3 recomendações para lidar com a volatilidade das criptomoedas

Samir Kerbage e Patrícia Palomo explicam como investir em ativos como Bitcoin sem se deixar afetar emocionalmente pela oscilação de preços

Laís Martins

View this post on Instagram

A post shared by InfoMoney (@infomoney)

Publicidade

SÃO PAULO – A volatilidade das criptomoedas é um dos fatores que mais assombra investidores desses ativos. Moedas como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETC) ainda fazem parte de um mercado pouco consolidado, que sofre influências de causas tradicionais, como oferta e demanda, e também de fenômenos recentes gerados pelas redes sociais.

Neste mês, Elon Musk, CEO da Tesla, anunciou em seu Twitter que suspenderia o uso de Bitcoin na venda de veículos da montadora por conta do grande impacto ambiental que a mineração da criptomoeda tem no planeta. Sua declaração fez as cotações desabarem mais de 10% em um único pregão.

Também neste mês, a cotação da Dogecoin (DOGE) chegou a disparar 30% após outro tuíte de Musk. Dessa vez, o bilionário revelou que estava trabalhando com os desenvolvedores da criptomoeda, que foi criada como uma brincadeira, para melhorar a eficiência das transações do sistema. Especialistas alertam que a Dogecoin não tem fundamentos.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Além desses ruídos nas redes sociais, a pouca regularização do mercado está entre as principais causas da variação de preços das criptos. Essas moedas ainda estão livres de regulamentações governamentais, embora a China tenha dado indicações recentes de apertar o cinto.

Além disso, as criptomoedas podem ser negociadas 24 horas por dia, todos os dias, em escala global, o que gera maior volatilidade na comparação com  mercados tradicionais.

Em live no Instagram do InfoMoney, a diretora de investimentos da Sonata, Patrícia Palomo, e Samir Kerbage, CTO da Hashdex, citaram três fatores para os quais investidores devem olhar para enfrentar a volatilidade atrelada às criptos: diversificação, longo prazo e perfil de risco.

Continua depois da publicidade

Diversificação

Diversificar a exposição do patrimônio é uma das chaves para uma carteira de investimentos bem alocada. Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, uma das maiores gestoras do mundo, responsável por cerca de US$ 150 bilhões em ativos, defende que o investidor deve ter de 10 a 15 bons investimentos não correlacionados, ou seja, que não estejam sujeitos às mesmas influências de mercado.

Em linha com a visão do gestor, Palomo aconselha que o investidor de criptomoedas não aloque toda a sua parcela de risco unicamente em criptoativos. “O risco da carteira deve ser distribuído. Em conjunto com o Bitcoin, por exemplo, o investidor pode aplicar em ações ariscadas de setores diferentes. Investir em fundos de alto risco que possuam estratégias alternadas também é uma boa opção.”

Foco no longo prazo

Apesar de muitas criptomoedas estarem no mercado há mais tempo, sua negociação em larga escala é recente. O Bitcoin é uma delas. Mesmo criada em 2009, a euforia do mercado é novidade e, por esse fator, Samir Kerbage, da Hashdex, acredita que, no longo prazo, a moeda possa dar mais tranquilidade aos investidores.

Segundo Kerbage, se o Bitcoin for adotado por uma grande parte da sociedade e investidores institucionais, a negociação da moeda poderá atingir escala bilionária e gerar maior estabilidade de preço.

Leia também:
Bitcoin, ame ou odeie: confira como grandes gestores e analistas se posicionam em relação a investir em criptomoedas
Gustavo Cunha: Você investiria em um fundo de “meme”?

“Hoje, o Bitcoin não é uma boa moeda, porque não é utilizado no comércio em grande volume. Mas a comunidade do Bitcoin acredita que o ativo poderá ser considerado uma moeda cotidiana assim que conquistar o posto de reserva de valor.”

Na visão do CTO da Hashdex, o Bitcoin pode se tornar uma reserva de valor como o ouro no longo prazo, uma vez que a sociedade está cada vez mais imersa no meio digital. “Contudo, é necessária uma mudança geracional que pode levar décadas.”

Saiba seu perfil de risco para lidar com a volatilidade das criptomoedas

Por fim, investir em criptomoedas pode não ser adequado para todo tipo de investidor. Apostar na volatilidade de um ativo ainda pouco consolidado e sensível a ruídos externos ao mercado é arriscado, lembra Palomo.

“Há uma dificuldade de estimar um preço futuro das criptomoedas. Assim, usufruir dessa volatilidade depende exclusivamente do perfil de risco do investidor. Se a pessoa consegue dormir sem se preocupar com a variação de sua carteira, ela está com uma quantidade adequada de risco. Caso contrário, deve reavaliar seus investimentos”, finaliza a especialista.

E Agora, Ana?

O programa “E Agora, Ana?” vai ao ar às quartas-feiras, às 12h, no Instagram do InfoMoney. A série de lives, apresentadas pela especialista em investimentos Ana Laura Magalhães, convida gestores, analistas e economistas para trazer informação relevante para o investidor brasileiro se posicionar nos mercados local e internacional.

Sócia da XP Investimentos oferece curso gratuito de como alcançar a liberdade financeira. Clique aqui para se inscrever.

Laís Martins

Analista de Conteúdo no InfoMoney. Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e com passagens pela Globo e UOL. Cria conteúdos sobre investimentos, finanças, economia, mercados e tecnologia