Ações do Méliuz fecham com salto de 13,60% após 3 sessões de queda e varejistas sobem forte; Aeris cai 14% após divulgar projeções

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (21)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma sessão de segunda-feira bastante conturbada bastante conturbada por conta do risco da gigante imobiliária da China Evergrande, o pregão desta terça-feira (21) foi de recuperação para a Bolsa brasileira.

Depois de um início bastante volátil, o Ibovespa passou a registrar ganhos, fechando em alta de 1,29%. Algumas varejistas, que registraram forte queda nas últimas sessões, foram destaque, também em meio à queda dos principais contratos de juros futuros, tanto acompanhando a recuperação global e com a sinalização de líderes do Executivo sobre a questão dos precatórios.

Após a reunião entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, Lira afirmou que a solução para o pagamento dos precatórios respeitará o teto de gastos e abrirá espaço para o novo programa social, o Auxílio Brasil. Pacheco apontou que a ideia é buscar “alternativas para a liquidação” dos precatórios.

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Papéis do Méliuz (CASH3, R$ 7,60, +13,60%) foram destaque de ganhos, em alta de 13,60%, após três sessões de forte queda. As ações da Via (VIIA3, R$ 8,78, +11,28%) também registraram alta expressiva, de mais de 11%. A Via afirmou que conseguiu sair de um patamar de cerca de 10 mil vendedores para 100 mil em um prazo de nove meses, superando a estimativa inicial de alcançar até 90 mil em 2021. Americanas (AMER3, R$ 36,81, +3,81%), em forte queda no ano, também subiram forte.

Ainda em destaque, os ativos da CVC (CVCB3, R$ 21,94, +6,50%) também tiveram expressivos ganhos. A companhia divulgou que  fechou agosto com dívida bruta de R$ 1,2 bilhão e R$ 900 milhões em caixa. Além disso, as reservas de viagens domésticas  em agosto atingiram o equivalente a 91% do mesmo mês de 2019; já as reservas internacionais atingiram o equivalente a 32% do mesmo mês de 2019. O movimento também ocorre após o anúncio dos EUA de suspender as restrições de viagens para estrangeiros totalmente vacinados a partir de novembro.

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 25,63, +1,59%;PETR4, R$ 25,21, +2,27%) e PetroRio (PRIO3, R$ 19,26, +1,74%) fecharam com ganhos entre 1,5% e 2,3%%, ainda que em um dia de leves ganhos para o petróleo, com o contrato futuro do brent para novembro em alta de 0,60%, a US$ 74,36, e o WTI em alta de 0,50%, a US$ 70,49.

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Por outro lado, as ações da Vale (VALE3, R$ 84,12, +0,97%) fecharam com ganhos, mas não tão expressivos, mesmo após a forte queda nas últimas sessões com o minério. Os futuros do minério de ferro deram um respiro depois das perdas na segunda-feira, embora se mantenham abaixo de US$ 100 a tonelada com as restrições à produção de aço da China e preocupação com o mercado imobiliário no país. Em Singapura, eles eram negociados com alta de 0,6%, cotados a US$ 94,15 a tonelada.

Os preços caíram mais de 11% na segunda-feira com as medidas da maior produtora de aço do mundo para cumprir a meta de reduzir os volumes este ano e melhorar a qualidade do ar. Os preços acumulam baixa de cerca de 60% desde a máxima em maio, afetando ações de mineradoras. Já as siderúrgicas tiveram movimentos distintos, com Usiminas (USIM5, R$ 14,02, +2,19%) avançando cerca de 2%, enquanto CSN (CSNA3, R$ 28,77, -0,38%) e Gerdau (GGBR4, R$ 24,15, -0,90%) tiveram leves quedas. Analistas têm destacado oportunidade em siderúrgicas em relação à Vale em meio ao cenário incerto para o minério de ferro. O BBI destaca a Usiminas como top pick. 

