Ação da Embraer salta 6%, Azul e Gol caem até 4,6% após duas sessões de disparada; Vale tem alta e Petrobras recua

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (27)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As ações de companhias aéreas recuaram nesta quinta-feira (27) após duas sessões de forte alta com notícias sobre consolidação (veja mais aqui) do setor com busca da Azul (AZUL4, R$ 44,62, -4,58%) por consolidação no mercado, além do guidance considerado positivo para a Gol (GOLL4, R$ 27,42, -0,62%) para o segundo trimestre e segunda metade de 2021, refletindo uma expectativa de vendas mais fortes com custos controlados.

De acordo com o Morgan Stanley, o rali da véspera, especialmente para a Azul que saltou mais de 11%, foi uma reação exagerada às recentes notícias sobre uma eventual consolidação e melhora nas condições de demanda.

Já entre as altas, atenção para as ações da Embraer (EMBR3, R$ 17,87, +6,05%), com ganhos de 6%. No radar da companhia, a Breeze Airways, nova companhia aérea americana do fundador da JetBlue, David Neeleman, foi lançada hoje com uma frota planejada de 13 jatos da empresa brasileira. Os primeiros voos operam entre Charleston, na Carolina do Sul, Tampa, na Flórida, e Hartford, em Connecticut, a partir de hoje, com os destinos restantes a serem adicionados a cada semana até julho de 2021.

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Também em alta esteve a PetroRio (PRIO3, R$ 19,33, +2,55%), que anunciou emissão de até US$ 500 milhões em notes com vencimento em 2026. A petroleira destaca que os recursos líquidos obtidos com as notes serão usados no pré-pagamento de certas dívidas da companhia e de suas subsidiárias, além de compor caixa da empresa e para fins corporativos gerais.

Os papéis da Vale (VALE3, R$ 110,99, +0,72%) registram uma sessão de ganhos, seguindo a alta da véspera, depois de uma sequência de baixas com as declarações da China afetando o mercado de minério de ferro. Nesta sessão, contudo, o contrato futuro do minério mais negociado na Bolsa de Dalian, na China, subiu cerca de 1%.

As ações de frigoríficos, com destaque para o Minerva (BEEF3, R$ 10,04, +2,34%), subiram, enquanto BRF (BRFS3, R$ 25,89, +1,29%) avançou pouco mais de 1%.

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No radar do setor, segundo informações do Valor, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) propôs a criação de um programa de subvenção federal, aos moldes do seguro rural, para a contratação de opções de venda do milho no mercado futuro, dando cobertura de risco de preço aos produtores para cobrir os custos e dar margem compatível com a da soja, que tem maior atratividade no momento. Com R$ 350 milhões de subsídio, seria possível dobrar a produção de milho no Sul, estima a entidade.

Na avaliação do Bradesco BBI, se essas medidas de estímulo à produção de milho forem implementadas com sucesso e a região Sul do Brasil dobrar sua produção de milho, isso seria equivalente a aumentar a produção total de milho do Brasil em 20% (cerca de 20 milhões de toneladas), o equivalente a cerca de 10% do comércio global na produção adicional de milho (mantendo as outras condições constantes).

“Este cenário pode levar a preços de milho mais baixos do que estimamos para nosso agronegócio e cobertura de proteína. Observamos que o milho responde por cerca de dois terços da composição total da ração animal, que por sua vez responde por cerca de  30% dos custos totais da BRF e de 12% da JBS. No entanto, este benefício da produção de milho potencialmente maior do que o esperado poderia ser parcialmente compensado pela produção de soja potencialmente menor do que o esperado (a região Sul é responsável por cerca de 30% da produção total), que representa o outro um terço da composição da alimentação animal”, destacam os analistas.

Fora do índice, as ações da Rede D’Or (RDOR3, R$ 71,00, -3,40%) caíram cerca de 3,5%; a companhia precificou a sua oferta de ações secundária por volta desse valor.

