Xiaomi anuncia o Mi 10T, novo concorrente do iPhone 12 e Galaxy S20; preços partem de R$ 5.449

Em entrevista ao InfoMoney, head da empresa no Brasil diz apostar em baterias potentes, recursos de câmera e taxa de atualização da tela como diferenciais

Giovanna Sutto

(Divulgação/Xiaomi)

Publicidade

SÃO PAULO – A Xiaomi anunciou nesta quinta-feira (12) a chegada do Mi 10T ao Brasil. O smartphone top de linha da empresa estará disponível em duas versões: o Mi 10 T e o 10 T Pro. A primeira pode ser encontrada por R$ 5.499, enquanto a mais completa custará R$ 6.999. O aparelho foi apresentado globalmente no fim de setembro.

Os novos smartphones serão comercializados nas lojas físicas da marca, localizadas nos Shoppings Ibirapuera e Center Norte, em São Paulo, e no e-commerce da fabricante, além dos pontos físicos de vendas em varejistas parceiras.

No exterior, uma versão de entrada, a 10T Lite, também foi incluída no portfólio de países como Estados Unidos e China, mas não virá para o Brasil.

Masterclass Gratuita

Rota Liberdade Financeira

Aprenda a investir e construa um patrimônio do zero com o treinamento exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Os smartphones estão disponíveis nas cores Lunar Silver (cinza), Aurora Blue (azul) e Cosmic Black (preta), e contam com leitor de impressão digital na lateral e desbloqueio por reconhecimento facial. O sistema operacional é o Android 10 e já foi confirmado que o aparelho recebe a atualização para o Android 11.

Confira as principais características do novo aparelho: 

Aparelho  Mi 10T  MI 10T Pro 
Capacidade de armazenamento  128 GB 256 GB
Memória RAM 6 GB 8 GB
Câmera traseira  64 MP 108 MP
Câmera frontal 33 MP 33 MP
Processador  Snapdragon 865, da Qualcomm Snapdragon 865, da Qualcomm
5G conectividade 5G conectividade 5G
Tela 6,67 polegadas 6,67 polegadas
Cores  Cosmic Black (preta) e Lunar Silver (cinza) Lunar Silver (cinza), Aurora Blue (azul) e Cosmic Black (preta)
Bateria  5.000 mAh 5.000 mAh
Preço R$ 5.499 R$ 6.999

Luciano Barbosa, head da Xiaomi Brasil, em entrevista ao InfoMoney, explicou que a chegada do Mi 10T simboliza um posicionamento de marca da Xiaomi, na linha de smartphones premium.

Continua depois da publicidade

“É um aparelho criado com o que temos de mais moderno e vai servir para as pessoas entenderem o potencial de tecnologia e produto que conseguimos oferecer. Ele não deve ser o smartphone mais vendido da empresa, mas é para um público específico: fãs da marca, usuários que querem smartphones top de linha com recursos inéditos e produtores de conteúdo”, afirma o executivo.

Hoje, o smartphone mais vendido pela Xiaomi no Brasil é o Redmi Note 9, que custa R$ 2.299, segundo Barbosa. Na segunda colocação está o Pocophone Poco X3, que é vendido por R$ 3.799. “Esses conquistaram os consumidores brasileiros e devem continuar no topo porque o custo-benefício é atrativo. Por isso, a chegada do Mi 10T é para nos posicionarmos com mais uma família de smartphones no Brasil”, explica.

Do ponto de vista de estratégia de negócio, a Xiaomi apostou em um tripé no lançamento do novo aparelho: câmeras, bateria e tela são os diferenciais do Mi 10T, segundo Barbosa. “Pensamos em integrar essas três frentes de forma inteligente e com muitos recursos”, diz.

Veja o aparelho:

(Divulgação/Xiaomi)

Câmeras

Nas duas opções de aparelho, são três câmeras com um conjunto composto de sensor principal de 64 MP, ultra wide de 13 MP e câmera macro de 5 MP. A câmera para selfies é de 33 MP e os vídeos são gravados em até 8K.

A empresa apostou em novos recursos para câmeras, como a possibilidade de usar as câmeras frontal e traseira ao mesmo tempo (na versão 10T Pro), ou a opção “fotoclone” e “videoclone”, essa disponível para ambas as versões, que permite que o cliente tire foto ou faça um vídeo e mude de posição aparecendo na mesma captura mais de uma vez, como se estive do lado de seu clone.

