Suzano afunda até 6%, MRV salta 4% um dia antes de balanço e small cap dispara 20% “misteriosamente”

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa acentuou a queda após a abertura das Bolsas dos Estados Unidos e fechou no negativo nesta segunda-feira (6), com apenas 13 das 59 ações do índice registrando alta superior a 1%.

Destoou entre as altas a ação da MRV, que saltou mais de 3% um dia antes de divulgar seu balanço do 4° trimestre. Do outro lado, as ações da Suzano lideraram as perdas (-6%) do índice, descoladas do movimento do dólar frente ao real. A concorrente Fibria também fechou em forte queda. 

Além delas, destaque para a ação de peso da Vale, que afundou entre queda do minério de ferro e notícia sobre substituto de Murilo Ferreira no comando da companhia. 

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Veja abaixo os destaques da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 15,88, -0,44%%;PETR4, R$ 15,10, -1,44%)

As ações da Petrobras viraram para queda nesta tarde, descoladas do movimento do petróleo, que recuperou parte das perdas registradas mais cedo. O petróleo Brent registrava alta de 1,18%, a US$ 56,00 o barril, enquanto o WTI caiu 0,24%, a US$ 53,20 barril.

No noticiário da empresa, de acordo com a coluna do Estadão, a parceria da Petrobras com a francesa Total vai garantir para a petroleira mais do que os R$ 2,2 bilhões anunciados. Em comunicado interno, Pedro Parente diz que o acordo de tecnologia também pode render outros R$ 500 milhões, informa a coluna.  

Via Varejo (VVAR11, R$ 10,64, -4,74%)

A unit da Via Varejo amenizou a queda de até 6,36% registrada nesta sessão, após o Grupo Pão de Açúcar informar que não pode confirmar se a venda da companhia, notícia que tem sido um catalisador para as ações, realmente ocorrerá. Essa foi a terceira queda seguida da unit, que acumula no período desvalorização de 10%. Do início de fevereiro para cá, contudo, os papéis registram ganhos de 22%. 

Vale (VALE3, R$ 31,10, -2,26%; VALE5, R$ 29,39, -3,10%)

Os papéis da Vale caíram forte hoje, acompanhando o preço do minério de ferro, que fecharam no negativo após os estoques nos portos chineses subirem ao mais alto nível em pelo menos 13 anos. No mesmo sentido, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 22,65, -0,96%) – holding que detém participação na Vale – tiveram queda nesta sessão. 

O contrato do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em queda de 2,5 por cento, a 661 iuanes (96 dólares) a tonelada, na negociação asiática. O minério para entrega imediata na China caiu abaixo de 90 dólares nesta segunda-feira, segundo o Metal Bulletin, para 89,73 dólares por tonelada, queda de 1,74%. A holding da Vale, a Bradespar (BRAP4, R$ 22,51, -1,57%), também registra queda. 

Além disso, atenção para a entrevista de Fernando Coelho Filho à Reuters, em que afirmou que o substituto de Murilo Ferreira na Vale poderá sair até abril.

Papel e celulose

As ações do setor de papel e celulose caíram, apesar de um relatório positivo do BTG Pactual sobre Fibria (FIBR3, R$ 25,75, -3,59%) e dia de alta do dólar frente ao real. Embora tenha registrado queda pela manhã, o dólar comercial encerrou essa sessão em alta de 0,38%, a R$ 3,1263 na compra e R$ 3,1270 na venda. As ações da Suzano (SUZB5, R$ 12,43, -5,33%) lideram as perdas do Ibovespa, tendo atingido na mínima do dia queda de 3,81%, a R$ 12,63, enquanto a Klabin (KLBN11, R$ 15,11, -1,76%) apresentou queda mais amena. 

Em relatório, o BTG Pactual apontou que a Fibria ainda está em um “momentum” positivo por conta do preço da celulose e que as perspectivas para 2017 são favoráveis. O fortalecimento do real segue como um vento contrário, mas os analistas do banco seguem com recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo de R$ 38,00.

 Renova (RNEW11, R$ 6,12, -3,16%)

As ações da Renova chegaram a cair mais de 7% na sessão desta segunda. Após duas fortes altas com a notícia de que a Brookfield está perto de comprar fatia na Renova, a companhia informou que não existe decisão formal sobre venda de ativos, o que levou à queda de suas units. Porém, logo na primeira hora do pregão, os papéis amenizaram as perdas. 

 “Embora esteja avaliando diversas opções para reduzir seu endividamento e adequar seu plano de negócios, não existe qualquer decisão formal sobre a venda de ativos além do Projeto Alto Sertão II”, disse a companhia em comunicado de esclarecimento. Ela ainda informou que tampouco há decisão formal sobre o lançamento de ações no mercado ou ingresso de novo acionista em seu quadro acionário, disse a empresa.  

