Ações de petroleiras estendem perdas e 3R (RRRP3) fecha em queda de 10%, com novo elemento na “tempestade” para o setor

3R foi destaque de queda, mas ações da companhia e de outras petroleiras tiveram baixa amenizada, enquanto Petrobras zerou desvalorização

Lara Rizério

(Divulgação)

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Após a forte queda com a notícia do fim do pregão da última terça-feira (28) com o anúncio de estabelecimento de um imposto de exportação sobre o petróleo cru, as ações das petroleiras tiveram um dia de baixa na sessão desta quarta-feira (1), ainda que algumas delas amenizassem as perdas registradas mais cedo.

Os ativos da 3R Petroleum (RRRP3) tiveram a baixa mais extrema, de 10,46%, a R$ 32,60, enquanto PetroReconcavo (RECV3) teve perdas de 4,66%, a R$ 26,98 e Enauta (ENAT3) caiu de 3,70%, a R$ 13,27. PRIO (PRIO3), por sua vez, amenizou bem as baixas e fechou com baixa de 0,95%, a R$ 33,38, após atingir uma mínima de R$ 31,44 no dia. Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4), que chegaram a cair mais de 3% no intraday, fecharam perto da estabilidade, com PETR3 estável, a R$ 28,75, e PETR4 em leve alta de 0,24%, a R$ 25,30.

Ontem, PRIO3 caiu 9,04%, enquanto 3R teve perdas de 6,97% e RECV3 teve baixa de 6,01%. A Enauta teve perdas mais tímidas, baixa de 1,85%, enquanto PETR3 caiu 4,39% e PETR4 teve baixa de 3,48%.

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Nesta manhã, além de seguir a repercussão do imposto sobre a exportação – que, segundo analistas, têm um impacto maior para os números da PRIO, mas afeta a percepção do mercado como um todo – a notícia de que o Ministério de Minas e Energia (MME) pediu à Petrobras a suspensão de venda de ativos por 90 dias foi considerado mais um baque para o setor.

O impacto é especialmente forte para a 3R, que teve na véspera a aprovação da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) para a aquisição de Potiguar da petroleira estatal, sendo a etapa seguinte a aprovação do Ibama. Esta é uma das duas aquisições pendentes de conclusão, sendo a outra a aquisição de Bahia Terra para a PetroReconcavo, operação esta que ainda não foi firmada.

Essas pendências inclusive justificam a reação mais forte de queda das ações de RRRP3 e RECV3 em relação a outras do setor na sessão. Isso uma vez que, conforme aponta o Goldman Sachs, o anúncio pode levar a um aumento da incerteza sobre as próximas vendas de ativos. Contudo, reforçam, os processos já assinados (e, portanto, possivelmente com cláusulas punitivas no caso de qualquer parte desistir da venda) podem ser menos arriscados, conforme destacado pela própria estatal.

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A companhia disse que o Conselho de Administração analisará os processos em curso, sob a ótica do direito civil e dentro das regras de governança, “bem como eventuais compromissos já assumidos, suas cláusulas punitivas e suas consequências, para que as instâncias de governança avaliem potenciais riscos jurídicos e econômicos decorrentes”.

O JPMorgan também considera que há uma probabilidade baixa da venda do Potiguar para a 3R ser suspensa, apesar de avaliarem que, enquanto a solicitação do MME afirma que a suspensão deve respeitar governança, compromissos e interesses da Petrobras, não se sabe quais projetos estariam em um estágio em que eles seriam concluídos de qualquer maneira. A incerteza faz as ações caírem mais de 10% na sessão.

Os analistas do banco ainda destacaram ter sido pegos de surpresa com o pedido do Ministério, pois acreditavam que mudanças estratégicas seriam implementadas à medida que novos diretores e membros do Conselho entrassem para
Petrobras.

Cabe ressaltar que, após o fechamento do mercado, Petrobras, PRIO e Enauta divulgam seus resultados. No caso da estatal, os investidores também seguem na expectativa pelos dividendos, com a reoneração dos combustíveis colocando em xeque a política de pagamento de proventos, além da política de preços de combustíveis.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.