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Nesta coluna, tenho defendido que a reforma da Previdência seria a chave para a retomada da confiança dos empresários, fundamental para reativar os investimentos e fazer o Brasil voltar a crescer. Enquanto não for afastado o risco real de colapso das contas públicas (calote na população), a classe empresarial continuará avessa ao risco, retendo investimentos e contratações de pessoal.
Embora a aprovação da reforma esteja como certa, ainda sobra um grau de incerteza, que será mitigado após a aprovação definitiva do texto no Senado, conforme argumentei no texto da semana anterior (aqui).
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De certa forma, a expectativa de aprovação da reforma já trouxe alguma melhora no setor real da economia. No último mês, foram criados 157.213 empregos formais – maior número desde setembro de 2013 – e a expectativa de de crescimento do PIB para 2020 está em 2,0%.
É claro que o objetivo principal da reforma não é a gerar crescimento econômico, mas melhorar as contas públicas e permitir a sustentabilidade do sistema para as próximas gerações. No entanto, é óbvio que, ao minimizar o rombo fiscal, a reforma da Previdência traz também uma melhora na atividade econômica do país.
Geralmente, quem se opõe a reforma da Previdência costuma dizer que a reforma trabalhista não trouxe geração de empregos e a população “comprou gato por lebre”. Quem argumenta dessa maneira comete dois erros: desconhece os dados e acredita que o mundo é estático, influenciado por apenas uma variável.
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Em primeiro lugar, após a aprovação da reforma trabalhista, o desemprego caiu, conforme gráfico abaixo. Portanto, é uma mentira dizer que o desemprego não caiu.
É claro que seria desonestidade intelectual argumentar que a redução do desemprego foi fruto exclusivamente da reforma trabalhista. Para poder afirmar isso, seria necessário encontrar a relação estatística entre reforma trabalhista e redução do desemprego, controlando por demais variáveis, como a atividade econômica, por exemplo.
No entanto, dizer que, com a reforma trabalhista, o desemprego aumentou, não se sustenta. Os dados provam o contrário: após a reforma trabalhista – coincidência ou não -, o desemprego diminui. Mas não dá para saber se essa redução decorreu dos efeitos da reforma no mercado de trabalho ou melhora na atividade econômica, ou ambos.
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O ponto é que enquanto a Nova Previdência não for aprovada, fica complicado medir os efeitos de outras reformas, diante de um clima muito grande de incerteza. Nesse sentido, como já argumentado em outro texto (aqui), é por isso que a Nova Previdência é a mãe de todas as reformas.
Por enquanto, só podemos afirmar que o desemprego caiu após a reforma trabalhista e que não existe nenhum motivo para ele aumentar após a aprovação, em definitivo, da Nova Previdência. Pelo contrário, o mercado de trabalho só tende a melhorar com a mitigação do risco de um calote fiscal e retomada da confiança na atividade econômica.
Alan Ghani é economista, PhD em Finanças e professor de pós-graduação.
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