Conteúdo editorial apoiado por

Dengue deve ter pico de casos até maio: como as empresas de saúde da Bolsa são afetadas?

Planos de saúde, prestadoras de serviços de medicina diagnóstica e varejistas farmacêuticas estão entre as empresas que podem sentir os efeitos do surto da doença em seus números

Camille Bocanegra

Publicidade

Os períodos entre fevereiro e maio são normalmente o de maior incidência de dengue todos os anos, mas, neste início de 2024, os números têm sido acima das expectativas e ficado mais alarmantes. A forte alta de casos no Brasil motivou adoção de medidas de emergência e há temores de piora da situação, uma vez que o pico dos casos tende a ser entre o final de abril e início de maio.

Com mais casos, há expectativa também de afetar as companhias do setor de saúde, conforme aponta relatório do JPMorgan. Em relação aos resultados do primeiro semestre de 2024, o impacto parece mais limitado, em comparação com os números de 2015 e 2016, que apresentaram surtos de Dengue e Zika/Chikungunya. Os estados que apresentam maior número de casos são Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo.

Na visão do banco, para operadoras de planos de saúde, a expectativa é de impacto neutro a ligeiramente negativo. Em termos de hospitalização, a repercussão é historicamente baixa, considerando a menor complexidade da maioria dos casos. Assim, para nomes como Hapvida (HAPV3), o impacto deve ser pouco relevante, uma vez que trata-se de provedor de serviços vertical, que lida com casos internamente, e tem exposição mais limitada às regiões com alta taxa de incidência de casos. Já a exposição de SulAmérica/Rede D’Or (RDOR3) é maior nos estados com mais casos, o que pode significar mais custos em cuidados de emergência. Ainda assim, o JPMorgan destaca que não parece provável o aumento de taxa de sinistralidade em razão da baixa complexidade da doença, na maioria dos casos.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

As prestadores de serviços de laboratórios e diagnósticos, por sua vez, devem apresentar impacto neutro a ligeiramente positivo. Uma vez que a procura por pronto atendimento e exames pode aumentar, os volumes adicionais tanto em salas de emergência quanto por testes diagnósticos podem beneficiar os números das companhias. Dentre as companhias presentes na cobertura, estão Fleury (FLRY3), Mater Dei (MATD3) e Kora Saúde (KRSA3) com maior exposição às regiões mais afetadas.

Já para indústrias farmacêuticas e varejo de medicamentos, a expectativa é de impacto positivo. A maior busca por produtos como repelentes e antitérmicos pode beneficiar tanto farmacêuticas, como a Hypera (HYPE3), quanto redes de farmácias, como a RD (RADL3).

Para a Hypera, pode-se considerar um aumento de produtos de venda livre, sem prescrição (tipicamente pouco vendidos no primeiro trimestre, devido à sazonalidade). Repelentes, por sua vez, embora tradicionalmente procurados nessa época, devem ter aumento nas vendas. Nesse cenário, a RD apresenta-se como preferida para se beneficiar da procura mais alta, por apresentar maior participação no mercado e aumento de vendas, acima da inflação.