Você escolhe o destino, leva meses guardando dinheiro e planejando cada detalhe daquela viagem internacional dos sonhos. Certamente não vai querer que acidentes, roubos ou outros incidentes do tipo estraguem tudo, certo?

É para isso que existe o seguro viagem, um produto que oferece proteção para uma série de imprevistos que podem ocorrer durante uma viagem.

Hoje as seguradoras oferecem uma grande variedade de seguros desse tipo, tanto para viagens em território nacional quanto para destinos no exterior. As coberturas para os destinos fora do país são especialmente importantes, já que o viajante não vai estar “em casa” para resolver facilmente os perrengues que podem acontecer.

Saiba mais a seguir sobre os seguros de viagem internacional.

O que é seguro viagem?

Seguro viagem é um tipo de proteção que garante o pagamento de indenização (ao segurado ou ao beneficiário indicado na contratação) no caso de sinistros relacionados diretamente a uma viagem do segurado.

Essas ocorrências devem constar da apólice do seguro contratado, documento que tem os detalhes das coberturas e dos serviços de assistência e os valores de indenização.

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Qual a diferença entre seguro viagem internacional e nacional?

Basicamente, a diferença está no destino da viagem — se uma localidade no Brasil ou fora do país.

No entanto, a recomendação dos especialistas é de que esse tipo de seguro faça parte do planejamento da viagem, já que imprevistos podem acontecer em ambos os casos. Você pode, por exemplo, precisar de assistência médica numa viagem a outra região do Brasil sem ter um plano de saúde com cobertura nacional — o seguro certamente vai ajudar nessa hora de aperto.

O que está incluído no seguro de viagem internacional?

O seguro de viagem internacional tem como coberturas mais comuns:

  • despesas médicas e hospitalares, incluindo atendimento de casos de Covid-19;
  • despesas odontológicas;
  • custos decorrentes de cancelamento e interrupção de viagem;
  • custos relacionados a extravios de bagagens;
  • indenização por morte acidental;
  • indenização por invalidez permanente (total ou parcial) ocasionada por acidente;
  • regresso sanitário (traslado de corpo de volta ao Brasil);
  • pagamento de despesas de acompanhante que precise ir ao encontro do segurado acidentado e/ou hospitalizado no exterior;
  • cancelamento de voo;
  • atraso de voo;
  • roubo, furto ou extravio de documentos (como passaporte).

“No momento da contratação, são oferecidas opções de planos de coberturas, a depender do destino e da idade do segurado. Ele poderá escolher o plano que for mais adequado para suas necessidades”, afirma a advogada Camila Prado, sócia da área de Seguros e Resseguros, Previdência Privada e Saúde Suplementar do escritório Demarest.

Qual a importância de contratar seguro para viagem internacional?

No caso de viagens para o exterior, a proteção do seguro é essencial. Isso porque os imprevistos aconteceriam num país estrangeiro, onde o viajante normalmente não tem redes de apoio e pleno conhecimento do idioma, do sistema de saúde e dos costumes locais.

Além disso, o viajante pode não ter dinheiro suficiente para arcar com as despesas de um atendimento médico inesperado, por exemplo.

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Não por acaso, para alguns destinos no exterior, a contratação de um seguro de viagem é obrigatória, como lembra Hilca Matos, vice-presidente da Comissão de Produtos de Risco da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

“O seguro-viagem é exigido, por exemplo, para viagens com destino aos países que integram o espaço Schengen”, afirma. Ela se refere a um grupo de pouco menos de 30 nações europeias que assinaram o Tratado de Schengen. A comprovação da contratação desse seguro, nesses países, é solicitada logo que o viajante chega ao controle de imigração.

Segundo Prado, do Demarest, nos países que assinaram o Tratado de Schengen é exigida a contratação de cobertura para assistência médica no valor mínimo de 30 mil euros.

Faz muito sentido o viajante contratar o seguro para viagem internacional também porque esse produto tem um ótimo custo-benefício: por um valor baixo em relação ao total do orçamento da viagem é possível sair do país com proteção para uma série de imprevistos. Ou seja, pagando pouco dá para evitar gastos desnecessários e muita dor de cabeça.

Há alguma cobertura obrigatória no seguro de viagem internacional?

De acordo com norma da Susep — Superintendência de Seguros Privados, órgão regulador do mercado de seguros no Brasil —, todo seguro de viagem internacional deve cobrir despesas médicas, hospitalares e/ou odontológicas, conhecidas pela sigla DMHO.

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As coberturas DMHO indenizam o segurado conforme as condições estabelecidas no contrato e até os limites de valor contratados. O segurado deve ser indenizado por eventuais despesas que tiver durante a viagem para tratamento médico por motivos de acidente ou doença aguda.

O seguro de viagem internacional também deve indenizar o segurado por despesas DMHO relacionadas à estabilização do quadro clínico nos episódios de crise de doença preexistente ou crônica que ocorram durante a viagem e que gerem urgência ou emergência. Estabilizado, o segurado pode decidir se vai continuar a viagem ou retornar ao Brasil.

O seguro viagem internacional inclui “plano de saúde” local? Ou só tem indenização de despesas?

Segundo Prado, a seguradora tem a opção de oferecer a cobertura de DMHO por meio do reembolso das despesas pagas pelo segurado, até o limite de valor previsto na apólice. E pode oferecer a prestação dos serviços por meio de rede referenciada no destino, como se fosse uma espécie de “plano de saúde” local.

“Mas, nos casos de emergência ou urgência, o seguro deverá reembolsar ao segurado as despesas que eventualmente teve fora da rede referenciada relacionadas à estabilização do quadro clínico”, destaca Prado. Assim, depois de estabilizado, o segurado pode ser transferido para um estabelecimento da rede.

Essa determinação da Susep para o seguro de viagem internacional vale mesmo nos casos em que o contrato estabelecer exclusivamente a prestação de serviços por meio de rede referenciada.

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Seguro de viagem internacional vale para intercâmbio?

O seguro de viagem pode ser feito no caso de intercâmbio. Em geral, as seguradoras têm produtos específicos para esse tipo de viagem.

Uma das diferenças em relação ao seguro para viagem de turismo pode estar no preço proporcionalmente mais baixo, já que num intercâmbio, normalmente, o segurado vai estar menos exposto a riscos de acidentes, por exemplo.

Quais os cuidados que devem ser tomados na hora de contratar um seguro de viagem internacional?

Em primeiro lugar, é preciso prestar atenção aos valores de indenização contratados, diz Matos, da FenaPrevi. Isso porque os preços de serviços médicos podem variar muito de um país para outro. “O valor de indenização contratado deve ser adequado ao destino”, diz.

Outro ponto importante destacado pela especialista é a veracidade das informações prestadas pelo segurado na hora de contratar o seguro. O viajante deve responder ao questionário apresentado pela seguradora de maneira precisa, para evitar mal-entendidos na hora da abertura de um sinistro (evento ou a situação coberta que motiva o uso do seguro).

É recomendável, ainda, verificar, com cada seguradora, os limites de idade para contratação de coberturas de seguro para viagem internacional.

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Por último, e não menos relevante, Matos recomenda que o consumidor verifique atentamente a idoneidade da seguradora e a capacidade da rede de atendimento no local de destino. Além disso, deve tirar todas as dúvidas antes de contratar o seguro, seja com o corretor ou nos próprios sites das seguradoras.