Já entre as quedas, a Aeris (AERI3, R$ 7,75, -14,17%) teve baixa de mais de 14% após a divulgação de novo guidance. Segundo a XP, as novas projeções corroboram a preocupação em relação à velocidade na retomada dos níveis de rentabilidade.

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Confira mais destaques:

Braskem (BRKM5, R$ 58,46, +0,12%)

A Novonor informou à Braskem que ainda não tomou uma decisão sobre a forma pela qual vai se desfazer de sua participação de controle na companhia, afirmou a petroquímica em comunicado ao mercado na segunda-feira.

O texto foi produzido depois que B3 e CVM pediram esclarecimentos à petroquímica sobre notícia publicada no jornal Valor nesta segunda-feira a respeito de apresentação de “modelo para venda da Braskem”.

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A Braskem afirmou que “não tem conhecimento das informações constantes da notícia”. A empresa também enviou comunicado da Novonor, questionada a respeito pela companhia no sábado. No documento a Novonor, antiga Odebrecht, afirma que entre as alternativas para a venda de sua participação na Braskem está uma “alienação através do mercado de capitais”.

Brasil Agro (AGRO3)

A BrasilAgro anunciou que vendeu, por R$ 130,1 milhões, parte da Fazenda Rio do Meio, localizada no município de Correntina (BA), conforme fato relevante divulgado ao mercado.

Segundo o comunicado, o valor do negócio é equivalente a 250 sacas de soja, cerca de R$ 45,5 mil, por hectare útil.

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“O comprador já realizou pagamento inicial no valor de R$ 5,3 milhões e realizará pagamento adicional de R$ 10,6 milhões ainda em 2021. O saldo remanescente será pago em sete parcelas anuais”, acrescentou a empresa.

Aeris (AERI3, R$ 7,75, -14,17%)

A Aeris divulgou seu guidance para 2021-2022 com métricas de produção, receita, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e capex.

Os números são os seguintes: (i) produção de 3,1–3,2 GW e 4,3–5,2 GW em 2021-22, com receita líquidas de R$ 2,4–2,7 bilhões e R$ 3,3 bilhões e 4,0 bilhões em 2021-22, respectivamente, refletindo a continuidade do aumento da utilização da capacidade instalada nos próximos anos; (ii) Ebitda ajustado (incluindo benefícios fiscais da SUDENE) de R$ 200 milhões –250 milhões e R$ 300 milhões – 450 milhões em 2021-22, respectivamente, implicando em margens de 8,8%–10,3% para 2021-22 ; e capex de R$ 350 milhões – R$ 400 milhões e R$ 50 milhões – R$ 120 milhões para 2021-22,.

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No curto-prazo, os analistas não veem muita diferença versus as estimativas (2021 praticamente em linha), mas apontam que valem comentários olhando pra 2022:

“Achamos que o guidance corrobora nossa preocupação em relação à velocidade na retomada dos níveis de rentabilidade (principal motivo do nosso downgrade recente para neutro), com indicativo de margem levemente pior que nossas estimativas (e que já estavam bem abaixo vs. a média de consenso). E agora vemos um espaço limitado de revisão de alta para estimativas de receita, já que o nosso número (e de consenso) de R$ 4 bilhões pra receita em 2022 estão em linha com o topo do guidance”, aponta a XP, que segue neutra em relação ao papel, com preço-alvo de R$ 10 para a ação em 2022.

Renova (RNEW11, R$ 8,91, +2,41%)

A empresa brasileira de energia renovável Renova Energia, atualmente em processo de recuperação judicial, aceitou a proposta da empresa de private equity Vinci Partners para adquirir uma subsidiária por R$ 266 milhões.

O conselho da empresa é favorável à venda, mas a proposta exigirá a aprovação do tribunal de falências, disse a empresa nesta terça-feira.

