Trabalhadores da GM aprovam layoff em São José dos Campos; VW paralisa produção em fábricas

Medidas ocorrem em meio ao programa de descontos patrocinados do governo federal para estimular a venda de carros 'populares'

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Metalúrgicos da General Motors (GM) em São José dos Campos, no interior de São Paulo, aprovaram acordo do sindicato com a montadora para suspender um turno da fábrica, que produz a picape S10 e o utilitário esportivo TrailBlazer, por até dez meses.

A medida ocorre em meio aos descontos patrocinados do governo federal para estimular a venda de carros “populares”. A GM já recebeu R$ 20 milhões em créditos tributários, mas a medida não impediu a suspensão devido à queda nas vendas (o mesmo ocorre com a Volkswagen, em três fábricas diferentes).

Até 1,2 mil trabalhadores terão os contratos suspensos (layoff) enquanto o segundo turno estiver inativo. O sindicato da região diz que há um compromisso da empresa, durante o layoff, de preservar todos os empregos da fábrica — inclusive de quem não terá o contrato suspenso.

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A medida foi aprovada pelos trabalhadores na tarde de terça-feira (27), e a fábrica passará a funcionar em turno único a partir de segunda-feira, 3 de julho. O motivo alegado pela empresa é a queda nas vendas.

O sindicato chegou a propor a redução da jornada de trabalho sem corte de salário, como alternativa ao layoff, mas não foi atendido.

A montadora aceitou, no entanto complementar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) — que é de até R$ 2,23 mil — para que os trabalhadores recebam 100% do salário líquido.

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Também haverá um acréscimo de 8% como compensação ao não recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em virtude da suspensão dos contratos.

Volkswagen ajusta produção

A GM se soma à Volkswagen, que voltou a ajustar a produção, apesar dos descontos patrocinados pelo governo federal para estimular a venda de veículos. A montadora é inclusive a segunda que mais teve créditos tributários liberados até o momento (R$ 60 milhões), enquanto a GM recebeu R$ 20 milhões.

A VW parou completamente nesta semana a produção nas fábricas de Taubaté, no interior paulista, e de São José dos Pinhais, no Paraná — que já vinha desde o início do mês funcionando em apenas um turno.

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A unidade paranaense produz o utilitário esportivo T-Cross e a do interior paulista, o Novo Polo e o Polo Track (sucessor do Gol). Os dias parados nas duas unidades serão descontados do banco de horas dos funcionários.

A montadora também vai parar por dez dias, a partir de 10 de julho, a fábrica de São Bernardo do Campo, onde são produzidos o Novo Virtus, o Novo Polo, o Nivus e a picape Saveiro. Os operários dos dois turnos da planta no ABC paulista vão entrar em férias coletivas.

R$ 420 milhões em subsídio

A Volkswagen é a segunda montadora com mais dinheiro liberado pelo governo federal (R$ 60 milhões). A primeira disparada é a FCA Fiat Chrysler (que inclui a Jeep), com R$ 170 milhões liberados (40% de todos os créditos tributários concedidos). A Renault aparece em terceiro lugar (R$ 50 milhões).

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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já liberou R$ 420 milhões dos R$ 500 milhões disponíveis, segundo balanço atualizado na sexta-feira (23).

Peugeot/Citroën e Hyundai vêm empatadas na sequência (R$ 40 milhões cada uma), e a Nissan se igualou à General Motors – Chevrolet na sexta colocação (R$ 20 milhões cada uma). Na “lanterna” do programa estão as outras duas japonesas, Honda e Toyota (R$ 10 milhões cada uma).

(Com Estadão Conteúdo) 

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