Nova empresa do fundador do WeWork levanta US$ 350 milhões

Depois de uma ascensão e queda espetaculares com o WeWork, Neumann está de volta – e com o apoio de um dos maiores fundos de VC do mundo

Mariana Amaro

Adam Neumann, fundador da WeWork (Michel Kovac/Getty Images for WeWork)

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A nova empreitada de Adam Neumann, fundador do WeWork, já é um sucesso. Ao menos do ponto de vista dos investidores.

Sua nova proptech, Flow, levantou US$ 350 milhões do Andreessen Horowitz, um dos maiores fundos de investimento de risco do mundo que já colocou dinheiro em companhias como Airbnb e Facebook.

Este seria, segundo o The New York Times, o maior cheque individual do fundo em uma única rodada e leva a avaliação da Flow ao patamar de unicórnio, com um valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão, antes mesmo do seu lançamento, que deve acontecer em 2023.

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Além do apoio financeiro, ter o suporte de um dos maiores fundos de capital de risco tem uma importância subjetiva para o empreendedor que foi retratado como um excêntrico líder, responsável pela queda da companhia que fundou.

Ao anunciar o investimento, Marc Andreessen, do fundo de VC, escreveu que os Estados Unidos têm um problema grave de moradia, com uma falta estrutural de residências à venda empurrando os preços para cima, que poderia ser resolvido com a solução apresentada por Neumann. “Adam é um líder visionário que revolucionou a segunda maior classe de ativos no mundo, o de imóveis comerciais, trazendo uma comunidade e uma marca para uma indústria onde nada disso existia antes”, escreveu Andreessen que relembrou a história de Neumann à frente do WeWork e disse que, apesar de toda a cobertura em cima dos acontecimentos, o fato de uma única pessoa ter fundamentalmente redesenhado a experiência nos escritórios é, com frequência, subestimado.

“Adoramos ver fundadores construírem em cima de seu sucesso passado, crescendo com as lições aprendidas. Para Adam, os sucessos e lições são muitos e estamos empolgados em seguir nessa jornada com ele e seus colegas para construir o futuro da moradia”, escreveu.

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Andreessen afirmou ainda que é natural que a primeira empreitada de Neumann após o WeWork esteja relacionada a conectar pessoas em espaços físicos, construindo comunidades onde as pessoas passam a maior parte do tempo de suas vidas: suas casas. “O mercado imobiliário residencial, a maior classe de ativos do mundo, está pronta para essa mudança”, escreveu.

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A história do WeWork

Neumann teve uma queda tão rápida (e espetacular) quanto sua ascensão. O empreendedor ficou conhecido por sua série de polêmicas enquanto comandava a WeWork, que fundou em 2010.

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Há relatos, por exemplo, de sua mania de andar descalço, compartilhar maconha e tequila e proibir seus funcionários de comerem carne. Tudo isso começou a vir à tona em 2019, quando a empresa, na época avaliada em US$ 47 bilhões, tentou fazer uma Oferta Inicial de Ações (IPO, na sigla em inglês).

O prospecto do IPO incluía métricas financeiras que colocaram em dúvida a viabilidade do negócio e informações que escancararam os conflitos de interesse e má gestão de seu fundador. No mesmo ano, ele deixou o comando da empresa — que foi assumido pelo conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank.

Algumas dessas histórias já havia sido impressa em livros, contada em reportagens e narrada em podcasts, mas virou também uma minissérie da Apple TV, a WeCrashed.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.