Confira mais destaques:

Oi (OIBR3, R$ 1,54, +0,65%; OIBR4, R$ 2,28, +2,70%)

A Oi, em recuperação judicial, comunicou ao mercado a conclusão da subscrição e integralização das debêntures da Brasil Telecom Comunicação Multimídia (BTCM) no valor de R$ 2,5 bilhões. As debêntures são conversíveis em ações, de espécie com garantia real, em série única, para colocação privada.

A emissão de debêntures tinha sido informada ainda em fevereiro, e deverá ser utilizada para capitalizar a expansão da rede de fibra até a residência (FTTH) e para a separação estrutural da InfraCo.

“A operação constitui mais uma etapa do processo de reestruturação da Oi e suas subsidiárias em recuperação judicial, em linha com o Plano de Recuperação Judicial e o Plano Estratégico de Transformação, tendo como objetivo a otimização das operações e incremento dos resultados das Recuperandas e demais subsidiárias diretas e indiretas da Oi. A Companhia manterá seus acionistas e o mercado informados sobre qualquer desenvolvimento relevante do assunto objeto deste Comunicado ao Mercado”, destacou.

Petrobras (PETR3, R$ 25,25, -0,79%; PETR4, R$ 25,91, -0,69%)

O noticiário sobre Petrobras é movimentado nesta quinta-feira. Segundo fontes disseram à Reuters, a Petrobras Bolivia, unidade da petroleira brasileira no país sul-americano, teve suas contas bloqueadas pela Justiça boliviana em meio a um embate com uma família a respeito da propriedade de parte da área onde está situado um dos seus principais campos de gás naquele país.

O bloqueio partiu de uma decisão judicial em primeira instância, no mês passado, que definiu que a estatal e suas sócias na área deveriam pagar US$ 61,14 milhões à família de Maria del Rosario Vacaflor Lahore, que reivindica a propriedade de parte da área onde está o campo de San Alberto, conforme documentos judiciais vistos pela Reuters.

A Petrobras, operadora do campo, recorreu da decisão e o processo corre agora em segunda instância no Tribunal Agroambiental de Sucre, de onde deverá sair a sentença final.

Também no radar da empresa, ela informou que vai realizar a primeira parada programada geral para manutenção na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, entre junho e agosto, que irá abranger todas as unidades do trem de refino 1. A refinaria tem capacidade para processar 230 mil barris de petróleo por dia, segundo dados da petroleira.

Vale (VALE3, R$ 110,99, +0,72%) e minério de ferro 

Os futuros do minério de ferro na Ásia se recuperaram nesta quinta-feira após terem chegado a tocar mínimas de mais de seis semanas, impulsionado por um alívio em preocupações sobre possíveis medidas da China contra negociações especulativas.

O minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian encerrou o pregão diurno com alta de 1,1%, a 1.046,50 iuanes (US$ 164,10) por tonelada, após ter recuado mais cedo para 985 iuanes, o menor nível desde 12 de abril.

Na bolsa de Cingapura, o material usado na fabricação do aço saltou 5,6%, para US$ 182,10 por tonelada, após ter alcançado mínima de cinco semanas de 170,50 dólares mais cedo. No aço, os futuros em Xangai se estabilizaram após uma queda impulsionada por alertas do governo chinês e de reguladores, que falaram em contar altas “irracionais” dos preços para segurar a inflação das commodities.

“Embora as ações do governo pareçam ter tirado um pouco da fervura no mercado de minério de ferro no curto prazo, a história sugere que elas não devem ter muita influência no longo prazo”, disse Adam Hoyes, economista-assistente da Capital Economics. Ele citou ocasiões anteriores em que a China apertou a regulação em resposta à alta dos preços das commodities, como em dezembro, com restrições nas operações com futuros de minério de ferro que esfriaram um rali dos preços por apenas poucas semanas. Confira o impacto da forte volatilidade do minério de ferro para as ações da Vale clicando aqui. 

