Ação da JBS tem novo dia de forte queda; TIM salta após balanço positivo e Natura salta quase 5%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (6)

Lara Rizério

(divulgação)

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SÃO PAULO – O megaleilão da cessão onerosa fez as ações da Petrobras (PETR3, R$ 32,41, -0,43%;PETR4, R$ 29,71, +0,20%) registrarem forte volatilidade na sessão desta quarta-feira (6), que se refletiu fortemente no desempenho do Ibovespa. As ações da companhia chegaram a subir mais de 3% no início do pregão, viraram para queda de até 5% com a primeira oferta da companhia (pelo bloco de Búzios, com uma participação de 90%), para depois fecharem praticamente estáveis. Confira clicando aqui a sessão de fortes emoções para a Petrobras e aqui para ver os motivos que levaram a isso.

O leilão praticamente não atraiu os investidores estrangeiros, o que levou a uma forte alta do dólar de 2,22%, voltando ao patamar de R$ 4,08. Contudo, a JBS (JBSS3, R$ 26,60, -5,24%), com receita em boa parte atrelada ao dólar e que se beneficiaria com a alta da moeda, fechou como a maior queda do Ibovespa, em forte perda pelo segundo pregão seguido. Na véspera, os papéis caíram quase 4% na esteira do pedido do novo PGR em rescindir o acordo de delação premiada de ex-executivos da companhia e também com a nova operação da Polícia Federal.

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Natura (NATU3, R$ 31,61, +4,67%), por sua vez, foi o destaque de alta do índice: vale destacar que a base de cálculo para a distribuição de juros sobre capital próprio referentes a 2019, no valor total de R$ 110,6 milhões, é hoje. Assim, para ter direito ao pagamento, o investidor tem que estar com a ação nesta data. A partir de amanhã, os papéis se tornam “ex-juros”, ou seja, não dão mais direito ao pagamento. Além disso, a companhia afirmou que o Cade aprovou a compra da Avon sem restrições.

TIM (TIMP3, R$ 12,47, +4,35%), por sua vez, saltou mais de 4% após o resultado do terceiro trimestre.

Confira os destaques da bolsa neste pregão:

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Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras passou de alta de quase 3% para forte queda, de até 5%, logo na largada do leilão da cessão onerosa, amenizando as perdas no final da manhã. A companhia entrou com a oferta de 90% do consórcio que disputa o pré-sal da Bacia de Búzios e venceu o leilão junto com as chinesas CNODC e CNOOC, com 5% cada uma. O bônus de assinatura é de R$ 68,2 bilhões; o consórcio foi o único a apresentar lance pelo bloco. Tais condições levaram o investidor a ver falta de interesse do estrangeiro pelo leilão, sendo que a Petrobras teve que fazer um aporte maior do que o estimado. Contudo, as perdas foram amenizadas com a percepção de que a companhia não se alavancará tanto e conseguirá colher frutos de sua maior participação no bloco.

A Petrobras também foi a vencedora e a única a apresentar oferta pelo campo de Itapu. A empresa será a operadora do ativo, sem sócias, levando o campo pelo porcentual mínimo de excedente em óleo exigido no edital, de 18,15%. O porcentual equivale a quanto do lucro com a produção as vencedoras se comprometem a repassar à União. Pelas regras, quem oferecer um ágio maior sobre esse porcentual leva a área.

Os blocos de Sépia e Atapu não receberam ofertas, o que fizeram com que as ações da Petrobras amenizassem as perdas e operassem perto do zero no final da manhã.

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O bônus de assinatura acumulado do leilão foi de R$ 69,960 bilhões.

Confira os resultados:
Bloco de Búzios (oferta única)
Consórcio vencedor: Petrobras (90%) com as chinesas CNODC Brasil (5%) e CNOOC Petroleum (5%)
% de óleo oferecido: 23,24%
Ágio: zero
pagamento em bônus de assinatura: R$ 68,194 bilhões

Bloco de Itapu (oferta única)
Vencedor: Petrobras (100%)
% de óleo oferecido: 18,15%
Ágio: zero
pagamento em bônus de assinatura: R$ 1,766 bilhão

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Bloco de Sépia
não houve interessados

Bloco de Atapu
não houve interessados

Vale (VALE3)

O rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), ocorrido em 25 de janeiro, poderia ter tido outro desfecho caso a mineradora Vale tivesse prestado informações corretas sobre a situação da barragem à Agência Nacional de Mineração (ANM).

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“Algumas informações fornecidas pela empresa Vale S.A. à ANM não condizem com as que constam nos documentos internos da mineradora. Se a ANM tivesse sido informada corretamente, poderia ter tomado medidas cautelares e cobrado ações emergenciais da empresa, o que poderia evitar o desastre”, descreve a agência.

Na semana passada, a ANM finalizou parecer técnico sobre o desastre onde aponta “omissões” da Vale, “inconsistências” e “discrepâncias” de informações que deveriam ter sido reportadas ao Sistema de Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM).

Já a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a tragédia em Brumadinho (MG) aprovou nesta terça-feira (5) o indiciamento da mineradora Vale, da companhia alemã Tüv Süd e de mais 22 pessoas das duas empresas por homicídio doloso, lesão corporal dolosa e poluição ambiental por rejeitos minerais com sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, além de destruição de área florestal considerada de preservação permanente.

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Eletrobras (ELET3;ELET6)

O presidente Jair Bolsonaro assinou projeto de lei que prevê a privatização da Eletrobras. Pelo texto, que tem de passar agora pelo Congresso, a União ficaria com uma participação de cerca de 40% do capital – perdendo o controle da operação – depois de um processo de capitalização da empresa.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, depois da privatização, o governo não terá também poder de veto na empresa – por meio da chamada golden share (classe especial de ação com poder de veto em decisões estratégicas da companhia. “(Será) sem golden share”, disse Albuquerque.

Albuquerque espera que a capitalização aconteça no segundo semestre de 2020. O ministro afirmou, no entanto, que as datas dependem do andamento do PL no Congresso. “O Congresso tem autonomia para conduzir o processo legislativo”, disse ele.

Com essa medida, o governo prevê arrecadar pelo menos R$ 16,2 bilhões, que é valor- piso para a mudança de regime da empresa, correspondente ao pagamento da outorga para a União.

TIM (TIMP3)

A TIM Brasil teve lucro líquido de R$ 687 milhões no terceiro trimestre de 2019, um recuo de 48,5% em relação ao mesmo período de 2018. A baixa do lucro se deve a uma distorção na base de comparação, pois a TIM apurou um crédito fiscal extraordinário de R$ 950 milhões que fez o seu resultado disparar no balanço referente ao mesmo trimestre do ano passado.

Já o lucro líquido normalizado, que desconsidera esse e outros efeitos, foi de R$ 619 milhões, representando uma alta de 61,4% na mesma base de comparação. A operadora explicou que as principais alavancas para este desempenho foram o aumento da receita tanto do serviço móvel quanto do fixo, aliado a um forte controle de custos e despesas.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado no terceiro trimestre somou R$ 1,718 bilhão, crescimento de 6,8%. E a receita líquida consolidada totalizou R$ 4,337 bilhões, alta de 2,3%. A TIM apresentou ainda um fluxo de caixa operacional livre normalizado de R$ 1,091 bilhão no trimestre, alta de 20,1%. O investimento totalizou R$ 924 milhões, um crescimento de 6,7%, voltado principalmente para expansão das redes.

Para o Credit Suisse, a tele registrou Ebitda pouco acima do esperado, com destaques aos custos, “com despesas de vendas e melhor custo de rede e interconexões surpreendendo positivamente”. Entretanto, o custo com inadimplência seguiram em alta (+34%), o que levou a um aumento no SG&A nesse trimestre.

Por outro lado, relata o Credit Suisse a companhia já anunciou um plano de ação para reduzir isso e deve ter uma melhora gradual a partir do quarto trimestre. “Acreditamos que o resultado confirma a expectativa de uma aceleração na originarão de receita de serviço de clientes, refletindo uma melhora no ambiente de preço – apesar de que a Claro e Vivo reportaram uma aceleração maior no mesmo trimestre”, escreveu.