Além disso, as câmeras da nova linha permitem estabilização ótica de imagem, ajuste de foco, e têm sensibilidade maior às cores.

Veja o modo dual, que pode ser usado para fotos e vídeos:

(Divulgação/Xiaomi)

E também o modo “clone”, apresentado no formato vídeo, mas também disponível para fotos:

(Divulgação/Xiaomi)

Bateria

A bateria do novo aparelho chega com um aumento de 17% na velocidade de recarga, na comparação com o Mi Note 10, versão que até então ocupava o lugar de top de linha da marca no Brasil. Além disso, a bateria tem 5.000 mAh. “Mantivemos o carregador na caixa junto do aparelho e ainda melhoramos sua performance. O carregamento rápido é feito por um carregador USB-C de 33 watts e a carga está completa em em 66 minutos. O tempo médio de bateria é de dois dias”, disse Barbosa.

A referência ao carregador na caixa diz respeito ao posicionamento da Apple em seu último lançamento, do iPhone 12, em que anunciou que não vai mais oferecer o acessório junto com o aparelho.

A potência da bateria é a mesma que o Galaxy S20 Ultra, versão top de linha da Samsung, possui. Os S20 e S20 Plus têm 4.000 mAh e 4.500 mAh, respectivamente. Já o iPhone12 conta com uma bateria de 2.815 mAh, enquanto sua versão Pro Max tem 3.687 mAh.

Tela

A tela do Mi 10T e do 10T Pro possui 6,67 polegadas e é de LCD – diferentemente dos concorrentes, que possuem tela de Amoled.

O principal diferencial é a taxa de atualização de 144 Hz, ou seja, a tela se atualiza 144 vezes por segundo. “O objetivo é deixar o aparelho atrativo também para jogos. Com uma taxa desse porte a experiência é muito mais fluida”, afirma Barbosa. É verdade, no entanto, que pouco jogos já possuem uma qualidade de imagem que precise desse nível de taxa de atualização.

Barbosa explicou que além disso, o celular é capaz de melhorar a qualidade da foto ou vídeo que é recebido ou assistido no celular. “Se o consumidor recebe um vídeo que tem 30 Hz, isso vai ser dobrado automaticamente para 60 Hz. Se estiver vendo Netflix, por exemplo, acontece a mesma coisa. Com conteúdo antigos, por exemplo, o recurso é ideal porque melhora a qualidade do que o cliente está consumindo”, disse.

A tela AdaptiveSync da Xiaomi corresponde automaticamente à taxa de quadros do conteúdo, desde desfrutar do filme favorito em 48 Hz a se aventurar em jogos em até 144 Hz, garantindo uma experiência suave e uso contido da bateria. As telas dos aparelhos apresentam também a tecnologia Motion Compensation (MEMC), com mais frames para tornar o vídeo mais suave e com melhor visualização”, diz a nota da empresa.

5G

Segundo a Xiaomi, uma novidade importante da linha Mi 10T é a conectividade 5G. “Mais do que conexões de alta velocidade e baixa latência, o 5G promete mudar a maneira como vivemos, tornando cada vez mais acessíveis os dispositivos conectados, que irão de carros a smartphones”, disse a Xiaomi em nota.

No entanto, a infraestrutura que permitirá a chegada do 5G no Brasil ainda não está pronta. “Nós estamos trazendo um aparelho que já vem compatível com a tecnologia 5G, mesmo sabendo que os testes ainda estão em processo de homologação e o serviço ainda não está funcionando de forma plena. Mas estamos um passo a frente e oferecemos um aparelho pronto para o consumidor brasileiro”, afirmou Barbosa ao InfoMoney.

Recentemente, as ativações da rede de internet móvel de quinta geração feitas pela Claro e a Telefônica Brasil, dona da Vivo, colocaram o Brasil de vez na rota do 5G. A cobertura, ainda restrita a algumas capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, promete uma conexão com velocidade 12 vezes superior à do 4G. 