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,43, +1,36%)

Os investidores também seguem de olho no BB. A recente dança das cadeiras na cúpula do banco estatal e na direção de empresas ligadas à instituição, como o Previ, promoveu a ascensão de nomes de carreira do banco ligados a políticos do núcleo mais próximo do governo, destaca o Valor Econômico. As nomeações confrontam a retórica do presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu com o discurso de que colocaria fim às práticas da “velha política”, como as indicações para cargos na direção de estatais.

CCR (CCRO3, R$ 13,98, +0,58%)

A CCR anunciou ontem, após o fechamento do mercado, que a Andrade Gutierrez recebeu a aprovação da Sucea Participações SA, Sincro Participações, Soares Penido Concessões e Soares Penido Obras, Construções e Investimentos para avançar com a venda de sua participação na companhia para IG4 Capital.

Segundo o BBI, a notícia é positiva para a CCR,  já que a Andrade Gutierrez agora pode concluir a transação em sessenta dias, enquanto a transação apoia visão do banco de que a CCR está negociando a um valuation atrativo. Saiba mais sobre a operação clicando aqui.

Klabin (KLBN11, R$ 26,65, +2,82%)

Segundo informações do Brazil Journal, o BNDES zerou sua participação na Klabin, removendo o overhang que existia sobre o papel. Após fazer um block trade em 18 de fevereiro, o banco comunicou a empresa que tinha menos de 5% do capital. De lá para cá, o BNDES foi vendendo o restante da posição gradualmente e consistentemente.

“Vemos esse noticiário como positivo, na medida em que tira algum peso das ações”, aponta a XP, também destacando as falas de Gustavo Montezano, presidente do banco de fomento, de que a instituição seguirá sua estratégia de vender suas participações acionárias com o objetivo de realocar o capital em atividades que gerem desenvolvimento..

Os analistas mantêm recomendação de compra para a Klabin, destacando fortes números do segmento de papel e preços de celulose mais altos (com preço-alvo de R$ 32 por papel).

Ainda no radar da Klabin, a companhia divulgou nesta quinta-feira meta de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) de escopo 1 e 2 por tonelada de celulose, papéis e embalagens em 25% até 2025, e em 49% até 2035, tendo 2019 como ano-base.

A companhia disse que obteve nesta data a aprovação da Science Based Targets initiative (SBTi) para as suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Nos últimos 15 anos, a Klabin disse que reduziu em 60% suas emissões de GEE e em 2019 teve um saldo positivo de balanço de carbono de 4,7 milhões de toneladas CO2eq em suas operações.

Sobre o setor de papel e celulose, o Morgan Stanley afirmou que espera fraqueza de preços a partir do segundo semestrre, já que o terceiro trimestre é marcado por baixa demanda, sazonalmente. Além disso, novos projetos de celulose começarão a funcionar no quarto trimestre.

Eletrobras (ELET3, R$ 43,01, -0,46%; ELET6, R$ 42,99, -0,07%)

A Eletrobras anunciou nesta quarta que adquiriu, por meio de sua controlada CGT Eletrosul, uma fatia de 49% na Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE) que era detida pela CEEE-T, conforme fato relevante. Segundo o comunicado, a CGT Eletrosul pagará R$ 217,55 milhões na operação, que ainda está condicionada à obtenção de anuência dos credores da TSLE.

Recomendações 

A sessão desta quinta também marca o início de cobertura de diversas ações por bancos. O Itaú BBA reiniciou cobertura para as ações da Sequoia Logística (SEQL3, R$ 22,74, +1,70%), com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 36,40, alta de 62,8% frente o fechamento de quarta-feira.

O banco também iniciou cobertura para Mater Dei (MATD3, R$ 15,48, -0,51%) com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 22, ou 41% de upside.

Já o Bradesco BBI passou a cobrir a Blau Farmacêutica (BLAU3, R$ 43,40, -0,23%) com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 59, um valor 36% frente o fechamento da véspera.

