Vacina da dengue acabou? Casos disparam e oferta cai na rede privada

Crianças de 10 a 14 anos podem tomar a vacina pelo SUS, a depender do estado

Equipe InfoMoney

Publicidade

A disparada nos casos de dengue no Brasil, que já ultrapassaram um milhão, preocupa a população brasileira, que tem buscado a imunização como forma de se proteger da doença transmitida pela picada do mosquito aedes aegypti — no caso, a vacina Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda.

O InfoMoney apurou o preço da dose da Qdenga na rede privada. Na Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, do Grupo DPSP, a vacina custa R$ 349,90. Na rede de laboratórios CDB, o imunizante sai a R$ 399,00 e na Labi Exames, a R$ 390,00.

A Takeda informa que o preço de fábrica estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) foi de R$ 281,42 por dose, considerando ICMS de 18% em São Paulo e explicou que o valor varia conforme o ICMS de cada estado.

Masterclass Gratuita

Rota Liberdade Financeira

Aprenda a investir e construa um patrimônio do zero com o treinamento exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Distrito Federal e, por último, São Paulo, decretaram situação de emergência por causa da doença. Em todo país já são 1,2 milhão de casos da doença, com 278 mortes confirmadas neste ano e 744 em investigação.

Rede privada sem Qdenga

Alguns estabelecimentos alegaram à reportagem estar sem o imunizante contra a dengue. Foi o caso da Raia, do grupo RaiaDrogasil, e dos laboratórios Hermes Pardini.

No início do mês, o laboratório Takeda anunciou ao mercado que limitaria o fornecimento do imunizante contra a dengue no mercado privado. A decisão visava permitir que quem já tinha tomado a primeira dose do imunizante pudesse completar seu esquema vacinal — com a posologia de duas doses subcutâneas com intervalo de 3 meses aprovada pela Anvisa.

Continua depois da publicidade

Além disso, o laboratório reforçou que priorizaria as demandas do Ministério da Saúde. “Em linha com o princípio da equidade na saúde, a Takeda está comprometida em apoiar as autoridades de saúde, portanto seus esforços estão voltados para atender a demanda do Ministério da Saúde, conforme a estratégia vacinal definida pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) que considera faixa etária e regiões para receberem a vacina”, alegou em nota.

Ao InfoMoney, a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) disse que o laboratório retomaria os envios da Qdenga à rede privada. “A Takeda afirmou à ABCVAC que começaria a enviar o imunizante às clínicas privadas, porém, apenas 70% do quantitativo necessário para as segundas doses”.

Questionada pela reportagem, a fabricante disse que está enviando quantidade de doses necessária para priorizar aqueles que tomaram a primeira dose há 3 meses. “E assim se sucederá o envio das próximas remessas. A Takeda reitera seu compromisso em prover a segunda dose de Qdenga para todas as pessoas que já tomaram a primeira no mercado privado e desejam completar seu esquema vacinal”, disse a empresa em nota.

Continua depois da publicidade

Distribuição pelo SUS

O Ministério da Saúde iniciou a distribuição de 712 mil doses do imunizante em 8 de fevereiro, contemplando 315 municípios, espalhados por GO, BA, AC, PB, RN, MS, AM, SP, MA e Distrito Federal. Foram selecionadas as cidades que atendiam critérios definido em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

A imunização começou pelas crianças de 10 a 11 anos. Em alguns estados, como Acre, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, a vacinação já está liberada para pessoas de até 14 anos.

O ministério explicou que a escolha da faixa etária inicial permite que mais municípios recebam as doses neste primeiro momento, diante do quantitativo limitado de vacinas disponibilizadas pelo laboratório fabricante, e também leva em consideração o maior índice de hospitalização por dengue dentro da faixa etária de 10 a 14 anos.

Publicidade

Dados alarmantes

Desde o início do ano, o Brasil registrou 1.289.897 casos prováveis de dengue e 329 mortes confirmadas pela doença. Outros 767 óbitos estão em investigação. O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostra que o país já contabiliza mais da metade do total de diagnósticos da doença identificados por estados e municípios ao longo de todo o ano de 2023, quando foram registrados 1.658.816 casos.

Por isso, a sociedade deve intensificar a vigilância e as ações para a prevenção dos casos a partir da eliminação dos focos do mosquito transmissor da dengue. “As ações coletivas e os cuidados individuais como a limpeza das vasilhas de água dos animais e vasos de plantas evitando o acúmulo de água, o armazenamento de pneus e garrafas em locais cobertos, limpeza das caixas d’água são as melhores de forma de prevenção. Cerca de 75% dos focos do mosquito estão dentro de casa”, diz a pasta.

Os principais sintomas relacionados à dengue são febre alta de início repentino, dor atrás dos olhos, mal estar, prostração e dores no corpo.

Continua depois da publicidade

*Com informações da Agência Brasil.