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Não quero dinheiro, só quero amar.

O título da música de Tim Maia, gravada em 1971, um dos maiores sucessos de sua carreira, serve de inspiração para uma reflexão sobre a realidade financeira.
Por  Eli Borochovicius
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Ao questionarmos às pessoas se desejam ser ricas, a resposta positiva é imediata. Quem não quer ser rico? Mas ao perguntarmos o que significa riqueza, a reflexão eclode e geralmente titubeiam.

O dinheiro permite a aquisição de bens materiais e com eles, a vida fica mais confortável. Despreocupação com as contas do dia-a-dia é o que a grande maioria das pessoas deseja, mas ter dinheiro não necessariamente significa ter uma vida melhor e feliz.

A busca pela felicidade pressupõe uma série de outras variáveis e pode ser observada na Teoria da Hierarquia das Necessidades, popularmente conhecida por Pirâmide de Maslow. Ela propõe uma divisão hierárquica cuja base da pirâmide visa suprir as necessidades fisiológicas e segue etapas como estabilidade, relacionamento, estima e realização pessoal.

Considerando a teoria de Abraham Maslow, o dinheiro é capaz de auxiliar somente na escalada dos dois primeiros degraus, assim, é possível concluir que a realização pessoal, que está no topo da pirâmide, não pode ser garantida com recursos financeiros, ainda que eles ajudem a manter uma base forte. É preciso mais que riqueza para se alcançar a felicidade. Gozar de boa saúde, ter pais presentes, cônjuge fiel e participativo, filhos que apresentam bom comportamento e amigos sinceros são bons exemplos daquilo que pode nos trazer boas alegrias.

Diferentemente do que pensa muita gente, a educação financeira não tem por finalidade tornar as pessoas endinheiradas, mas sim, auxiliar na formação de uma base humana estável, permitindo que as pessoas possam satisfazer suas necessidades de relacionamento, autoestima, intelectualidade e moralidade e por fim, serem cidadãos capazes de compreender e transformar a realidade, atuando na superação das desigualdades sociais.

O dinheiro não traz o tempo perdido de volta, não suborna a ignorância, não transforma a inimizade em amizades verdadeiras e não seduz o amor sincero.

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Faz mais de 40 anos que Tim Maia nos ensinava com a música, ao dizer:

 

De jeito maneira

Não quero dinheiro

Eu quero amor sincero

Isto é que eu espero

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Grito ao mundo inteiro

Não quero dinheiro

Eu só quero amar.

 

Devemos investir em nossa felicidade e é de suma importância entender que cada indivíduo possui o seu sonho e ele deve ser respeitado. O dinheiro não é capaz de substituir relações afetivas, reconhecimento de nossas capacidades, prestígio, autonomia e independência intelectual.

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Talvez, quem tenha amor sincero, nem precise de dinheiro.

Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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