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Apesar dos desafios enfrentados pelo setor em 2022, os executivos do Magazine Luiza (MGLU3) destacaram, em teleconferência na manhã desta sexta-feira (11), um desfecho mais positivo para o fim deste ano.
“Estamos melhorando vendas e tendo crescimento no quarto trimestre em todos os canais”, disse Frederico Trajano, CEO da varejista, em encontro com os analistas após o resultado do terceiro trimestre de 2022 (3T22).
“No quarto trimestre é principalmente por conta da Copa, mas não exclusivamente. Não há nada sendo feito de extraordinário, em promoções. O que estamos fazendo é acertar execução. Não estamos sendo agressivos”, apontou.
Trajano ainda apontou que a companhia segue muito focada no segmento do marketplace (3P). As vendas do marketplace totalizaram cerca de R$ 3,5 bilhões no trimestre, um crescimento de 1% comparado ao mesmo período do ano anterior, com a companhia destacando a “forte base de comparação”. Nos últimos três anos, o marketplace do Magalu apresentou um crescimento médio anual de 61%.
“O 3P tem crescido mais que 1P [estoque próprio] e mais que lojas físicas nos últimos anos. Olhando para frente, estamos muito voltados ao crescimento desta frente, em todos os grupos de sellers e categorias, mas principalmente para sellers pequenos e médios e em categorias non core do nosso 1P”, diz Frederico Trajano.
“Temos uma oportunidade gigantesca de crescimento. A penetração online no Brasil é pequena e o bolo deve crescer. Além disso, a Magalu deve ganhar maiores partes do bolo”, apontou.
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Segundo o executivo, a taxa de conversão do 3P ainda é um terço da registrada no 1P. Assim, ainda há um trabalho forte de melhoria de conversão, que envolve uma série de fatores, sendo um deles, muito importante, o prazo de entregas, avaliou.
“Mas temos melhorado esse indicador com o Magalu Entregas. Mesmo com o reposicionamento, por exemplo, na redução do frete grátis. (…) Há também um trabalho de algoritmos, na busca, no ‘ranqueamento’ de produtos. Estamos treinando os algoritmos de busca e recomendação, e estamos fazendo isso de maneira intensa”, apontou.
O executivo também destacou a melhora de margens da empresa. A margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita líquida) ajustada foi a 6%, maior nível trimestral desde o terceiro trimestre de 2020, frente 4,1% em igual período de 2021. No segundo trimestre, a empresa reportou margem de 5,7%.
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“Melhoramos nosso lucro operacional, ampliando margem, principalmente no core. Estamos fazendo um esforço grande para melhorar todas as linhas no resultado operacional e vamos continuar fazendo isso no ano que vem. Já operamos com margem Ebitda acima de 6% no passado, claro que com outro mix, mas acredito que conseguiremos alcançar os níveis históricos. Há muito espaço para isso, com diversos programas sendo ainda implementados”, apontou, ressaltando acreditar que a empresa pode alcançar “margens Ebitdas históricas”.
Para Trajano, o ambiente ruim na economia acabou gerando o efeito de uma maior racionalidade no mundo digital.
“Primeira vez no e-commerce que vejo os players falando em lucro, em serviços. O Magazine Luiza sabe trabalhar nesse ambiente. É um lugar que sabemos jogar muito bem”, comentou. “Temos outras empresas, porém, que tentarão andar pela primeira vez na história. Até companhias que compramos, como a Netshoes, que antes tinha resultado negativo. É um ambiente competitivo mais favorável, apesar das dificuldades”.