AES Tietê (TIET11)

A Aes Tietê registrou lucro líquido de R$ 97,109 milhões no terceiro trimestre, montante 174,57% superior ao reportado no mesmo período do ano passado. O Ebitda somou R$ 254,2 milhões, alta de 22%. Já a receita líquida recuou 7,1%, a R$ 525,015 milhões.

Sobre os resultados, o Brasil Plural avalia ter sido outro trimestre sólido na frente operacional na AES Tietê. Em um trimestre marcado por um cenário hidrológico desafiador, dada a estratégia de alocação de energia no terceiro trimestre, a empresa conseguiu mitigar os impactos do GSF.

O analista Vitor Sousa acrescenta que os custos abaixo do esperado, possibilitaram a entrega de um Ebitda de R$ 254 milhões, além de margens mais fortes do que o esperado. Outro ponto positivo foram o SG&A, que se manteve estável. “Dado o desempenho melhor que o esperado na frente operacional e suas menores despesas financeiras, o resultado final superou nossa previsão”, destacou.

A empresa informou ainda a aprovação da distribuição de R$ 106,4 milhões como dividendos intermediários relativos ao terceiro trimestre, de R$ 0,05333477657 por ação ordinária e preferencial e R$ 0,26667388285 por unit. As ações ficam “ex-dividendos” a partir do dia 11 de novembro.

Gol (GOLL4)

A companhia aérea Gol divulgou que a oferta no mercado doméstico (ASK) aumentou 7,5% e a demanda (RPK) subiu 11,3% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. A taxa de ocupação doméstica foi de 82,8%, alta de 2,8 pontos porcentuais. Já o volume de decolagens subiu 7,1% e o total de assentos aumentou 9,7%.

De forma consolidada, a oferta total (ASK) foi superior em 9,7% devido ao aumento de 10,2% no total de assentos e ao aumento das decolagens em 7,9%. A demanda total (RPK) aumentou 13,3% e a taxa de ocupação consolidada foi de 81,7% (+2,6 p.p.).

Natura (NATU3)

A Natura informou que celebrou um segundo aditivo ao Agreement and Plan of Mergers, originalmente celebrado em 22 de maio, referente à combinação de negócios com a Avon. Segundo o comunicado ao mercado, o aditivo estabelece que a Natura &Co deverá tomar todas e quaisquer ações necessárias para obter as aprovações necessárias para finalização do negócio antes ou na assembleia geral ordinária de acionistas de aprovação das contas de 2019.

A fabricante afirmou que a iniciativa visa “garantir que o saldo de todos e quaisquer prejuízos acumulados, se houver, seja absorvido pela reserva de capital formada quando da contribuição das ações da Natura Cosméticos a ser realizada pelos acionistas controladores”.

“A absorção de prejuízos tem por intenção zerar o saldo de todos e quaisquer prejuízos acumulados em 31 de dezembro de 2019 para mitigar o impacto dos efeitos contábeis da reestruturação societária nos dividendos para os acionistas”, escreveu.

Cosan (CSAN3)

O Bradesco BBI rebaixou para Neutra a recomendação para Cosan, mas elevou de R$ 58 para R$ 61 o preço-alvo para 2020. Segundo o analista Vicente Falanga, o rebaixamento reflete uma proposta de compensação de risco mais equilibrada, o que implica uma vantagem limitada.

Engie (EGIE3)

A Engie registrou lucro líquido foi de R$ 742,7 milhões no terceiro trimestre, alta 56,2% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda foi de R$ 1,581 bilhão, aumento de 55,1%. A margem Ebitda foi de 63,4%, elevação de 22,4 p.p..

A companhia registrou receita operacional líquida de R$ 2,494 bilhões, alta de 0,2%. Já a quantidade de energia vendida, sem considerar as operações de trading, foi de 10.048 GWh (4.551 MW médios), volume 10,3% superior ao comercializado há um ano.

