Ação Petrobras ON cai mais de 4% com anúncio do BNDES de venda de papéis; MRV salta 5% e Natura avança com recomendação

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (13)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa renovou máxima histórica na sessão desta sexta-feira (13), com uma forte alta das ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 8,57, +5,80%), Gerdau (GGBR4, R$ 18,49, +3,24%) e Vale (VALE3, R$ 53,76, +1,53%) com a assinatura de um acordo comercial entre EUA e China, mas que ainda deixou muitas dúvidas entre os investidores.

Entre os grandes destaques, após o susto da véspera quando, no último sinal, os papéis passaram de alta de 8% para queda de cerca de 3% com o comunicado confirmando indícios de fraude contábil, os ativos da Via Varejo (VVAR3) fecharam com fortes ganhos de 8,70% nesta sessão.

A Natura (NATU3) também registrou ganhos após ter a recomendação elevada pelo Bradesco BBI. Outra ação com forte alta foi a MRV (MRVE3), com a continuidade do movimento de ganhos dos últimos pregões em meio a anúncios sobre o FGTS que podem beneficiar as construtoras do segmento de renda mais baixa.

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Enquanto isso, entre as maiores baixas, os ativos ON da Petrobras (PETR3) caíram 4,69% após o BNDES anunciar intenção de vender toda a sua fatia na petroleira em oferta que pode girar até R$ 24 bilhões.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
VVAR3 8.7 10.87
GOAU4 5.80247 8.57
MRVE3 5.465 22
YDUQ3 4.86559 47.2
CIEL3 4.52381 8.78

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
PETR3 -4.68512 31.33
BRFS3 -4.39313 33.95
PETR4 -3.19664 29.98
IRBR3 -2.29089 36.68
RAIL3 -1.81607 25.41

Confira os destaques:

Via Varejo (VVAR3)

A Via Varejo publicou ontem fato relevante na CVM, no qual informou que investiga, desde 13 de novembro deste ano, denúncias anônimas de que teriam ocorrido fraudes contábeis na empresa no terceiro trimestre deste ano.

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Segundo a Via Varejo, auditores independentes constataram que houve “indícios de fraude contábil caracterizada pela manipulação de provisão trabalhista pela Companhia, e pelo deferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos”. A administração da companhia afirmou que conhece os fatos da investigação e apura também o impacto nos resultados da companhia, que estima ser da ordem de R$ 1,05 bilhão a R$ 1,2 bilhão. Com isso, as ações VVAR3, que estavam em alta de 8,14% até o penúltimo sinal da bolsa, fecharam em queda de 3%.

Agora, a Via Varejo espera um impacto entre R$ 800 milhões e R$ 940 milhões nos seus resultados do quarto trimestre de 2019, destaca o Bradesco BBI.  “Haverá um impacto no fluxo de caixa que esperamos alcançar até R$ R$ 900 milhões durante os próximos três a quatro anos”, comenta a corretora BBI. Como fato positivo, a BBI destaca que a auditoria da Via Varejo detectou que a empresa deverá receber R$ 600 milhões relativos a créditos fiscais do PIS e da Cofins na base de cálculo do ICMS.

Veja mais:
Via Varejo: Indício de fraude não abala confiança em virada da companhia e ação sobe até 8% após susto da véspera

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Em relatório, Pedro Fagundes, analista da XP Investimentos, destacou que o montante com efeito caixa negativo na Via Varejo é na realidade de cerca de R$ 900 milhões, a ser desembolsado no intervalo de três e quatro anos – ou cerca de 6% (a valor presente) do valor de mercado da empresa.

Além disso, o valor desconsidera os ganhos de R$ 600 milhões relacionados a créditos fiscais, atualmente em avaliação (a maior parte já transitado em julgado), bem como eventuais benefícios provenientes de recuperação de impostos (estimados em cerca R$ 270 milhões). “O efeito combinado de ambos tem o potencial de anular quase a totalidade do efeito negativo no caixa”, afirma.

A investigação está relacionada a práticas da antiga gestão da companhia e faz parte da fase de ajuste pela qual a empresa passa nesse momento. “Sendo assim, continuamos acreditando que a Via Varejo apresenta hoje um perfil de governança melhor do que aquele apresentado no passado”, afirma o analista.

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Assim, na avaliação de Fagundes, apesar de negativa, a notícia não altera os fundamentos da companhia para os próximos anos e nem afeta os pilares da visão construtiva para as ações da Via Varejo (confira o relatório clicando aqui). Assim, a equipe de análise tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 12, o que corresponde a um potencial de valorização de 20% frente o fechamento de quinta.

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Oi (OIBR3;OIBR4)

A operadora de telecomunicações Oi S.A. comunicou ontem (12) à CVM que seu novo diretor-presidente será Rodrigo Modesto de Abreu. Ele deverá assumir o cargo em 31 de janeiro de 2020, um dia após o atual diretor-presidente, Eurico Teles Neto, deixar o cargo.

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Teles Neto pediu demissão do cargo na terça-feira desta semana, no mesmo dia em que a Polícia Federal realizou uma operação na sede da empresa.

