Ação da Cogna salta 10%, bancos sobem até 5% e Vale vai a R$ 100; B2W cai 4%, Natura & Co. dispara e mais reações a balanços

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (5)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Encerrando uma semana de forte volatilidade para o Ibovespa, a sessão foi de ganhos significativos para o índice e, consequentemente, para boa parte das ações que compõem a carteira teórica.

Com o maior ânimo internacional após os números do mercado de trabalho nos EUA surpreenderem com a geração de 379 mil vagas em fevereiro, acima da expectativa de 182 mil postos compilada pela Refinitiv, papéis de companhias de commodities tiveram fortes ganhos. Por outro lado, o dado também corrobora a projeção de inflação mais alta no radar, o que leva a uma alta no rendimento dos Treasuries, o que tem gerado cautela para os investidores nas últimas sessões no exterior.

Com isso, papéis como de Vale (VALE3, R$ 100,21, +5,79%), que foi aos R$ 100, CSN (CSNA3, R$ 37,00, +5,08%) e Usiminas (USIM5, R$ 17,79, +5,83%) e, em menor intensidade, de Gerdau (GGBR4, R$ 27,62, +2,64%) subiram forte, também na esteira da resiliência dos preços de minério e de aço.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Vale ressaltar que, na véspera, o Ibovespa já havia subido forte após a aprovação da PEC Emergencial no Senado, levando a um alívio fiscal e com os investidores indo em busca de ações ‘descontadas’.

Nesta sessão, a maior alta do Ibovespa ficou para os ativos da Cogna (COGN3, R$ 4,07, +10,00%) que, contudo, ainda acumula baixa de 12,10% no ano. Nesta semana, Thiago Salomão e Renato Santiago, do Stock Pickers, conversaram com Bruno Giardino, diretor de RI da companhia, que destacou os motivos para o Cogna Day, realizado em dezembro, não ter conquistado o mercado, e apontou as perspectivas para a companhia de educação.

Quem também registraram ganhos na sessão e na semana foram os bancos privados, com Bradesco (BBDC3, R$ 22,52, +5,48%; BBDC4, R$ 25,04, +4,73%), Santander Brasil (SANB11, R$ 40,47, +4,44%) e Itaú (ITUB4, R$ 27,63, +3,72%) com alta entre 3,5% e 5,5%. Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,60, +1,86%) também teve ganhos, ainda que mais modestos.

Continua depois da publicidade

O começo da semana foi conturbado com o anúncio da elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida pelo setor financeiro de 20% para 25% em contrapartida a zeragem de impostos sobre gás e diesel, mas foi compensado posteriormente com o cenário de maior alívio fiscal com a PEC Emergencial, ainda que muitas incertezas estejam no radar. 

A temporada de resultados também é destaque.  Os papéis da Lojas Americanas (LAME4, R$ 23,92, -2,61%) e de sua controlada B2W (BTOW3, R$ 71,49, -4,27%) caíram após o balanço. Enquanto isso, Iguatemi (IGTA3, R$ 32,89, +4,51%) viu suas ações em forte alta, de mais de 4%, enquanto a Natura &Co. (NTCO3, R$ 50,51, +6,52%) avançou mais de 6%.

A Lojas Americanas (LAME4) registrou lucro líquido de R$ 400,4 milhões no quarto trimestre de 2020, valor muito próximo aos R$ 398 milhões apurados no mesmo período de 2019. Já a B2W (BTOW3) registrou lucro líquido de R$ 15,6 milhões no quarto trimestre de 2020. No mesmo período do ano anterior, a companhia havia registrado prejuízo de R$ 22,3 milhões.

A rede de shopping centers Iguatemi (IGTA3), sócia de 16 empreendimentos, teve lucro líquido de R$ 82 milhões no quarto trimestre de 2020, queda de 26,7% em relação ao mesmo período de 2019. No acumulado do ano, o lucro líquido somou R$ 202,3 milhões, baixa de 35,6% em relação ao ano anterior.

A Natura &Co. (NTCO3), por sua vez, registrou lucro de R$ 175,7 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 176,1 milhões observado no mesmo período do ano anterior. Este resultado não inclui o efeito de Alocação de Preço de Compra (PPA, na sigla em inglês), que envolve a aquisição da Avon. Considerando o PPA, houve lucro de R$ 22,3 milhões em 2019, o que fez o resultado do último trimestre de 2020 saltar 687,5%.