Para ser comprado é preciso ser visto

Mesmo durante a pandemia e as adversidades econômicas que o Brasil vem enfrentando, a Xiaomi seguiu com sua agenda de lançamentos para este ano. Além da chegada do Mi 10T, só em 2020 a empresa anunciou mais de oito novos produtos em diferentes frentes.

Entre eles: os smartphones Pocophone Poco X3, Redmi Note 9, Redmi Note 9 Pro, as pulseiras inteligentes Mi Smart Band 5 e Mi Smart Band 4C, o robô aspirador de pó Mi Robot Vacuum MOP, o fone de ouvido bluetooth Mi True Wireless Earphones 2 e o Mi TV Stick.

“Tivemos ajustes de percurso, mas na maioria das vezes foram para acelerar os planos que já tínhamos. Os produtos ‘indoor’ tiveram uma crescente durante a pandemia, como o robô aspirador, óculos com proteção de raio azul, itens de informática, lâmpada inteligente, a balança inteligente, entre outros”, explicou Barbosa.

A estratégia da empresa hoje está focada principalmente em ofertar os seus produtos em mais lugares. “Estamos trabalhando em pontos de acesso. Precisamos ser vistos para que os clientes comprem. Entramos em grandes varejistas, como Casas Bahia, e hoje estamos presentes em mais de 6 mil pontos de vendas físicos – e queremos ampliar essa atuação a partir do próximo ano”, disse.

Aumento de portfólio

Além disso, outra parte do processo de consolidação da marca no país é a ampliação de portfólio. “Já entendemos que esse formato deu muito certo no Brasil. Queremos aumentar nossa linha de produtos e trazer mais novidades. Neste ano trouxemos a linha de beleza e estamos buscando outras linhas para trazer para o Brasil. Vamos apostar nos aparelhos para casa, que vêm trazendo resultados”, explicou.

Atualmente a empresa conta com cerca de 400 produtos disponíveis no Brasil, e mais de 2 mil no total em seu portfólio abrangendo as mais diversas áreas: de patinetes a escovas de dentes elétricas.

Inclusive, hoje o produto mais vendido da empresa no Brasil não é um smartphone, mas sim a balança inteligente Mi Body. A empresa não revelou o faturamento com o produto ou crescimento na comparação com o ano passado. “A balança vende mais que pulseiras e smartphones. É um diferencial da Xiaomi e também um produto ‘indoor’, para casa”, afirmou.

Apesar do produto mais vendido não ser um smartphone, Barbosa afirmou que hoje o volume financeiro de vendas é proporcional: 50% para smartphones e 50% vendas do chamado ecossistema, que inclui todos os produtos que não são celulares.

Aposta no e-commerce

Outra novidade deste ano foi a atualização do e-commerce da empresa. “Trocamos toda a infraestrutura tecnológica por trás do nosso e-commerce. Reformulamos para oferecer mais experiência, conseguirmos organizar melhor nosso atendimento, oferecer mais produtos”, disse.

Mas mesmo sem essa nova versão do site oficial da empresa, o e-commerce vem apresentando resultados consideráveis. “Tivemos um aumento de 800% em volume financeiro nas vendas online. O salto foi significativo, mas muito puxado por produtos de ticket médio mais alto. O robô aspirador, por exemplo, vem sendo muito procurado e custa cerca de R$ 4 mil. São produtos de valor agregado maior. Então, isso alinhado com o aumento de pedidos impactou esse resultado. Esperamos crescer ainda mais com o novo site que foi atualizado neste mês”, explica.

Próximos passos

No mundo, a Xiaomi ultrapassou a Apple pela primeira vez em vendas globais de celulares no terceiro trimestre deste ano e ocupa agora a terceira posição de vendas entre as fabricantes. A Xiaomi vendeu 46,5 milhões de dispositivos no terceiro trimestre – quase 5 milhões a mais do que a Apple.

O caminho no Brasil é mais desafiador, mas o executivo está confiante e disse que a empresa vai investir em consolidar o contato com os fãs. “Antes, nosso infraestrutura não permitia uma aproximação efetiva com os fãs. Não conseguíamos atender de forma personalizada todo mundo. Estamos trabalhando nisso. E é uma das metas do próximo ano. Além disso, vamos reforçar nosso posicionamento de marca no país, com mais produtos de qualidade e que tragam eficiência”, afirmou o executivo.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.