Entenda as questões societárias entre fundadores e colaboradores

Entenda as questões societárias entre fundadores e colaboradores
Por  Cassio Spina
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Netropolitan.info

Dizem que o relacionamento entre sócio-fundadores e colaboradores pode ser mais complicado que um casamento. A convivência nem sempre é fácil. Os problemas surgem desde a escolha da pessoa certa, passa pela divisão de responsabilidades e lucros e chega ao momento de separação. Como lidar com isso tudo ? A seguir vamos analisar alguns pontos fundamentais para garantir o sucesso dessa parceria.

1. Como escolher a pessoa certa para ser um co-fundador de sua startup

A primeira coisa a fazer é definir “o que” e “quem” você precisa. Não adianta ter alguém ao seu lado que saiba fazer as mesmas coisas que você. É preciso que você e o seu sócio tenham objetivos comuns, mas habilidades complementares. Defina quais os seus pontos a desenvolver (as habilidades que te faltam, mas que são importantes para o negócio): na administração, na contabilidade, na parte tecnológica, no marketing? Busque por alguém que seja forte nessas áreas.

2. Onde encontrar esse sócio

O primeiro impulso é, geralmente, recorrer à sua rede pessoal. Mas será que fazer negócio com um amigo ou parente vai ser uma boa? O recomendável é que haja um nível de distanciamento, apesar de, mesmo com contratos, ser também considerada uma relação de confiança.

Ao contrário de uma empresa tradicional, startups passam por mudanças de forma muito rápida. Isso, por sua vez, gera um estresse elevado. Uma carga emocional ainda maior, como escolher familiares e amigos próximos para a empreitada, pode prejudicar a tomada de decisões. Escolha com cautela, pois o bom relacionamento é essencial. Existem várias redes sociais que fazem network entre profissionais de determinadas áreas. Faça seu cadastro e veja se encontra empreendedores com o perfil almejado, propósitos e valores semelhantes aos seus. Participe de eventos do setor (workshops, palestras, meetups) e, principalmente, peça indicações, avalie antigos colegas de trabalho. Onde você menos espera pode surgir um potencial sócio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

3. Estabeleça as regras desde o início

Direitos e deveres de cada parte devem ser estabelecidos logo no início da relação. Algumas cláusulas inseridas no contrato social podem ajudar a impor limites e direcionar as responsabilidades. O conceito de Vesting é um exemplo e significa conceder participação societária na startup após um determinado período de tempo, se respeitadas certas condições. Exemplo: as ações da empresa serão adquiridas no decorrer de 4 anos. Isso quer dizer que a totalidade das ações só será conquistada ao final desse período, desde que haja o cumprimento das obrigações. É comum também que se estabeleça 25% do acordado ao final dos primeiros 12 meses e 75% das ações parceladas mensalmente até completar o total do tempo previsto (que, geralmente, é destes 4 anos exemplificados).  

Outro conceito relevante para o estabelecimento de regras é o de Lock up, que impede a entrada de terceiros na empresa sem um acordo comum dos sócios, além do Non Compete, uma cláusula proibindo que o sócio ou funcionário se torne um concorrente da noite para o dia.

4. Definindo quotas de participação e salários

Todo risco deve ser compensado. O sócio que se dedica full time arrisca mais do que aquele que não abandonou o emprego. É justo que a discrepância seja equilibrada com um salário maior ou com maior participação nas quotas societárias.

Uma coisa é certa: se você almeja um salário próximo ao valor de mercado, vai ter que diminuir sua “fatia no bolo”. Para chegar a esses números (salários) ou porcentagem (participação), contudo, não existe uma fórmula exata. O cálculo é subjetivo e dependerá de fatores como o valor da empresa, o grau de comprometimento ou do tipo de sócio. Investidores-anjo, por exemplo, costumam esperar de 15% a 30% do investimento realizado no negócio. Colaboradores, por vezes, aceitam 10% quando não trabalham sobre a atividade fim da empresa. Tudo é uma questão de negociação: uma boa ideia x uma boa proposta, isto ajudará, inclusive, a atrair bons profissionais para compor o quadro de funcionários de sua startup engajados em vencer este desafio!

 

São vários os mecanismos para tornar esse relacionamento mais fácil. Não esqueça que o mais importante é a satisfação de todos os envolvidos!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E você, já utiliza destas questões societárias na relação com seus co-fundadores e colaboradores? Aproveite os comentários abaixo para esclarecer as suas dúvidas!


 

Se tiver alguma dúvida sobre este post, deixe um comentário que responderei o mais breve.

Compartilhe

Mais de Investimento anjo

Investimento anjo

Tipos de investimentos mais indicados para cada startup

Em primeiro lugar, você precisa entender quais são os investimentos possíveis para startups e como eles funcionam. Conhecer essa dinâmica ajudará tanto na hora de escolher o melhor investimento para o seu negócio, quanto no processo de construção da empresa, além de ser um facilitador e diferencial para a sua relação com o investidor.O investimento […]
Investimento anjo

Como elaborar um Pitch para Investidores

O Pitch é uma ferramenta utilizada pelos empreendedores para "vender" o projeto da sua empresa para potenciais investidores. Normalmente o tempo de apresentação é curto, e nele devem conter informações que sejam capazes de captar o interesse dos investidores, para uma apresentação mais detalhada e quem sabe um possível investimento.
Investimento anjo

As 7 características essenciais de um empreendedor

Você empreendedor já se perguntou o que os investidores anjo procuram em seu negócio? Uma ideia inovadora, atingir grande parte do mercado ou o uma taxa retorno surpreendente? Na verdade investidores anjo estão bem mais interessados em seu perfil qualitativo, ou seja, sua capacidade de execução, gestão e brilho no olho! Nesse artigo, apresentamos as características mais importantes do que se espera dos empreendedores.
Investimento anjo

Supere o medo de ter sua ideia roubada

O medo de ter sua ideia roubada por investidores ou empresas é algo comum entre muitos empreendedores. Nesse artigo queremos ajuda-los a entender que este medo está baseado em um mito. O medo de alguém roubar sua ideia pode fazer com que você perca a oportunidade de receber feedbacks que podem realmente melhorar seu produto.