Os policiais buscavam informações sobre um suposto uso da empresa para pagamento de despesas pessoais de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e de Jonas Suassuna. Teles Neto disse desconhecer qualquer repasse suspeito.

“Essa empresa é só pepino”, disse. Rodrigo de Abreu está na Oi desde setembro de 2018, ocupando o cargo de diretor de operações. A operadora está em recuperação judicial há quase dois anos.

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Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza informou, durante o ML Day que, a partir de janeiro, começa a implementar a sua conta digital, por meio de aplicativo, para clientes da varejista.

Na conta, a empresa disponibilizará o Magalupay, para pagamentos de compras, de contas, transferências de dinheiro e outros serviços.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou ter recebido correspondência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em que comunica a sua intenção de avaliar a venda de até a totalidade de ações ordinárias de emissão da Petrobras e de sua titularidade, por meio de uma oferta pública de distribuição secundária de ações, com esforços amplos de distribuição no Brasil e com esforços de distribuição no exterior.

O BNDES aprovou o início de processo seletivo de contratação de assessores para a transação. Além disso, iniciou estudos para detalhar seus termos e condições, incluindo a quantidade de ações de emissão da companhia objeto da Transação e o seu cronograma, os quais serão definidos e comunicados à companhia.

Em 30 de novembro de 2019, o BNDES detinha 734.202.699 ações ordinárias da Petrobras, representando cerca de 10% do total de ações ordinárias emitidas pela companhia.

De acordo com o Bradesco BBI, com a oferta potencialmente se aproximando, pode haver alguma pressão de curto prazo, mas também algum alívio para as ações ON em um prazo mais longo. “Acreditamos que o banco esteja potencialmente tentando maximizar o valor captado vendendo ações PN depois que a Petrobras concluir a venda de suas refinarias e com queda maior do custo de capital”, afirmam.

Anima (ANIM3)

A Anima anunciou a compra da UniCuritiba na noite de ontem, após o fechamento do mercado. A companhia anunciou que pagará R$ 130 milhões pela UniCuritiba, dos quais R$ 104,5 milhões na assinatura do contrato de aquisição; outros R$ 5,5 milhões serão pagos trinta dias após a assinatura do acordo.

Os ex-proprietários da UniCuritiba receberão a soma restante em ações da Ânima. Com a aquisição, o grupo paulista Ânima entra no mercado do Paraná e do Sul do Brasil.

Fundada em 1950 como Faculdade de Direito de Curitiba, a UniCuritiba tem atualmente 5,2 mil estudantes, com nota máxima 5 do Ministério da Educação.

A projeção é que o faturamento da UniCuritiba fique em R$ 79 milhões neste ano, com uma margem Ebitda ajustada de R$ 9 milhões.

As sinergias anunciadas entre Anima e UniCuritiba devem chegar a R$ 16 milhões por ano até 2025, enquanto a Corretora Bradesco BBI projeta que a otimização de cursos na UniCuritiba poderá gerar uma receita adicional de R$ 13 milhões por ano até 2025.

Natura (NATU3)

O Bradesco BBI elevou para neutra a recomendação para as ações da Natura, que estavam underweight desde que a indústria brasileira de cosméticos comprou a norte-americana Avon por US$ 3,7 bilhões em maio.

“Existem sinergias potencialmente maiores que as esperadas. Enquanto esperávamos que a Avon atingiria uma margem Ebitda de 8% apenas até 2022, a companhia está direcionada para atingi-la ainda em 2019, aumentando para 12% até 2022”, destaca o relatório da BBI.

A estimativa de economia com as sinergias, antes ao redor de US$ 200 milhões, foram ampliadas para US$ 250 milhões. “Nós percebemos a Natura-Avon se movendo para uma nova fase, após o mercado ter precificado os ganhos potenciais e então as ações terem tomado uma pausa, até a aquisição obter aprovação. Quando a transação estiver completa, esperamos obter novas informações sobre a integração e como a empresa combinada parecerá no futuro”, comenta o relatório.

Suzano (SUZB3)

A Suzano vendeu para a Klabin 14 mil hectares de florestas plantadas de eucalipto, árvore usada como matéria-prima pelas indústrias de celulose. Em comunicado enviado à CVM, a Suzano afirma que embolsará R$ 400 milhões com a venda das florestas de eucalipto à Klabin.

“O pagamento será feito proporcionalmente ao volume de floresta colhido e ocorrerá entre 2020 e 2024”, informou a Suzano. Em outro comunicado também enviado ontem à CVM, a Klabin confirmou a transação e esclareceu que as florestas de eucalipto, certificadas, ficam no sul do Estado de São Paulo, próximas à divisa com o Paraná.

Eletrobras (ELET3;ELET6

A Eletrobras e a Petrobras informaram ontem à CVM, em comunicados separados, que a agência de risco Standard & Poor’s alterou a escala de rating das estatais de “estável” para “positiva” nesta semana, logo após alterar a escala de rating do Brasil também de estável para positiva.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.