Energisa (ENGI11, R$ 43,53, +2,18%)

A Energisa contratou um financiamento de R$ 166 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empreendimento da Energisa Tocantins Transmissora (ETT), conforme comunicado na segunda-feira.
O custo deste financiamento é de IPCA mais 4,90% ao ano, com prazo de 238 meses, sendo 38 de carência e 200 meses de pagamentos mensais de juros e amortização.

Raízen (RAIZ4, R$ 7,28, +2,39%), Cosan (CSAN3, R$ 23,30, +1,22%)

A Raízen anunciou na segunda sua primeira venda de longo prazo para gás natural renovável, ou biometano, com a Yara Brasil Fertilizantes, em um contrato de cinco anos, conforme comunicado divulgado nesta segunda-feira.
O volume envolvido na transação é de 20 mil metros cúbicos por dia, acrescentou a companhia, que é controlada pela Cosan.

A Cosan ainda fechou a compra de 47% de participação no Grupo Radar por R$ 1,479 bilhão. Com a aquisição, a empresa passará a deter mais de 50% do capital social da Radar, gestora de 390 propriedades agrícolas.

Petz (PETZ3, R$ 26,27, +3,02%)

A Petz recebeu a carta de renúncia de Diogo Ugayama Bassi do cargo de Diretor Financeiro (CFO) e de Relações com Investidores. Na sequência, em reunião realizada nesta data, a empresa elegeu Aline Ferreira Penna Peli para o cargo de CFO e de Relações com Investidores.

Aline Penna assumirá o novo cargo a partir do dia 1 de outubro de 2021 e, conforme destaca a companhia, possui quase 20 anos de experiência profissional, tendo sido, antes de se juntar à Companhia, Diretora Executiva de Estratégia, M&A,
Business Development, Venture Capital e Relações com Investidores da Arezzo&Co, onde atuou por cerca de 5 anos. Aline tem também 14 anos de experiência profissional no Mercado Financeiro, nas áreas de Buy-Side Equity Research, tendo sido analista-sênior no HSBC Asset Management e no Bradesco Asset Management com foco na cobertura de empresas do segmento de Consumo e Varejo no Brasil e na América Latina, além de Private Equity e Investment Banking/M&A. A Sra. Aline é graduada em Administração pela Fundação Getúlio Vargas.

Diogo permanecerá na companhia até o dia 17 de outubro de 2021. Assim, apoiará o início do processo de transição de suas atividades para Aline.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,60, 0%)

O Bank of America Global Research revisou a tese de investimento na Marcopolo, e reduziu o preço-alvo de R$ 4,4 para R$ 3, frente a R$ 2,35 da cotação de segunda, mantendo a avaliação underperform (perspectiva de valorização abaixo da média do mercado).

O banco avalia que a equipe de gestão da Marcopolo fez um bom trabalho durante a crise, ajustando rapidamente sua estrutura de custos, lançando novos produtos e vendendo operações não lucrativas. A empresa foi, no entanto, a mais atingida pela Covid no setor automotivo sob a cobertura do Bank of America. O banco avalia que o terceiro trimestre pode ser o ponto mais baixo, seguido por uma recuperação gradual.

Jalles Machado (JALL3, R$ 9,35, 0%)

O Bank of America Global Research iniciou a cobertura da Jalles Machado com avaliação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) e preço-alvo de R$ 12. O banco diz que, apesar de a empresa se beneficiar de bons preços de commodities, acredita que ela opera com um nível alto de hedge, o que limita a exposição a preços pontuais altos, opera 100% com arrendamento, com altos investimentos e com limitações à distribuição de capital.

WEG (WEGE3, R$ 39,75, +2,21%)

Na semana passada, a WEG anunciou uma nova linha de produtos, chamada WEG Home, focada em automação do lar. O Credit Suisse avalia esse anúncio como importante porque ele abre espaço para novo crescimento vertical para a companhia e fortalece sua parceria com clientes residenciais. Assim, o banco mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para a WEG, e preço-alvo de R$ 38,89, frente à cotação de segunda de R$ 46.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.