Destaque de alta também para a PetroRio (PRIO3, R$ 100,06, +7,60%), que comunicou na véspera assinatura de um contrato para aquisição de 28,6% de participação no Campo de Wahoo. No ano, a alta é de 42,56%.

A sessão também foi de ganhos para o petróleo: o contrato futuro do brent para maio fechou em alta de 3,92%, a US$ 69,39 por barril na ICE, em Londres, nova máxima desde maio de 2019. Já o WTI para abril subiu 3,54%, a US$ 66,09 por barril, em nova máxima desde abril de 2019, ambos com ganhos de mais de 7% na semana. O movimento aconteceu após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidir por estender os cortes de produção.

Confira mais destaques clicando aqui:

PetroRio (PRIO3, R$ 100,06, +7,60%)

A PetroRio comunicou ao mercado ontem à noite a assinatura de um contrato para aquisição de 28,6% de participação no Campo de Wahoo. Com isso, a fatia da companhia no campo chegará a 64,3%. O contrato foi assinado com a Total E&P.

Somada à parcela de Wahoo adquirida da BP em novembro, a participação da PetroRio na concessão passará a ser de 64,3%, quando concluídas as duas transações.

Vale destacar que, em novembro de 2020, quando houve o anúncio da compra de 35,7% no Bloco BM-C-30 em Wahoo (além de 60% no Bloco BM-C-32 no Campo de Itaipu), as ações da petroleira saltaram cerca de 30% em apenas uma sessão ( veja mais clicando aqui).

De acordo com o Bradesco BBI, este é um movimento positivo e é um dos principais catalisadores para a companhia.

“Com base em nossos cálculos, se a PetroRio conseguir entregar com sucesso seu plano de desenvolvimento para o campo (atingindo ao menos 40 mil barris por dia de produção em 2025), esta aquisição poderia adicionar cerca de R$ 9 ao nosso preço-alvo”, avaliam Vicente Falanga e Gustavo Sadka, analistas do BBI. O preço-alvo atual para PRIO3 do banco é de R$ 90.

Eles também acreditam que a empresa provavelmente tentará comprar os 35,7% restantes da IBV no campo, o que poderia adicionar outros R$ 11 por ação.

Falanga e Sadka reforçaram ainda que esta notícia deve estimular ainda mais um movimento de mudança de posição de ações dentro do setor de petróleo, com exposição às ações da PetroRio e posição vendida em Petrobras (PETR3;PETR4), ainda mais em meio ao movimento de turbulência que vive a companhia estatal e que levou diversas casas de análise a reduzirem a recomendação para o ativo para equivalente à venda.

“Wahoo já tem 4 poços perfurados e 3 descobertas com testes de fluxo, diminuindo o risco para o ativo. Por outro lado, será a primeira vez que a PetroRio desenvolve um ativo do pré-sal, e desafios surgirão, a nosso ver”, apontam os analistas. Desta forma, no momento, eles mantêm a recomendação neutra para o papel, apontando que aguardam mais informações sobre as próximas etapas em Wahoo.

Vale (VALE3, R$ 100,21, +5,79%)

A Vale informa que fechou Contrato comercial de venda de até 750 mil toneladas de minério de ferro para a Mitsui, empresa acionista da mineradora, com 5,42% do capital.

Segundo a empresa, o valor total em reais das vendas durante o período vigente do contrato irá variar de acordo com o preço do minério de ferro, volume vendido e câmbio, visto que o contrato é aderente às condições praticadas no mercado para os demais clientes, levando em consideração o setor relevante, a geografia e o produto.

A Vale informa ainda que há um saldo de R$ 375 milhões. O saldo em 24 de fevereiro utiliza como premissa: volume de 750 mil toneladas; média dos preços do minério de ferro de US$ 100/t; câmbio médio de R$ 5,00.

De acordo com a Vale, o contrato possui termos comerciais e condições comparáveis aos termos de mercado prevalecentes, levando em consideração o setor relevante, a geografia e o produto, e aderentes às condições praticadas no mercado para os demais clientes.

No radar do setor, os contratos futuros do minério de ferro e do aço na China caíram acentuadamente nesta sexta-feira, com os investidores menos otimistas sobre as perspectivas de demanda no maior produtor de aço do mundo.

