Americanas (AMER3) tem na abertura de lojas físicas parte importante do seu plano de expansão, dizem executivos

Companhia pretende utilizar expansão das lojas físicas para trazer mais clientes para as suas plataformas digitais

Vitor Azevedo

Lojas Americanas

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A Americanas (AMER3) realizou nesta sexta-feira (11) sua teleconferência de resultados após, na véspera, ter trazido seus números do terceiro trimestre ao público. Como destaque do evento, ficaram os comentários da diretoria sobre a performance da empresa em suas lojas físicas.

Enquanto o braço digital teve seu volume bruto de mercadorias recuando 14,4% na base anual, para R$ 8,5 bilhões, o físico teve seu volume bruto de mercadorias (GMV) subindo 12,4%, para R$ 3,3 bilhões.

A Americanas fechou setembro com 3,6 mil unidades em sua base de lojas, 1,5 mil a mais do que no mesmo mês de 2021 – e isso, segundo a companhia, é parte importante do seu plano de expansão. E não apenas do físico, como também do braço digital.

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“Quando entramos em uma nova cidade com uma loja física, a penetração do digital acelera em até 70% na região”, comentou Marcio Cruz Meirelles, diretor executivo (CEO) da Americanas. “Apesar de a loja física ter tíquetes menores, ganhamos recorrência nas compras e um fluxo maior de transações, também no digital”.

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De acordo com os executivos, o papel da loja física, em grande parte, é ajudar a acelerar o digital e a AME, braço financeiro do grupo. “É um ciclo virtuoso. Temos ampliação daquilo que chamamos de aquários”, comentou Timotheo Barros, diretor financeiro (CFO) da Americanas. “Nossas redes são somatórios de físico, digital e fintech. A beleza disso tudo é o regime de conexões”.

A ideia da empresa, segundo o explicado, é utilizar todo esse ecossistema para alavancar, em breve, suas operações. “Estamos em uma fase em que estamos pegando as informações que conseguimos em todas essas plataformas, transformamos em dados e, posteriormente, transformaremos em ações”, acrescentou o diretor financeiro.

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Recentemente, a companhia fechou uma parceria estratégica com o Google, com foco no oferecimento de uma “experiência hiper personalizada” – a primeira a que envolve a gigante americana com uma varejista brasileira.

“O que enxergamos é que estamos em um período de transição, com uma queda da venda de eletrônicos e um aumento das categorias de cauda longa. Claro que vender menos eletrônicos não é algo positivo, por conta do tíquete, mas os produtos mais baratos trazem muitos clientes para nossas plataformas”, comentou Marcio Cruz Meirelles.

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Os diretores afirmaram que viram, já em outubro, um bom desempenho das suas lojas físicas, com o “comportamento do cliente evoluindo” após a pandemia da Covid-10.

“Próximo do dia das crianças o fluxo nas lojas aumentou muito. Retornando de maneira positiva na comparação com os dois anos anteriores, o que nos dá confiança para os eventos do final de ano”, explicou o executivo.

“Em eletrônicos, porém, não percebemos grande diferença em outubro. Esses departamentos tem tíquete alto e os clientes acabaram comprando muito em 2020 e 2021. Vemos vendo, então, uma retração”, explica o CEO. “Contudo, estamos crescendo três dígitos em alimentos e bebidas, por exemplo. Beleza também crescemos neste patamar. Outros dois destaques foram livros e papelaria. Temos competidores relevantes nesses níveis de tíquete, mas temos a fortaleza de que podemos distribuir essas categorias através não só dos nossos centros de distribuição, mas também das lojas”, apontou o diretor da Americanas.