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Al Brooks, um dos maiores especialistas em day trade do mundo e autor de vários livros sobre o tema, chama a atenção ao fato de que muitos trades começam a ganhar, mas acabam perdendo semanas depois, o que foi conquistado, por elevada autoconfiança de operação no mercado.
“Se começar a ganhar, o trader fica confiante e tenta inovar. Depois, tem uma operação contra (seu objetivo). Aí, o mercado cai e ele desiste. Então, é uma operação ‘burra’, que pode apagar o que se fez em duas semanas”, disse Al Brooks, neste sábado (6), durante o Mestres do Trading, em São Paulo, evento apoiado pela XP Investimentos e organizado por Felippe Aranha, coordenador da tradução de sua obra no Brasil.
“Se não parece que está certo o comportamento do mercado, que não se previu, saia (da operação). Se sua premissa não é mais válida, saia”, ensina. Para ele, não precisa fazer “burrada”. “Sempre que o mercado não faz o que se espera, não faça”, enfatiza.
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Brooks explica que antes de se tornar um grande trader, se “tem muitas etapas” a cumprir. “Precisa primeiro aprender muitos padrões e parar de perder dinheiro. A primeira meta é parar de perder dinheiro e a segunda, ganhar de forma consistente”, afirma.
O especialista reconhece que há muita tensão em cada operação do day trader, principalmente para quem está começando na atividade.
“Reflita o que está fazendo e se acalme. Precisa operar num valor que não se importe (de perder). Não vai ganhar dinheiro. Mas opere com pequenos volumes e vai somando”, ressalta.
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Day trade: simplicidade na operação
O trader considera importante manter a operação de forma simples e caso não consiga operar cinco minicontratos de uma vez, trabalhe apenas com um e “evite acumular posição”.
Al Brooks opera há 37 anos no mercado americano. Ele começou numa época em que não tinha softwares disponíveis com gráficos e a impressora era a melhor amiga para ler e anotar no papel os resultados impressos das operações.
Hoje, ele mantém uma biblioteca de mais de 10 mil gráficos, que incluem diferentes padrões e tendências, que foram observados ao longo da vida de trader.
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Ele acrescenta que operar na abertura do pregão é sempre o melhor caminho. “O volume é imenso. Tem várias coisas que o mercado pode fazer, se mover lateralmente, dá para ver se vai subir ou descer” diz, reforçando que se observar que o mercado ainda está definindo tendências para o dia, “é bom não operar”.
“Temos que ser pacientes”, destaca. Ele acha que day trade deve também operar com swing trade. “Um trader de sucesso precisa fazer operação longas (também)”, complementa.
“Vigaristas”
Al Brooks lembra que, quando começou a operar no mercado financeiro na década de 1980, não havia controle nos Estados Unidos do que se dizia sobre o assunto.
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“Todo mundo fazia afirmações absurdas”, lembra, acrescentado que tinha muitos “vigaristas” no meio.
“Aprendi com mentirosos e ladrões. Demorei para ficar confortável. Demorou bastante para cair ficha. Eles mentem”, afirma sobre o que passou quando começou como trader, após abandonar a bem-sucedida carreira de cirurgião oftalmologista, que tanto sua família queria que fosse – chegou a publicar de 30 a 40 artigos acadêmicos.
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Médico e trader
Uma diferença que aponta entre ser médico e trader é o fato de o segundo ser uma função muito solitária e de autoaprendizagem permanente.
“Os traders são glamorosos, tem vida mirabolante. Tenho vida calma, gosto de pensar, olhar os gráficos e perguntar o que aconteceu (na operação)”, afirma.
“Quando acontece algo diferente (na operação) do que esperava, ao contrário do que pensava, dedico a saber o que aconteceu e porque aconteceu ao contrário. Ouça quem tem opinião contrária. Respeite as pessoas contrárias”, orienta.
Al Brooks diz, por fim, que publica livros sobre trade para ajudar as pessoas a atuar na área. “Na verdade, não ganho nada mais por livro. Quero fazer o bem”, afirma.
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