ISA Cteep (TRPL4) sobe lucro em 148% no 4º tri; estuda impactos de clima extremo em transmissão

No acumulado de 2023, o resultado na última linha do balanço cresceu 107,3%, alcançando R$ 1,94 bilhão

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO (Reuters) – A transmissora de energia ISA Cteep (TRPL4) encerrou 2023 com forte alta do lucro líquido e vai focar na execução de seu plano de investimentos que destinará R$ 15 bilhões nos próximos anos para novas linhas e subestações e reforços e melhorias nas redes existentes, disseram executivos da companhia à Reuters.

A elétrica divulgou nesta terça-feira um lucro líquido de R$ 900,6 milhões para o último trimestre de 2023, 147,7% acima do registrado um ano antes, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 30,3%, para R$ 826,7 milhões.

No acumulado de 2023, o resultado na última linha do balanço cresceu 107,3%, alcançando R$ 1,94 bilhão, ao passo que o Ebitda avançou 26,9%, para 3,13 bilhões.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo a diretora financeira da companhia, Carisa Portela, o desempenho de 2023 foi impulsionado pela entrada em operação de novos projetos de transmissão, além dos efeitos de reajuste tarifário e do retorno das indenizações conhecidas pela sigla “RBSE”.

“Também maximizamos o pagamento de JCP (juros sobre capital próprio) e isso trouxe uma redução importante no imposto de renda da companhia, melhorando de forma significativa o lucro líquido… Pagamos R$ 1,45 bilhão de JCP, praticamente o dobro do ano anterior”, explicou a executiva.

Para 2024, a transmissora focará em avançar com o desenvolvimento de projetos conquistados nos últimos certames de transmissão de energia, que somam cerca de R$ 10 bilhões em investimentos nos próximos anos, enquanto executa reforços e melhorias em seus ativos já existentes, principalmente na rede do Estado de São Paulo, o que exigirá mais R$ 5 bilhões em aportes.

Continua depois da publicidade

“Garantir o avanço adequado dos nossos projetos ‘greenfield’ é uma prioridade. Ao mesmo tempo, vamos buscar trabalhar para que a empresa siga crescendo, sem perder a disciplina com alavancagem e sem deixar de lado a prática de pagamento de proventos”, ressaltou o diretor-executivo, Rui Chammas.

Sobre os dois leilões de transmissão previstos para 2024, ele afirmou que a companhia irá analisar oportunidades, mas que terá responsabilidade de não adquirir projetos que possam elevar sua alavancagem a ponto de colocar em risco o grau de investimento da empresa.

A ISA Cteep foi uma das principais ganhadoras dos certames realizados no ano passado, arrematando três grandes projetos, que deverão ser concluídos a partir de 2026. A alavancagem da companhia, medida pela dívida líquida sobre Ebitda, encerrou 2023 em 2,39 vezes.

Continua depois da publicidade

“Não vemos pressão (de alavancagem) para o ano de 2024… Começamos a ter forte investimento em 2026 e 2027, mas ainda para esse período esperamos ficar em 3,5 vezes e 4 vezes, o que não entendemos como um problema”, afirmou a diretora financeira.

ESTUDO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Chammas comentou que a ISA Cteep está realizando uma análise junto a uma empresa especializada em clima para verificar eventuais impactos, em sua rede de transmissão, das mudanças climáticas e eventos extremos no horizonte de 2030 a 2050.

Publicidade

“Vamos fazer agora o cruzamento disso com a nossa malha de ativos e vai perceber se, em algum caso, a gente tem esses eventos extremos que superam a carga de desenho desses ativos”.

Entre os potenciais problemas que as transmissoras poderão enfrentar no futuro, estão ventos com velocidades muito superiores às suportadas pelas torres de transmissão e alagamento de áreas onde subestações estão instaladas, exemplificou.

“Em cima disso, vamos fazer planos de potencial mitigação e discutir isso com o regulador. Isso tudo vai encontrar um terreno fértil”, disse Chammas, lembrando que a agência Aneel abriu recentemente uma tomada de subsídios para avaliar a necessidade de “intervenção regulatória” para garantir a resiliência das redes de distribuição e de transmissão diante dos eventos climáticos extremos.