Sobre a Sequoia, o BBA afirma que o e-commerce e as ações de crescimento perderam apelo com a alta das taxas de juros, mas avalia que a empresa reúne crescimento e um modelo de negócios marcado por ativos leves, compatíveis com uma forte geração de retorno sobre o capital investido (ROIC, na sigla em inglês). O banco ressalta que a empresa levantou R$ 207 milhões, que podem vir a ser usados em fusões e aquisições, após a aquisição de Frenet e Plimor. O banco diz esperar que a Sequoia continue as fusões e aquisições com a compra de atores 3PL (third party logistics) e empresas de logística e tecnologia.

Com relação ao Mater Dei, o BBI aponta que a empresa tem um dos melhores históricos de investimento do setor hospitalar, com uma perspectiva atrativa de crescimento orgânico e inorgânico que ainda não foi completamente precificada. O banco diz que os principais riscos se relacionam ao mercado e à execução, mas diz que a valoração atual da empresa já contabiliza esses riscos. O banco diz que os planos de fusões e aquisições compreendem R$ 2 de seu preço-alvo para a empresa.

O Itaú BBA atualizou ainda suas estimativas para o Grupo Soma, levando em consideração o novo cenário macroeconômico, os resultados trimestrais e os números para Hering e By NV. O banco reitera sua recomendação outperform para a empresa com preço-alvo para 2021 de R$ 16, upside de 18% frente o fechamento de quarta.

O banco destaca que a empresa está comprometida a consolidar o mercado de moda no Brasil, e que os principais impulsionadores para seu crescimento são a aceleração da marca digital, o lançamento de novas categorias e a aceleração da Global Farm. O Itaú avalia ainda que a retomada da Cia. Hering, cuja aquisição pela Soma foi anunciada em abril, está evoluindo, e que os desafios relacionados a produtos e canais de venda podem ser mais rapidamente abordados com a expertise da Soma. O modelo atual inclui R$ 100 milhões no Ebitda, devido a sinergias com a compra da Hering.

Rede D’Or (RDOR3, R$ 71,00, -3,40%)

O conselho de administração da Rede D’Or  aprovou a fixação do preço de R$ 71 reais por ação em oferta restrita precificada na quarta-feira, levantando R$ 1,78 bilhão, de acordo com ata da reunião à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Do total de recursos da oferta primária, R$ 888,9 milhões serão destinados ao capital social e R$ 888,9 milhões serão destinados à reserva de capital, passando, portanto, o capital social da companhia para R$ 7,57 bilhões.

A oferta consistiu na distribuição primária de 25.040.000 ações ordinárias, além da venda de 43.820.000 papéis por acionistas, incluindo a empresa de private equity Carlyle. A quantidade de ações inicialmente ofertada foi, a critério dos acionistas vendedores, acrescida em 10%.

Linx (LINX3, R$ 37,68, +0,51%)

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) informou na quarta-feira a prorrogação por mais 90 dias do prazo para análise da compra da Linx pela StoneCo. O julgamento foi adiado na sessão anterior, em 12 de maio. Assim, o assunto estará na pauta da próxima reunião do Conselho, agendada para 16 de junho. “Com a prorrogação do prazo, o Tribunal terá até julho para julgar o ato de concentração”, afirmou o Cade.

Vitru (NASDAQ: VTRU)

O Morgan Stanley comentou os resultados da Vitru para o primeiro trimestre. O banco afirma que a margem Ebitda de 27% superou sua estimativa, de 24%, e avalia que a performance forte da empresa no Sudeste aumenta sua confiança sobre a perspectiva de expansão regional.

O Ebitda ficou 13% acima da estimativa do banco, impulsionado por resultados operacionais fortes. A receita líquida ajustada ficou em linha com a expectativa do banco. O Morgan Stanley mantém avaliação overweight (exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de US$ 18,5, frente aos US$ 14,34 de fechamento dos papéis VTRU na Nasdaq na quarta-feira.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.