O contrato mais negociado para o minério de ferro na bolsa de Dalian DCIOcv1 caiu 3,3% para 1.127,50 iuanes (US$ 174,07 ) a tonelada, após bater um recorde de 1.185 iuanes na sessão anterior.

No entanto, o minério de ferro de Dalian caiu 0,1% esta semana, no caminho para sua primeira queda semanal em cinco, dada a intensidade da liquidação de sexta-feira. “Os investidores ficaram assustados com o anúncio do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China de que o país precisa cortar a capacidade de aço para atender às medidas de neutralidade de carbono”, disse Atilla Widnell, diretora-gerente da Navigate Commodities em Cingapura.

O volume de minério de ferro importado estocado nos portos da China atingiu uma máxima em três meses de 127,9 milhões de toneladas esta semana, de acordo com a consultoria Mysteel.

B3 (B3SA3, R$ 56,49, +1,80%) 

A B3 informou lucro líquido de R$ 4,2 bilhões em 2020. O valor representa crescimento de 52,98% na comparação com o lucro de R$ 2,7 bilhões de 2019.

Enquanto isso, a receita da companhia fechou o ano passado em R$ 9,3 bilhões. O resultado representa crescimento de 41,83% ante a cifra de R$ 6,6 bilhões na comparação anual.

Apenas no quarto trimestre de 2020, o lucro líquido da operadora da Bolsa brasileira foi de R$ 1,097 bilhão, aumento de 49,7% sobre o mesmo período de 2019. O lucro líquido recorrente cresceu 34,1%, para R$ 1,159 bilhão.

Já a receita líquida da companhia registrou avanço de 44,4%, ficando em R$ 2,280 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado. O Ebitda recorrente da empresa (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 1,729 bilhão, uma alta de 46,5% sobre igual período de 2019.

A B3 também viu as despesas subirem 10% de um ano para o outro, chegando a R$ 722,5 milhões. As despesas ajustadas somaram R$ 341,7 milhões, aumento de 9,6%.

“Os altos volumes negociados em nossas plataformas ao longo do ano contribuíram com um sólido desempenho financeiro e geração de caixa robusta, que totalizou R$ 6,1 bilhões2 no ano. Os proventos distribuídos aos acionistas no exercício de 2020 somaram R$ 6,2 bilhões (R$ 1,2 bilhões em JCP, R$ 4,1 bilhões em dividendos, e R$ 0,9 bilhões em recompras de ações)”, destacou a empresa em seu balanço.

Além disso, a bolsa ainda declarou que o conselho aprovou: i) a recompra de até 27,6 milhões de ações, representando 1,4% das ações em circulação no mercado; ii) o desdobramento de suas ações de 1 para 3; e iii) o cancelamento de parte das ações que detém em tesouraria, que representam 0,8% de suas ações totais;

“Nossa visão é positiva tanto para os resultados, que apresenta consecutivas melhoras, quanto para as aprovações societárias. Acreditamos que as mudanças societárias podem sinalizar a confiança do Conselho no valor da companhia, além de ser significativo em impacto (cerca de 2% das ações) e ir ao encontro com o movimento de pessoas físicas na bolsa ao desdobrar as ações, o que facilita a compra pelos investidores”, avalia Marcel Campos, analista da XP Investimentos.

Campos manteve a recomendação neutra baseada no atual patamar de preços das ações, que acredita já refletirem boa parte da melhora operacional e crescimento futuro esperados para a companhia.

MRV (MRVE3, R$ 17,08, +2,28%)

A MRV & Co – grupo que abrange os negócios imobiliários de venda, locação e loteamentos – teve lucro líquido consolidado de R$ 196 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 29,8% em relação ao mesmo período de 2019. No acumulado do ano, o lucro totalizou R$ 550 milhões, baixa de 20,3% em relação ao anterior.

O Ebitda consolidado no trimestre foi de R$ 327 milhões, crescimento de 41,9%, e no ano totalizou R$ 1,007 bilhão, leve baixa de 0,2%. A margem Ebitda no trimestre bateu em 19,2%, ganho de 3 pontos porcentuais.

A receita líquida no trimestre atingiu R$ 1,702 bilhão, alta de 19,9%, e no ano totalizou R$ 6,646 bilhões, crescimento de 9,8%.

O crescimento do lucro do grupo no trimestre reflete o avanço dos lançamentos e vendas nos meses anteriores, com diluição de despesas e melhora da margem operacional nas suas linhas de negócios. No trimestre também foi vendido o primeiro empreendimento da construtora americana AHS após sua aquisição pela MRV. O empreendimento foi negociado pelo valor de US$ 57 milhões, gerando um lucro bruto de US$ 17 milhões.

No acumulado de 2020, o lucro foi impactado pelo efeito do resultado financeiro, que gerou uma receita líquida de R$ 47 milhões, montante 65,7% menor do que em 2019.

O Credit Suisse comentou os resultados divulgados pela MRV na quinta, que classificou como “mornos”. O banco destaca que o faturamento cresceu 20% na comparação anual, a R$ 1,7 bilhão. A margem bruta aumentou 0,3%, a 28,4%.

Apesar de as despesas gerais, administrativas e com vendas aumentarem consideravelmente devido ao maior volume de vendas, a MRV manteve um lucro líquido robusto, de R$ 196 milhões, e uma margem saudável de 11,5%, diz o banco. Além disso, a empresa mantém a estratégia de impulsionar a operação de suas subsidiárias e reforçar seu banco de terrenos.

Apesar de ter uma visão positiva sobre a diversificação de suas operações, o Credit mantém cautela, por acreditar que as margens podem continuar a ser pressionadas pela alta dos preços, que devem levar a redução nos descontos garantidos desde o início do ano passado. Assim, o banco mantém avaliação neutra, e preço-alvo de R$ 21,5, frente aos R$ 16,7 de fechamento na quinta.

CCR (CCRO3, R$ 11,74, +0,95%)

A CCR reportou um lucro líquido acumulado de R$ 191 milhões em 2020, uma queda de 86,7% sobre o desempenho do ano anterior.

O Ebitda ajustado da companhia somou R$ 4,71 bilhões no consolidado de 2020, queda de 18,6% sobre o resultado de 2019. A empresa também divulgou os dados pró-forma. Na mesma base de comparação, houve queda de 19,5%, para R$ 4,99 bilhões.

A margem Ebitda ajustada encerrou o ano em 52,7%, uma retração de 8,2 pontos porcentuais em relação a 2019.

Já a receita líquida do grupo alcançou R$ 8,94 bilhões no último trimestre do ano passado, queda de 5,8% sobre um ano antes. No critério pró-forma, houve queda de 7,7%, para R$ 9,35 bilhões.

“A CCR divulgou resultados positivos, porém de leitura complexa devido aos diversos eventos não recorrentes ocorridos no trimestre, que incluíram provisões excepcionais associadas à MSVia, reversão de receitas do Metrô Bahia, baixa contábil (write-off) de ativos fixos no aeroporto de San José, entre outros. Após os ajustes, os números ficaram próximos às expectativas do mercado”, destaca a Levante Ideias de Investimentos.

Os analistas apontam que o ano foi particularmente desafiador para a CCR e demais concessionárias de infraestrutura em decorrência da abrupta e prolongada queda de fluxo de veículos nas rodovias e de passageiros nos aeroportos e metrôs em decorrência da pandemia do Covid-19. A recuperação ocorreu somente nos últimos meses do ano. Nesse momento, reequilíbrios estão em discussão para compensação desse evento de força maior, os quais podem proporcionar ganhos significativos para a companhia e, assim, impactar positivamente suas ações.

Adicionalmente, a empresa reportou sua expectativa (guidance) em termos de investimentos para 2021, totalizando R$ 1,9 bilhão. “É um número elevado, amplificado pelo acordo de leniência no âmbito da Rodonorte, que exigirá desembolso de R$ 547 milhões de reais, e pelos investimentos em concessões recentes, como ViaSul (R$ 375 milhões) e ViaCosteira (R$ 181 milhões)”, destaca a Levante.

Eles apontam que, a despeito dos desafios ainda impostos pela pandemia, mantêm uma visão favorável para a companhia no médio prazo, uma vez que a companhia se encontra adequadamente posicionada para aproveitar as próximas licitações de projetos de infraestrutura esperadas para 2021, que serão fundamentais para reposição da receita que será em breve perdida com o vencimento dos contratos da RodoNorte, em novembro de 2021, e da NovaDutra, em fevereiro de 2022

Lojas Americanas (LAME4, R$ 23,92, -2,61%)

A Lojas Americanas  registrou lucro líquido de R$ 400,4 milhões no quarto trimestre de 2020, valor muito próximo aos R$ 398 milhões apurados no mesmo período de 2019.

O Ebitda consolidado da varejista entre outubro e dezembro ficou em R$ 1,106 bilhão, queda anual de 8,8%. Já no critério da Controladora, o indicador somou R$ 841,7 milhões, recuo de 11%.

Já o Ebitda ajustado da Controladora ficou em R$ 993,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, recuo de 5,8% na relação anual. No critério consolidado, o indicador ajustado somou R$ 1,235 bilhão no período, recuo de 5,4%.

A receita líquida da Controladora chegou a R$ 4,112 bilhões nos três últimos meses de 2020, recuo de 4,8%. No Consolidado, as receitas foram a R$ 7,433 bilhões, avanço de 15%. A venda bruta de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) foi de R$ 13,499 bilhões, avanço de 18,4%.

B2W (BTOW3, R$ 71,49, -4,27%)

Com a disparada das vendas online durante a pandemia de coronavírus, a B2W registrou lucro líquido de R$ 15,6 milhões no quarto trimestre de 2020. No mesmo período do ano anterior, a companhia havia registrado prejuízo de R$ 22,3 milhões.

As vendas totais (GMV) da empresa somaram R$ 9,18 bilhões de outubro a dezembro do ano passado, o que configura um crescimento de 38,2% na comparação anual. Com isso, a B2W viu sua receita líquida subir em 50%, para R$ 3,33 bilhões.

Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 385,7 milhões no período, uma alta de 51,7% frente ao registrado de outubro a dezembro de 2019.

O Bradesco BBI comentou os resultados divulgados pelas Lojas Americanas e pela controlada B2W para o quarto trimestre, destacando que as empresas ensaiam uma fusão. O valor bruto de mercadorias vendidas cresceu 18,4%, abaixo da estimativa do banco de alta de 26,2%. O Ebitda ajustado caiu 11,6%, devido a queda de 11% na receita de lojas físicas, fechadas devido a medidas de lockdown, e a desaceleração do “marketplace” da B2W, com alta de 31% na comparação anual, abaixo da estimativa de 52% do Bradesco.

A B2W adicionou apenas R$ 2,5 bilhões em valor bruto de vendas on-line no quarto trimestre de 2020, levemente acima dos R$ 2,4 bilhões da Via Varejo, que o banco define como a plataforma menos avançada atualmente. Assim, o banco diz esperar que investidores foquem no fato de que o crescimento do valor de vendas brutas do e-commerce alcançou 83% em janeiro e 90% em fevereiro.

O Bradesco diz que espera que tanto as ações de B2W quanto Lojas Americanas tenham desempenho acima da média do mercado no curto prazo. Mas mantém avaliação neutra e não altera o preço alvo das empresas no curto prazo, por avaliar que a concorrência no setor de e-commerce continue elevada.

O banco mantém preferência por atores menores como Enjoei, que está menos exposto aos setores de eletroeletrônicos, e por operar em uma categoria com menor concorrência.

O Bradesco mantém preço-alvo de R$ 29 para as Lojas Americanas, frente os R$ 22,79 negociados na quinta (4), e de R$ 90 para a B2W, frente os R$ 74,68 negociados na quinta.

Confira a análise completa sobre Lojas Americanas e B2W clicando aqui. 

Natura & Co. (NTCO3, R$ 50,51, +6,52%) 

A multinacional brasileira de cosméticos Natura &Co. registrou lucro de R$ 175,7 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 176,1 milhões observado no mesmo período do ano anterior. Este resultado não inclui o efeito de Alocação de Preço de Compra (PPA, na sigla em inglês), que envolve a aquisição da Avon. Considerando o PPA, houve lucro de R$ 22,3 milhões em 2019, o que fez o resultado do último trimestre de 2020 saltar 687,5%.

Os resultados consolidados incluem Natura &Co Latam, Avon International, The Body Shop e Aesop, além das subsidiárias da Natura nos Estados Unidos, França e Holanda.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do quarto trimestre somou R$ 1,254 bilhão, uma alta de 21,3% sobre o mesmo intervalo de 2019.

A despesa financeira líquida somou R$ 248,9 milhões, recuo de 36,2% sobre a despesa financeira líquida do último trimestre de 2019.

A receita líquida do grupo avançou 24,3% no intervalo entre outubro e dezembro do ano passado, sobre o mesmo período de 2019, para R$ 11,997 bilhões. Considerando o PPA, a receita líquida do último trimestre de 2019 foi de R$ 4,652 bilhões, o que fez o indicador saltar 157,9% no período.

No acumulado de 2020, o grupo amargou um prejuízo de R$ 663,7 milhões, contra um lucro de R$ 173 milhões em 2019. Considerando o PPA, o lucro de 2019 foi de R$ 155,5 milhões.

A receita líquida entre 2019 e 2020 cresceu 12,1%, para R$ 36,922 bilhões. Se considerado o PPA, a receita líquida mais do que dobrou, avançando 155,6%.

De acordo com a Eleven Financial, o resultado foi acima do esperado, com destaque para os resultados de Avon International e The Body Shop, que foram bons, a despeito do ambiente mais desafiador em seus principais mercados. “Ressaltamos também a captura de sinergias da Avon em ritmo mais acelerado do que o originalmente estimado, a continuidade da digitalização dos canais e a sólida posição de caixa de R$ 8,3 bilhões ao final do ano”, avaliam os analistas Eric Huang e Tales Granello, que possuem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 65, uma alta de 37% em relação ao fechamento da véspera.

Iguatemi (IGTA3, R$ 32,89, +4,51%)

A rede de shopping centers Iguatemi , sócia de 16 empreendimentos, teve lucro líquido de R$ 82 milhões no quarto trimestre de 2020, queda de 26,7% em relação ao mesmo período de 2019. No acumulado do ano, o lucro líquido somou R$ 202,3 milhões, baixa de 35,6% em relação ao ano anterior.

A queda no lucro da companhia está relacionada aos efeitos da pandemia, que diminuíram as vendas nos shoppings, com impactos, principalmente, sobre a receita de estacionamento e a cobrança de aluguel de lojistas.

Pelo lado positivo, houve um ganho de R$ 18,9 milhões no trimestre com a venda de fração de terreno no Galleria Shopping (em Campinas-SP) para projeto residencial do tipo locação e outra fração no terreno do Iguatemi Esplanada (em Sorocaba-SP) para projeto comercial de alto padrão.

O Ebitda no trimestre somou R$ 162,2 milhões, retração de 19,0%, e no ano totalizou R$ 514,2 milhões, recuo de 19,1%. A margem Ebitda no trimestre foi de 88%, encolhimento de 6,8 pontos porcentuais.

A receita líquida no trimestre chegou a R$ 184,403 milhões, retração de 12,7%, e no ano totalizou R$ 684,243 milhões, encolhimento de 9,3%.

De acordo com a XP Investimentos, apesar da receita de aluguel abaixo do esperado, o resultado final foi um pouco mais forte do que o esperado pelos analistas devido às vendas não recorrentes de terrenos no Galleria Shopping e no Iguatemi Esplanada.

“Dito isso, não vemos isso como um gatilho para as ações e mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 41 por ação, visto que continuamos a ver valor de longo prazo nos valuations atuais. No entanto, destacamos que o fluxo de notícias negativas sobre novos fechamentos de shopping centers e restrições no horário de funcionamento em diversos Estados brasileiros deve continuar pressionando as ações no curto prazo”, avaliam.

Sobre isso, a Iguatemi informou que, diante do avanço da covid-19 e seguindo as orientações do governo do Estado de São Paulo, os Shopping Centers Iguatemi São Paulo, JK Iguatemi, Pátio Higienópolis, Market Place, Iguatemi Alphaville, Iguatemi Campinas, Shopping Galleria, Iguatemi São José do Rio Preto, Iguatemi Ribeirão Preto, Iguatemi São Carlos e Iguatemi Esplanada permanecerão abertos ao público em horário reduzido a partir do dia 6 de março até o dia 19, primordialmente, de 12h às 20h somente para o funcionamento das operações essenciais: farmácias, clínicas de atendimento na área de saúde, bancos e supermercados. As demais lojas estarão fechadas para o público. “Lembramos que os lojistas destes empreendimentos, poderão continuar operando por meio do sistema de delivery e/ou drive thru, respeitando as restrições específicas de cada localidade”, apontou a companhia.

Randon (RAPT4, R$ 13,24, +1,77%)

A Randon teve lucro líquido de R$ 490,4 milhões, mais de 9 vezes os R$ 52,87 milhões registrados no mesmo período de 2019. Em 2020, a alta foi de 168,4%, para R$ 664,7 milhões. A receita líquida foi a R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre, alta de 40,7%. No ano, a receita foi de R$ 5,4 bilhões, 6,5% superior ante 2019.

O Credit Suisse comentou os dados divulgados pela Randon sobre o quarto trimestre. O banco afirma que os resultados ficam acima de sua expectativa. Mesmo levando em conta a exclusão de R$ 407 milhões em ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, o Ebitda ajustado de R$ 279 milhões aumentou 7% na comparação trimestral, e 77% na comparação anual, ficando 30% acima da expectativa do Credit.

A recuperação continuou no trimestre, como resultado do bom desempenho dos mercados de semitrailers e caminhões. Também foi o primeiro trimestre da Nakata Automotiva sob controle da Rondon, o que contribuiu para o bom desempenho do setor de partes de automóveis.

O banco diz esperar que, no futuro, haja pressão devido à alta dos preços da matéria-prima, reduzindo margens brutas. O Credit mantém avaliação neutra (expectativa de valorização dentro da média do mercado), e preço-alvo de R$ 11,5, frente aos R$ 13,01 do fechamento na quinta (4).

Odontoprev (ODPV3, R$ 13,23, +0,84%)

A Odontoprev teve lucro de R$ 83,6 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 16,6% em relação ao mesmo período de 2019. No ano passado, o lucro líquido somou R$ 361,1 milhões, alta de 26,8% no comparativo anual.

O Morgan Stanley comentou os resultados divulgados pela Odontoprev. Na avaliação do banco, a empresa foi capaz de ampliar fortemente o seu número de clientes no quarto trimestre. O banco destaca que os volumes cresceram 1,5% na comparação anual. Mas a queda de 3% nos preços ofuscou parcialmente a alta nos volumes, e as receitas caíram 1,8% na comparação anual. A utilização abaixo dos níveis históricos levou a um grau de liquidez relativa melhor, e a diluição de gastos gerais e administrativos continua a levar a expansão da margem Ebitda.

O banco antevê, para o primeiro semestre, um crescimento limitado de receitas, de 5% na comparação anual, e pressão sobre a margem Ebitda, que espera que caia 5,8% na comparação anual. O Morgan Stanley mantém avaliação equal-weight (expectativa de valorização dentro da média do mercado) para a OdontoPrev, com preço-alvo de R$ 15, frente os R$ 13,12 negociados na quinta (4).

Arezzo (ARZZ3, R$ 78,49, +7,52%)

A Arezzo lucrou R$ 77 milhões no quarto trimestre, 31,4% acima na comparação com igual período de 2019. A fabricante de calçados e bolsas apontou que o número foi influenciado positivamente pela melhora operacional e pelos resultados com a incorporação do Grupo Reserva. Já a maior variação cambial e a alta das despesas financeiras, com maior volume de juros sobre financiamentos feitos durante a pandemia impactaram negativamente.

A receita teve alta de 38% no trimestre, para R$ 644,6 milhões. No setor externo, a receita cresceu 19,1% em reais e teve queda de 9,4% em dólares. O resultado operacional (antes do financeiro) cresceu 24,7%, para R$ 94,8 milhões. O lucro antes Ebitda teve alta de 78%, para R$ 83,2 milhões.

Segundo a Eleven, a companhia reportou fortes resultados, com sólido crescimento em todas as suas marcas e a manutenção do forte ritmo de crescimento do e-commerce. Já a Reserva, no primeiro mês no grupo apresentou seu melhor Natal até o momento e faturou R$ 90 milhões no ano. O crescimento de 61,1% do EBITDA ajustado e lucro líquido de R$ 83 milhões também são destaques positivos no trimestre. A recomendação é de compra para os ativos, com preço-alvo de R$ 92, alta de 26% em relação ao fechamento de quinta-feira.

Tupy (TUPY3, R$ 21,36, -7,49%)

A Tupy lucrou R$ 86 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 18,7% frente igual período de 2019. No ano, contudo, o apresentou prejuízo de R$ 76,21 milhões.

Já a receita líquida da Tupy nos últimos três meses do ano foi de R$ 1,26 bilhão, 11,6% superior na base de comparação anual.  Em 2020, a companhia teve receita de R$ 4,25 bilhões, 17,5% menor frente 2019.

Após o balanço, o Bradesco BBI reforçou recomendação outperform devido à recuperação da indústria automotiva na América do Norte, na Europa e no Brasil mais rápido do que o esperado, e perspectiva de valorização atrativa. E reduziu o preço-alvo baseado no fluxo de caixa descontado de R$ 35 para R$ 33, frente os R$ 23,09 de fechamento na quinta (4).

Ambev (ABEV3, R$ 15,08, +2,03%)

O Bradesco BBI elevou a sua recomendação para a Ambev de underperform (expectativa de valorização abaixo da média do mercado) para neutra (dentro da média), com preço-alvo de R$ 15,50. O banco destaca que a ação da empresa caiu 12% desde que rebaixou sua avaliação para underperform, em janeiro. Agora, o banco diz avaliar que a relação entre risco e recompensa está balanceada.

O banco também revisou sua estimativa para produção de cerveja da Ambev no Brasil de queda de 2% para estável, devido à aprovação no Senado da PEC emergencial, que abre caminho para um novo auxílio emergencial. Mas o Bradesco cortou sua previsão para sua taxa composta de crescimento anual de dez anos da receita em um ponto percentual devido à concorrência mais forte das engarrafadoras de Heineken e Coca-Cola.

Os analistas, no curto prazo, monitoram a concorrência, as notícias sobre lockdowns e o ritmo de recuperação de bares, onde as margens são cerca de 15 pontos percentuais mais altas do que em supermercados para o setor de bebidas.

AES Brasil (TIET11, R$ 16,16, -0,61%)

A elétrica AES Brasil atualizou sua projeção de investimentos para o período entre 2021 e 2025 para cerca de R$ 2,4 bilhões, ante R$ 1,5 bilhão estimados anteriormente, após fechar contrato para fornecer energia à Ferbasa, informou a companhia na quinta.

Azul (AZUL4, R$ 38,14, -0,94%)

Embora a Azul reforce otimismo acerca da recuperação da demanda no Brasil, a companhia aérea cortou 50 voos por dia em março e abril. Com isso, a média deve ficar em torno de 600 voos diários para o período.

“Temos dois a três meses difíceis pela frente. Com o lockdown nas diferentes regiões do País, vamos avaliar o mercado para maio”, afirmou ontem o presidente da Azul, John Rodgerson, em teleconferência com jornalistas.

No entanto, o executivo continua otimista e prevê recuperação da demanda diante da perspectiva de vacinação contra a covid-19 no País. “A vacina está cada vez mais próxima, sabemos o que é preciso ser feito e o brasileiro quer voltar a voar.”

Ele reforçou que a companhia está “confortável” com o plano para 2021, com foco na melhora dos serviços, como a instalação de wi-fi na frota, além do aumento gradual da malha. “Estamos animados para o ano.”

Para 2021, a companhia também está otimista com a Azul Cargo. No quarto trimestre do ano passado, a receita da divisão cresceu 64% em relação ao mesmo período de 2019.

Segundo Rodgerson, o crescimento exponencial do e-commerce deve continuar impulsionando os negócios. “Este é um dos grandes focos de investimentos da Azul Cargo, visando ajudar a transformar a logística no Brasil.”

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,60, +1,86%)

Quatro conselheiros de administração do Banco do Brasil registraram na ata da reunião extraordinária do dia 2 de março seu apoio à gestão do atual presidente da instituição, André Brandão, diante do que chamaram de “especulações veiculadas na imprensa sobre a possível e surpreendente substituição do presidente ainda no início de seu mandato”. O grupo pede que o executivo seja mantido no cargo.

Na semana passada, Brandão avisou o presidente Jair Bolsonaro que colocou o cargo à disposição, o que deflagrou uma corrida política pela sua vaga. O executivo entrou em atrito com Bolsonaro por conta de plano de enxugamento de agências e corte de pessoal do banco.

A ata da reunião extraordinária é assinada por Hélio Lima Magalhães (presidente do conselho), José Guimarães Monforte, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima. Os dois primeiros são indicados pelo Ministério da Economia e os dois últimos, eleitos por acionistas minoritários.

Os conselheiros mencionam a avaliação semestral de desempenho da diretoria executiva, destacando que Brandão é um executivo de reconhecida experiência, elevada competência técnica e inquestionável reputação ilibada.

(Com Reuters e Agência Estado)

Estagnado em sua profissão? Série gratuita do InfoMoney mostra como você pode se tornar um Analista de Ações em 2021. Clique aqui para se inscrever.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.