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Por que investir no exterior? – parte 1

O primeiro passo para investir é saber em que investir. Excetuando-se os fundos passivos, sobre os quais falaremos com maior profundidade em outro post, é necessário conhecimento acerca do ativo em questão e muita análise por parte do investidor. É hora de o brasileiro começar a olhar os bons exemplos de fora e aplicá-los internamente. Enquanto isso, o investimento fora do país continua sendo uma excelente alternativa para alcançar maiores retornos, uma real diversificação e mitigação de riscos.
Por  Marcelo López
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O primeiro passo para investir é saber em que investir. Excetuando-se os fundos passivos, sobre os quais falaremos com maior profundidade em outro post, é necessário conhecimento acerca do ativo em questão e muita análise por parte do investidor.

A análise de empresas para investimento é uma tarefa árdua, requer tempo, muito estudo, algum ceticismo e, principalmente, uma curiosidade investigativa ou, como gosto de dizer, a busca pela verdade.

É assim em todos os lugares do mundo, seja Austrália, Japão, Reino Unido ou Estados Unidos. Como não podia deixar de ser, também é assim no Brasil, contudo, aqui o problema é um pouco maior. Além de todas as questões acima, o investidor aqui ainda deve ter uma perfeita análise política e interpretação dos fatos, para tentar, por exemplo, descobrir quem será o próximo presidente ou, até mesmo, governador de seu estado. Imaginem os acionistas de Cemig e Copasa – além de tentar entender o negócio e prever os fluxos de caixa, ainda têm que antecipar quem será o próximo governador, para saber qual taxa de desconto usar e quais cenários modelar.

O mesmo é verdade para os outros estados da União, fazendo com que o investimento aqui seja bem difícil de prever e, consequentemente, requeira uma maior taxa de desconto para computar as incertezas. Infelizmente, os planos no Brasil são feitos de 4 em 4 anos, o que limita a visibilidade dos retornos e acontecimentos. Como uma parte significativa das empresas estatais ainda comanda a economia em vários estados, eleições são sempre um período de maior estresse nos mercados.

Já que mencionei Cemig e Copasa, vou dar mais um exemplo em Minas Gerais. Durante o governo tucano no estado, fazia parte da política pública o desenvolvimento do vetor norte da capital, Belo Horizonte. Bilhões foram investidos em obras de melhoria das vias urbanas que ligam essa região ao centro e uma cidade administrativa foi construída para centralizar as atividades do executivo estadual. Juntamente com isso, outros bilhões foram investidos pela iniciativa privada para acompanhar a tendência, com a construção de condomínios, imóveis e galpões industriais. Na gestão seguinte, petista, o governador resolveu optar pelo oposto e, numa guinada de 180°, resolveu que o vetor sul deveria ser desenvolvido e até cogitou a venda da cidade administrativa. Sem querer de forma alguma entrar no mérito da questão, o que essa situação nos mostra é o quão míope é o investimento por aqui. Bastou a troca de governo para que a premissa que embasou uma série de decisões passadas seja repentinamente invalidada.

Esse problema existe com menor frequência no mundo desenvolvido e é um grande ponto a favor. Além de não termos que nos preocupar com as eleições da mesma maneira que no Brasil, os governos afetam muito menos a economia. Isso confere maior tranquilidade aos investidores, que, por isso, requerem taxas de retorno menores, fazendo com que os produtos e serviços fora do país sejam muito mais baratos.

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É hora de o brasileiro começar a olhar os bons exemplos de fora e aplicá-los internamente. Enquanto isso, o investimento fora do país continua sendo uma excelente alternativa para alcançar maiores retornos, uma real diversificação e mitigação de riscos.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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