O Credit Suisse destacou que a Engie Brasil reportou resultado consolidando a TAG, que contribuiu com R$ 21 milhões. Já o Ebitda, sem os não recorrentes, TAG e construção, veio 5% acima das expectativas da instituição, “dado o menor custo de energia comprada e a incorporação de novos ativos”.

A Engie anunciou ainda dividendos intercalares de R$ 893,399 milhões, correspondentes a R$ 1,0949497919 por ação. As ações da companhia serão negociadas ex-dividendos intercalares a partir de 3 de dezembro.

A elétrica anunciou ainda pagamento de juros sobre o capital próprio, referentes ao exercício de 2019, no valor R$ 354 milhões, correspondentes a R$ 0,4338619496 por ação – ficando ex-juros a partir de 3 de dezembro.

Eneva (ENEV3)

A Eneva registrou um lucro líquido ajustado de R$ 95,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 46,8%. Excluindo ajustes, o lucro caiu 48,9%, a R$ 89,8 milhões. O Ebitda ajustado recuou 30,9%, para R$ 346,8 milhões, enquanto a margem caiu 4,3 pontos porcentuais, para 40,4%.

A receita líquida atingiu R$ 858,3 milhões, retração de 23,5%. A empresa informou que o terceiro trimestre foi marcado por baixo despacho, atípico para o período, dada a sazonalidade usual das chuvas no país.

Cteep (TRPL4)

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) registrou lucro de R$ 414,6 milhões no terceiro trimestre, aumento de 116,5% na comparação anual. O Ebitda ajustado somou R$ 566,2 milhões, aumento de 9,4%, com margem de 78% (-1,7 p.p.). A receita subiu 8,7%, a R$ 658,5 milhões.

Para o Brasil Plural, a Cteep teve um resultado melhor do que o esperado, com dois eventos não recorrentes impulsionando os resultados. Primeiro, a recuperação na linha de equivalência patrimonial e, segundo, o impacto positivo de R$ 67 milhões na linha de imposto de renda.

“Para finalizar, a dívida líquida/Ebitda encerrou o trimestre em apenas 0,8x, o que nos leva a acreditar que outro pagamento de dividendos extraordinários deve ocorrer este ano, uma vez que o balanço da empresa tem espaço mais do que suficiente para manter seus investimentos em seus projetos greenfield e continuar distribuindo dividendos extraordinários nos próximos anos”, completou o analista Vitor Sousa.

Hermes Pardini (PARD3)

A Hermes Pardini apresentou lucro de R$ 43,4 milhões no terceiro trimestre, alta de 27,2%. Sem os efeitos do IFRS 16, o lucro teria sido de R$ 44,2 milhões, um aumento de 29,6%. O Ebitda subiu 31,9%, a R$ 90,3 milhões, com uma margem de 26,1% (+4,5 p.p.). Já a receita cresceu 9,4%, para R$ 345,8 milhões.

Equatorial (EQTL3) e Itaú (ITUB4)

A Equatorial Energia aprovou investimento por parte do Itaú, por meio da subscrição e integralização de ações preferenciais do capital social da Equatorial Distribuição. Segundo o fato relevante, após determinadas condições serem estabelecidas, nos termos do acordo de investimento, o Itaú subscreverá e integralizará ações preferenciais a serem emitidas pela Equatorial Distribuição no montante de R$ 1 bilhão.

Klabin (KLBN11)

A Klabin informou que contratou linha de financiamento vinculada à execução do Projeto Puma II junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”). Segundo comunicado ao mercado, esta linha de financiamento, que pode ser sacada parcial ou integralmente nos próximos 30 meses, possui montante total de até R$ 3 bilhões, com taxa de IPCA + 3,58% a.a., prazo de vencimento de 20 anos e carência de principal de 2 anos e meio.

“Somada aos financiamentos obtidos junto ao BID Invest, IFC e Finnvera, essa Transação marca o final do processo de contratação de financiamentos vinculados ao Projeto Puma II. Adicionalmente, representa mais uma etapa no exitoso trabalho de alongamento de dívida a custos competitivos, aprimorando ainda mais o perfil de liquidez e endividamento da Companhia”, afirmou.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.