Isa Cteep (TRPL4) se consagra vencedora de 2º maior lote de leilão da Aneel; notícia é boa, mas pode limitar dividendos

ISA Cteep sagrou-se vencedora do Lote 1 do último leilão de transmissão, como esperado, após consórcio Gênesis ser inabilitado

Felipe Moreira

Linhas de transmissão de energia (Shutterstock)

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A Isa Cteep (TRPL4), companhia elétrica com foco no segmento de transmissão, informou ao mercado na noite de segunda-feira (28) que arrematou o lote 1 do primeiro bloco de leilões de transmissão deste ano, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 30 de junho de 2023, um movimento já esperado.

Vale lembrar que o vencedor deste lote no leilão, Consórcio Gênesis, foi inabilitado pela Aneel para assumir a concessão, tendo esta alegado que o consórcio não conseguiu apresentar as garantias solicitadas.

Assim, a Isa Cteep, detentora da segunda proposta com maior deságio, sagrou-se vencedora do Lote  com lance de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 284 milhões. O projeto está localizado nos estados da Bahia e Minas Gerais e conta com investimento Aneel de R$ 3,157 bilhões, tendo 3 subestações com capacidade de transformação de 3.177 MVA e construção de 1.093 km de linhas de transmissão.

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O lote 1 se soma aos 7 e 9, que também foram vencidos pela empresa no leilão.

Segundo a Genial, o volume de investimentos esperados (sem considerar nenhum tipo de eficiência em relação aos dados da Aneel) é de R$ 5,6 bilhões e uma RAP total de R$ 906 milhões – uma saudável relação RAP/Investimentos de 16%.

Para analistas, assumir o novo projeto deve ser positivo para a empresa, tendo em vista não apenas o tamanho dele como os termos esperados para o desenvolvimento do mesmo (margem Ebitda entre 90 e 95%, alavancagem 80 a 85%, antecipação de entrada operacional entre 12-24 meses, benefício fiscal Sudam-Sudene, etc).

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Como pontos de atenção para o case da Cteep, a Genial menciona a evolução da alavancagem da empresa (3 vezes e 4 vezes Dívida Líquida/Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, para 2025 e 2026, de acordo com a empresa).

Isso pode limitar a capacidade da empresa em pagar dividendos extraordinários, o que frustraria uma parcela dos investidores a despeito da qualidade dos termos dos projetos adquiridos e a sua respectiva geração de valor que deve ser capturada ao longo dos anos.

Olhando para o futuro, tendo em vista o seu expressivo pipeline de investimentos de quase R$ 6 bilhões, a empresa anunciou que não deve participar do próximo leilão de transmissão, que deve ocorrer em dezembro de 2024.

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A Guide, por sua vez, vê a notícia como positiva. Ao ser uma das companhias mais ativas desta primeira rodada de leilões de transmissão com as premissas feitas pela Cteep (possibilidade de antecipação média entre 12 e 24 meses do cronograma de entrega dos lotes em relação ao que foi estimado pela Aneel, uma margem Ebitda entre 90% e 95% e oportunidades de otimização de custo em relação ao capex também estimado pela Aneel), a taxa interna de retorno (TIR) do projeto pode surpreender positivamente.

O JPMorgan também avalia o anúncio como ligeiramente positivo, devido a uma TIR real de 8,0%. Uma vez que as ações companhia são negociadas a uma TIR implícita de 7,1%, o banco acredita que o bloco agregará valor para a empresa.

O JPMorgan mantém classificação underweight (exposição abaixo a média do mercado, equivalente à venda) para ações TRPL4, com preço-alvo de R$ 24,00. Já a Genial Investimentos reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28. Já o Bradesco BBI elevou o preço-alvo levemente, de R$ 24 para R$ 25, o que, na visão da casa, justifica manter a recomendação neutra, já que target representa uma queda de 1% em relação ao fechamento da véspera, de R$ 25,25.