 Usiminas (USIM3, R$ 8,89, +1,60%; USIM5, R$ 5,12, -1,35%)
 Os papéis da Usiminas amenizaram os ganhos nesta sessão, após a notícia de que acionistas da sua controlada Mineração Usiminas (Musa) aprovaram nesta sexta-feira a proposta de redução do capital social no valor de 1 bilhão de reais. Com isso, os acionistas da Musa receberão reembolso de capital, sendo 700 milhões de reais para a própria Usiminas, acionista majoritária, que assim poderá honrar acordo de refinanciamento assinado no ano passado com bancos credores.

“Nós enxergamos isso como um desdobramento positivo, pois investidores estavam preocupados com a possibilidade de a redução de capital não ser aprovada e consequências negativas a partir daí”, escreveram os analistas do Bradesco BBI Thiago Lofiego e Arthur Suelotto, em nota a clientes. 

Na máxima do dia, as ações ONs da siderúrgica subiram 6,29%, a R$ 9,30, enquanto as PNs avançaram 2,31%, a R$ 5,31.

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 14,37, +3,46%)
As ações da MRV Engenharia apareceram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, um dia antes da divulgação do seu balanço do 4° trimestre. No radar, um relatório do BTG Pactual comentou que a MRV deve ser o destaque positivo do setor, sendo a única empresa a apresentar crescimento de lucro na comparação anual, enquanto Eztec (EZTC3, R$ 20,08, +2,71%) e Cyrela (CYRE3, R$ 13,19, +0,38%) devem divulgar lucro baixo. Já as demais empresas os analistas esperam que divulguem algum prejuízo, com destaque negativo para a Gafisa (GFSA3, R$ 2,41, +2,12%), com perdas estimadas em R$ 100 milhões.

Saraiva (SLED4, R$ 5,71, -3,55%)
Outra ação que reagiu com baixa à negativa de negociação é a Saraiva. Em entrevista ao Estadão, a Livraria Cultura negou que esteja em processo de venda para a Saraiva, notícia esta que havia movimentado os papéis SLED4 no mês passado. Na mínima do dia, os papéis caíram 5,78%, a R$ 8,48.

BRF (BRFS3, R$ 40,60, +0,97%)

As ações da BRF registraram a maior alta do Ibovespa, embora tenha amenizado a valorização. Na máxima do dia, os papéis subiram 4,33%, a R$ 41,95. De acordo com a coluna Radar Online, da Veja, apesar da falta de bons resultados na BRF, o presidente Pedro Faria tem todo o apoio de Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração, para continuar no comando da empresa.

Ainda em destaque, os EUA confirmaram  uma cepa do vírus da gripe aviária H7. Um caso da gripe aviária H7 altamente patogênica foi encontrado no domingo em uma fazenda do Tennessee com contrato com a gigante de alimentos dos EUA Tyson Foods. De acordo com o Itaú BBA, a notícia é potencialmente negativa para a JBS (JBSS3, R$ 11,66, +0,60%), enquanto a BRF seria a maior beneficiada, podendo acelerar  o ritmo de recuperação de margem para a empresa.

 CSU Cardsystem (CARD3, R$ 13,91, +5,06%)

Pela quarta sessão seguida, as ações da CSU Cardsystem tiveram fortes ganhos e já acumulam valorização de 185% no ano. O balanço da companhia será divulgado no próximo dia 9 de março, depois do fechamento do pregão. 

Em 21 de fevereiro, quando as ações já registravam fortes ganhos, a companhia informou à CVM desconhecer o motivo para alta tão expressiva. “Todavia, com o intuito de auxiliarmos, informamos que a Sul América, acionista que detinha 17,2% de participação sobre o capital social da CSU em março de 2016, alienou sua participação acionária para menos de 5% de participação, conforme último ‘comunicado ao mercado’ enviado à CVM em 14 de fevereiro de 2017.

A relevante redução de participação da Sul América sobre o Capital Social da CSU ampliou consideravelmente a liquidez das ações de emissão da Companhia em Bolsa de Valores. Não é do conhecimento da companhia qualquer outro fato que possa ter gerado a oscilação no número de negociações”, apontou na época. Atualmente, a companhia está em período de silêncio. 

Springs Global (SGPS3, R$ 10,80, +13,68%)
As ações da small cap Springs Global viveram mais um dia de disparada na Bovespa e forte volume financeiro. Essa foi a quarta alta seguida dos papéis, embora o movimento mais expressivo tenha ocorrido nos últimos dois pregões, quando as ações subiram 23%. Neste momento, o volume financeiro movimentado com o papel era de R$ 14,4 milhões, contra média diária de R$ 1,6 milhão. 

Em resposta à BM&FBovespa sobre a oscilação recente dos papéis, a diretora de relações com investidores da empresa, Alessandra Gadelha, disse que não há nenhum fato do conhecimento da companhia que pudesse justificar a movimentação dos papéis. A informação foi divulgada ao mercado nesta manhã no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).