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Ação da Alpargatas (ALPA3) desponta até agora como a maior desvalorização do ano na Bolsa, com queda de de 42,3%. No entanto, mesmo com as perdas desta terça-feira (16), quando os papéis caíram 1,58%, terminando a sessão cotados a R$ 8,70, o ativo passa por um momento de valorização em maio, já tendo subido 17,3%.
A recuperação das ações coincide com a troca do comando na empresa. Dia 1º de maio, a dona da Havaianas informou a renúncia de Roberto Funari. Em comentário sobre o desempenho da empresa, o JP Morgan avaliou que a direção estratégica da companhia é a correta. Entretanto, o trabalho de execução tem sido problemático.
Na divulgação dos resultados do primeiro trimestre, quando informou um prejuízo de R$ 119 milhões, a própria direção interina da companhia reconheceu o momento ruim. Mesmo assim, diante de todos esses problemas, as ações da Alpargatas saltaram 12% depois dos resultados.
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Dito isso, confira o que analistas técnicos consultados pelo InfoMoney apontam sobre as perspectivas para o preço do papel da fabricante brasileira de calçados, com atuação global.
Análise técnica: Alpargatas
O analista da Top Gain, Matheus Lima destaca que as ações da companhia tiveram uma das maiores “reviravoltas da bolsa” no período pós pandemia.
Nesse período anterior à Covid, o papel [como se vê no gráfico abaixo] seguia uma tendência de disparada, saindo da casa dos R$ 4,38, em 2015, para R$ 61,69, em seu pico, em 2021.
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Desde então, porém, o papel chegou a acumular uma desvalorização de mais de 88%, desde o seu topo histórico, abrindo espaço, agora, para uma possível oportunidade de compra da ação.
Gráfico mensal de ALPA4: 2015 a 2023
Conforme ele, analisando o médio prazo, a tendência de baixa fica mais clara. Ela se iniciou após a confirmação de um pivô de baixa, quando os papéis passaram a ser negociados abaixo de R$ 32,61, em março de 2021.
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“O papel cessou, momentaneamente, a primeira onda de baixas somente após uma consolidação, que durou praticamente metade de 2022, entre o R$ 17,90 e o R$ 23,35 [veja no gráfico abaixo]”, analisa Lima.
Gráfico semanal mostra consolidação entre R$ 17,90 e R$ 23,35
Contudo, no curto prazo, aponta Lima, as ações registram ganhos no mês de maio, “dando os primeiros sinais de reversão, ao romper a LTB (linha de tendência de baixa), mais inclinada [conforme gráfico abaixo], e tentando romper a segunda marcação de topos menores”.
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“Ao se firmar acima de R$ 9,00, espera-se que o papel busque, no mínimo, o fechamento do gap, nos R$ 11,78, para, após isso, confirmar a reversão de tendência primária de curto prazo, que ainda é de baixa”, concluiu Lima.
ALPA4: Gráfico diário de curto prazo
- Confira os principais padrões de reversão de tendência na análise técnica
ALPA4: em baixa desde 2021
A analista técnica da Clear, Pam Semezzato, aponta que a forte tendência de baixa do papel vem desde 2021, a partir da indicação das correções laterais. “A última correção foi depois do rompimento do fundo de R$ 17,80, já alcançando a projeção de 100% do movimento, em R$ 6,80, utilizando a projeção de Fibonacci alternada [veja no gráfico abaixo]”, disse ela.
Gráfico semanal Alpargatas
Conforme ela, o preço de R$ 6,80 também é um suporte anterior, “e mostrou reação compradora, iniciando um movimento de correção dessa última ‘perna'”. “Utilizando os pontos de correção por Fibonacci são: R$ 11,05 e R$ 14,85, e 50% do movimento anterior está em R$ 12,80“, explica ela.
“A ‘perna’ de alta que começou no dia 28 de abril foi forte e ainda teria espaço para subir mais e alcançar os pontos de retração da última ‘perna’ e, quando olhamos para o gráfico diário [veja abaixo], os últimos dias mostram equilíbrio, sem muita força vendedora para retomar a tendência de baixa”, completou.
ALPA4: Gráfico diário
Para o curtíssimo prazo, Pam entende que a ação até pode dar oportunidades de compra, indo contra sua tendência de baixa. Isso pode ser possível, aponta ela, caso o ativo se mantenha acima do topo rompido de R$ 8,60 (como aconteceu no fechamento desta terça, dia 16), “e com atenção para as resistências de R$ 10,30 e R$ 11,00.”
“E, para vendas, esperaria uma barra com bom deslocamento na queda e com fechamento abaixo do suporte de R$ 8,60, para teste no fundo anterior, de R$ 6,80“, completou a analista.
Tentando fechar gap
Por fim, o analista chefe da Wisir Research, Gustavo Massotti, destaca que a Alpargatas cedeu mais de 85%, após marcar seu topo histórico, em agosto de 2021. No curto prazo, porém, o ativo “tenta armar uma bandeira de alta, que têm como projeção o fechamento do gap aberto na região dos R$ 11,70.”
Para ele, os suportes imediatos ficam nos R$ 7,90 – R$ 6,80 (fundo dos últimos três anos).
Gráfico diário: setembro/22 a maio/23
Massotti traz ainda que, no gráfico dolarizado de ALPA4, é possível verificar que seus preços trabalham em regiões de fundo, marcados entre junho de 2014 e outubro de 2015.
“Foi justamente essa região que antecedeu o principal movimento de alta do ativo [veja no gráfico abaixo], antes das máximas”, aponta ele.
Gráfico dolarizado de Alpargatas: 2011 a 2023
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