outro motivo, além de vender, pelo qual alguém queira receber SWEAT?”.

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Move-to-earn

O move-to-earn é uma variação do estilo play-to-earn (jogue para ganhar), popularizado pelo famoso game Axie Infinity (AXS).

“Acredito que esse conceito está em um momento embrionário e deverá com o tempo ser adotado por outros projetos similares. Estamos em um período de mudanças, pois historicamente computadores eram um grande razão para o sedentarismo, mas, com o advento dos tokens move-to-earn, eles serão grandes motivadores para pessoas se exercitarem”, disse Bernardo Schucman, vice-presidente sênior da divisão de moedas digitais da CleanSpark.

Apesar da nova onda estar em alta, as criptomoedas do movimento também estão sofrendo com a política de aperto monetário dos Estados Unidos.

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A GMT, que chegou a valorizar 2.000% em um mês, despencou quase 40% nos primeiros 10 dias de maio, caindo de US$ 3,37 para US$ 2,07. Nas últimas 24 horas, a cripto desvalorizou 18%.

Já a Genopets (GENE) caiu 5% desde a segunda-feira (9), e é cotada a US$ 12,84 no momento da redação deste texto. Neste mês, a desvalorização da moeda também ficou na casa dos 5%.

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Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney