Por que o mercado não ‘comprou’ a reviravolta da Cogna? Diretor da empresa explica

Falamos muito de Cogna no ano passado. Trouxemos gestores céticos e otimistas, mas agora chegou a vez de conversar com a própria empresa

Renato Santiago Thiago Salomão

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Dizer que os últimos meses foram ruins para a ação da Cogna (COGN3) poderia parecer até um eufemismo.

Os papéis da empresa, que começaram o ano de 2020 na casa dos R$ 12, bateram R$ 3,72 em abril, quando a Bolsa inteira derreteu.

Assim como o resto da Bolsa, a empresa parecia em franca recuperação nos meses seguintes – em julho, a ação já havia passado dos R$ 9. Mas aí ela descolou de novo.

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Após o IPO na Nasdaq de sua subsidiária Vasta, as ações começaram a cair mais um vez e hoje valem R$ 3,68, menos que durante a pandemia.

Falamos muito de Cogna no ano passado. Trouxemos gestores céticos, otimistas e agora chegou a vez de falar com a própria empresa.

Nesta quarta-feira (3) conversamos com Bruno Giardino, diretor de Relações com Investidores da companhia. Confira abaixo os principais pontos da conversa.

Cogna day

Os 3 motivos para o Cogna Day não ter conquistado o mercado:

Expectativa de venda da Saber, o que na opinião de muitos aliviaria a questão da alavancagem da companhia, não foi mencionado no evento, em 14 de dezembro

Guidance de longo prazo pode ter frustrado os analistas sobre onde estaríamos em 2024

Dúvida do mercado sobre onde estará o ponto de inflexão da empresa. Na visão da Cogna, será ainda em 2021.

Evolução

A comparação do primeiro trimestre de 2021 com o primeiro trimestre de 2020 será bem difícil por causa da Covid. 2021 vai ser um ano de recuperação, mas não será tão cedo. Como no curto prazo não devemos ter boas novidades, o investidor não quis esperar.

Pandemia

A pandemia foi considerada nos nossos modelos, talvez não num modo tão intenso. Sim, isso vai ter um impacto na captação de alunos, não há dúvida, vai fazer um ano mais difícil do que esperávamos. Mas, mesmo com toda essa dificuldade, temos certeza que vamos ter um ano com Ebitda maior, mesmo com queda na receita e na base de alunos.

Por que não fechou mais campi?

Talvez o melhor indicador para olhar seria a metragem quadrada de propriedades e salas de aula por aluno, porque aí mostraria se eu fechei unidades pequenas ou unidades grandes. Tem também o ponto de usarmos melhor o espaço: teve campus que não fechamos, mas reduzimos de 1.000 m² para 500 m². O que posso garantir é que tivemos uma redução significativa de custos.

Se a empresa fosse um time de futebol

Cogna seria nosso capitão, mas o nosso camisa 10 hoje é a Vasta. A Platus quer ser a revelação do campeonato e a Saber foi o jogador promissor da categoria de base mas que recebeu uma proposta para jogar no exterior.

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Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney