Ações de BR Distribuidora, Natura e Via Varejo sobem mais de 3%; bancos têm baixa com CPMF e Cielo cai 5%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (16)

Lara Rizério

Alta menor da gasolina foi um dos itens que puxou a desaceleração no período

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a superar os 113 mil pontos, atingindo nova máxima intradiária, mas fechou em queda, abaixo dos 112 mil pontos, em meio às notícias de que o governo  após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que “todas as alternativas estão sobre a mesa” sobre a possibilidade da volta da CPMF. A notícia derrubou as ações de bancos, com Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), com baixa entre 1,3% e 2,3%.

Entre os destaques, a BR Distribuidora (BRDT3) subiu mais de 3% após chegar a um acordo sobre programa de demissão voluntária, enquanto a Natura (NATU3) avançou após a Comissão Europeia aprovar a compra da americana Avon pela companhia.

Quem ganhou destaque mais uma vez são as ações da Via Varejo (VVAR3), que já subiram 8,70% na sexta-feira com a visão positiva para a companhia apesar das notícias sobre fraude contábil em seu balanço (veja mais clicando aqui). Vale destacar que, na próxima terça (17), haverá o Investor Day da companhia; o InfoMoney transmitirá ao vivo.

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Atenção ainda para as ações da Vale (VALE3) e da CSN (CSNA3): elas chegaram a avançar com os dados positivos do gigante asiático, mas viraram para queda. No radar da CSN, os ativos tiveram a recomendação elevada pela XP Investimentos para compra, enquanto foram rebaixados pelo Citi para venda. A BRF (BRFS3) avançou mais de 3% após ter a recomendação elevada pelo HSBC, com preço-alvo de R$ 41. Já a Cielo (CIEL3) caiu forte após a Rede estender a clientes de outros bancos recebimento em dois dias.

Fora do índice, a SLC (SLCE3) saltou após a elevação das tarifas sobre exportação na Argentina, o que pode beneficiar a soja brasileira. Veja mais clicando aqui. 

Confira os destaques do mercado nesta segunda-feira (16):

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BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora, o Sitramico/RJ e o Ministério Público do Trabalho (MPT) chegaram a um acordo sobre o programa de demissão voluntária, chamado de Plano de Desligamento Optativo pela companhia.

Segundo informa a BR em comunicado, 1.040 empregados se inscreveram no PDO, dos quais 571 já se desligaram e o restante tem saída programada até maio de 2020. As datas de indenizações permanecem as mesmas, exceto no Rio Grande do Sul, onde as inscrições para o PDO vão até o dia 29 deste mês.

De acordo com a UBS, a companhia tem um longo caminho para percorrer, mas a companhia está na direção certa. Para o ano que vem, há três questões principais: i) recuperação com o ambiente macroeconômico; ii) o impacto das vendas de refinarias e iii) recuperação.

Natura (NATU3)

A Comissão Europeia aprovou nesta segunda a compra da americana Avon pela Natura, após concluir que não haverá problemas de concorrência no mercado europeu.

Bruxelas reconheceu em comunicado que as atividades das empresas coincidem em várias categorias de produtos de beleza e cuidado pessoal. No entanto, detalhou que a compra gerará um aumento “moderado” do market share e enfatizou a combinação das posições de mercado “limitadas” em termos gerais das empresas “nos poucos mercados afetados”.

O governo do bloco também apontou que continuará a haver “uma série de potentes fornecedores concorrentes em todas as áreas de produtos relevantes e nos países do Espaço Econômico Europeu”.

Cielo (CIEL3)

As ações da Cielo caíram até 6,15% para R$ 8,33, maior queda intradiária desde 30 de outubro, após a Rede estender a
clientes de outros bancos recebimento em 2 dias, segundo comunicado do Itaú.

Os clientes da Rede com faturamento de até R$ 30 milhões por ano passam a ser elegíveis ao recebimento do valor das suas vendas com cartão de crédito à vista em 2 dias úteis, sem taxa de antecipação.

Leia mais:
Rede amplia pagamento em 2 dias sem taxa para clientes sem conta no Itaú; Cielo despenca

A expectativa é de que haja um contra ataque da Cielo, com potencial de prejudicar as margens da empresa.

Vale (VALE3)

Já no noticiário sobre a Vale, a RecordTV apurou que barragem de rejeitos da Vale em Nova Lima tem trincas. Em nota enviada por e-mail à Bloomberg, a Vale confirmou as trincas, acrescentando que a estrutura é monitorada regularmente e mostra sinais de estabilidade; assessoria de imprensa da companhia também disse que não há risco iminente de ruptura.

Engie Brasil (EGIE3) e Petrobras (PETR3;PETR4)

A Engie Brasil Energia informou em comunicado ao mercado que comprará os 10% restantes da Petrobras na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG). Segundo a filial brasileira da empresa francesa, a compra será efetuada em parceria com sua sócia canadense, o banco CDPQ.

No dia 11, a Petrobras enviou comunicado à CVM mostrando intenção de vender seus 10% restantes na TAG. No dia 13 a Engie Brasil declarou que, como acionista majoritária da distribuidora de gás natural, junto ao CDPQ, exercerá sua preferência na compra da fatia restante.

A soma não foi revelada e nem a data a ser concluído o negócio. Em junho deste ano, a Engie Brasil e o CDPQ pagaram R$ 33 bilhões e compraram 90% da TAG, que controla gasodutos nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

A Petrobras ainda comunicou à CVM na manhã de hoje que iniciou a divulgação da oportunidade (teaser) para a venda da sua participação na concessão BM-P-2, na Bacia de Pelotas (RS). A Petrobras e a petrolífera francesa Total são parceiras nessa concessão, cada uma com 50%. “O desinvestimento será realizado em conjunto, com a venda entre 30% e 65% da participação na concessão”, informou a petrolífera brasileira.

Trisul (TRIS3)

A construtora e incorporadora paulista Trisul, que tem o foco em empreendimentos imobiliários nas zonas Sul e Oeste da capital paulista, comunicou que comprou oito terrenos, entre setembro e dezembro deste ano.

A incorporadora não informou quanto pagou nos terrenos, mas afirmou que, em Valor Geral de Vendas (VGV), eles equivalem a R$ 1,7 bilhão. O curioso é que no mercado imobiliário a Trisul é conhecida por trabalhar com estoque pequeno de terrenos. A expansão do VGV pode sinalizar uma retomada mais forte do mercado imobiliário em 2020.

Eneva (ENEV3)

A geradora e distribuidora de energia Eneva informou que realizará a sua terceira emissão de debêntures simples, com o objetivo de levantar R$ 650 milhões no mercado.

A Eneva atua nos Estados do Maranhão e Amazonas e possui usinas termelétricas de gás natural. Segundo a empresa, a soma levantada com a emissão será usada como reforço de caixa e em investimentos no Projeto Parque dos Gaviões – Bacia do Parnaíba, onde a Eneva extrai gás natural.

Cada debênture terá o valor de R$ 1 mil e o vencimento dos papéis ocorrerá em oito anos a partir da data da emissão.

Saneamento 

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), a Prefeitura Municipal de Fortaleza e o governo do Estado do Ceará entraram com um pedido na CVM para que a estatal receba o registro de emissora de ações, bem como seja admitida no nível 2 da B3.

A empresa também informou à CVM que pretende fazer oferta pública primária e secundária de ações, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, embora não tenha informado no Fato Relevante quando pretende realizar estas transações. Após a aprovação do novo marco do Saneamento na Câmara dos Deputados na semana passada, a Cagece é uma das primeiras estatais do setor a informar intenção de abrir o capital.

Vale destacar que na sexta-feira o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que pretende realizar no ano que vem a abertura de capital da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). De acordo com ele, a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da estatal tende a ficar para após a aprovação do novo marco regulatório do saneamento, que passou nesta semana pela Câmara e ainda será encaminhada ao Senado.

Sabesp (SBSP3)

A Sabesp tem até o dia 15 de julho de 2020 para apresentar atualização de laudo de avaliação de ativos à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), no âmbito do processo da 3ª revisão tarifária da companhia, prevista para abril de 2021.

A agência explica que “é necessário atualizar o Laudo de Avaliação de Ativos apresentado pela Sabesp na segunda revisão tarifária, e levantar todos os ativos que foram incorporados aos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário existentes na companhia de modo a constituir a Base de Remuneração Regulatória – BRR a ser utilizada na 3ª Revisão Tarifária Ordinária (RTO) da Sabesp.”

A base de remuneração da Sabesp vai considerar o conjunto de ativos imobilizados em serviço incorporados durante o terceiro ciclo, de julho de 2016 a junho de 2019.

O Laudo de Avaliação de Ativos deverá apresentar todas as informações físicas (quantitativas e qualitativas) dos ativos, os respectivos valores novos de reposição ou valor contábil, os índices de aproveitamento aplicados, os municípios correspondentes, planta global e identificação de elegibilidade.

A contratação para estudo, levantamento e avaliação dos ativos será feita pela própria Sabesp.

Nova carteira do Ibovespa

As ações ordinárias da Cia. Hering (HGTX3) entraram na segunda prévia da carteira do Ibovespa para o período entre janeiro e abril de 2020.

Na primeira prévia, as ações da varejista Carrefour Brasil (CRFB3), da operadora de planos de saúde Hapvida (HAPV3), além das units da seguradora SulAmérica (SULA11) entraram na carteira e não foram excluídas na segunda prévia.

Desta forma, a carteira do benchmark da B3, que passa a entrar em vigor a partir de 6 de janeiro de 2020, teria 72 ativos de 69 empresas.

Nenhuma ação foi excluída. A terceira e última versão do índice será divulgada dia 30.

Direcional (DIRR3)

A Direcional informou que Henrique Assunção Paim será novo diretor financeiro da companhia.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.