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Efeito Bebianno: até que ponto a reforma está em risco? Kim Kataguiri, Carla Zambelli e Caio Copolla respondem

Confira neste artigo as opiniões de Kim Kataguiri (DEM), da deputada Carla Zambelli (PSL), de Caio Copolla (Jovem Pan) e a minha (Alan Ghani, InfoMoney) sobre o impacto da saída de Gustavo Bebianno na tramitação da reforma da previdência 
Por  Alan Ghani
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Inevitavelmente, a demissão de Gustavo Bebianno, ex-Ministro da Secretaria-Geral, trouxe a seguinte preocupação: até que ponto o desgaste da exoneração de Bebianno, pela forma que se deu, poderá trazer impactos na reforma da previdência? Diante desta incerteza, conversei com o deputado Kim Kataguiri (DEM), a deputada Carla Zambelli (PSL) e o comentarista político, Caio Copolla, do Morning Show da Jovem Pan (ao final, darei o meu pitaco também).

Para o deputado Kim Kataguiri, “aumentou o risco de não aprovação da reforma da previdência, na medida em que houve um desgaste do governo perante a opinião pública”. Segundo o deputado, “é difícil saber se a reforma não passará, pois tudo está ainda muito volátil, mas certamente o custo de aprovação da reforma junto ao Congresso aumentou”.

Caio Copolla concorda que o factoide poderá ser utilizado pelo legislativo para aumentar o custo político de aprovação da reforma. No entanto, pondera que, “em última análise, o povo não votou em Gustavo Bebianno, mas em um governo com uma agenda compromissada com a lei e com a ordem”. Para ele, “as intrigas palacianas são uma distração inoportuna para quem prometeu colocar o Brasil acima de tudo”.

Já a deputada federal Carla Zambelli acredita que o caso Bebianno não deverá atrapalhar o processo de aprovação da reforma. De acordo com ela, não há muita proximidade entre o ex-ministro e a base de deputados no legislativo a ponto de haver uma interferência.

Por fim, destaco que, embora o governo tenha sofrido ontem (20/02) uma derrota acachapante pela aprovação da Lei de Acesso, a reforma da previdência ainda deverá ser aprovada, mais pela pressão de setores da sociedade (empresários, investidores, imprensa e a própria população) sobre os deputados e senadores do que pela articulação política do governo.

Aliás, diante dessa falta de articulação política, o deputado Rodrigo Maia (DEM) tem se tornado a grande liderança pela aprovação da reforma da previdência junto à Câmara dos Deputados. Ironicamente, é a velha política entrando em campo para salvar um colapso econômico. Essa mesma velha política, que nos momentos mais delicados de nossa história econômica recente, aprovou o Plano Real (1995), o Proer (1995), A Lei de Responsabilidade Fiscal (2002) e uma serie de privatizações da década de 90. Que um dia possa também citar como exemplo a “aprovação da Reforma da Previdência (2019)”.

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Alan Ghani é Economista, PhD em Finanças e de pós graduação.‘

Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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