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JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup entregam resultados acima do esperado no 2º tri e veem economia dos EUA mais resiliente

Balanços trouxeram lucros e receitas acima das expectativas e "bancões" já esperam faturar mais com juros em 2023

Mitchel Diniz

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A temporada de resultados trimestrais das empresas nos Estados Unidos começou com números acima do esperado. Nesta sexta-feira (14), os balanços do JP Morgan (JPMC34), Citigroup (CTGP34) e Wells Fargo (WFCO34) superaram as projeções do mercado em termos de lucro e receita. Contudo, as ações dos “bancões” negociadas em Nova York reagiram de forma distinta aos resultados.

Os papéis do JP Morgan começaram o dia em alta de quase 2%, depois que o lucro do maior banco dos Estados Unidos cresceu em 67%, para US$ 14,5 bilhões (ou US$ 4,75 por ação), na comparação com o mesmo período do ano passado. O ritmo de crescimento foi ainda maior que o registrado no primeiro trimestre de 2023, surpreendendo analistas, que esperavam por um arrefecimento. As receitas da instituição financeira avançaram 34% em bases anuais, para US$ 42,4 bilhões.

O resultado do banco foi impulsionado por um salto de 44% nas receitas com juros, para US$ 21,9 bilhões. O número reflete o clico de aperto monetário nos Estados Unidos – os juros do país estão no maior patamar em 16 anos. As provisões do banco para empréstimos inadimplentes mais que dobraram em relação a um ano antes, para US$ 2,9 bilhões.

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À CNBC, Octavio Marenzi, CEO da consultoria Opimas, disse que os resultados foram impressionantes e mostraram força. “A parte de varejo foi particularmente forte, mas até mesmo o banco de investimentos, um negócio problemático no ano passado, começa a dar sinais de vida”.

Os números do JP Morgan vieram acompanhados de um discurso mais otimista do seu CEO, Jamie Dimon, que destacou a resiliência da economia americana. O banco, inclusive, revisou para cima as projeções de receita financeira para o ano de 2023 – de US$ 84 bilhões para US$ 87 bilhões.

“Acreditamos que é possível haver novas revisões de guidance para receitas financeiras se as fortes tendências de precificação de depósito que vimos no quarto trimestre se mantiverem na segunda metade do ano”, diz relatório do Goldman Sachs sobre o balanço.

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Os resultados do segundo trimestre também foram positivamente impactados pela incorporação do banco regional First Republic, que trouxe uma carteira de US$ 203 bilhões em empréstimos e US$ 92 bilhões para o JP Morgan.

O Wells Fargo também bateu as expectativas do mercado, tanto em lucro quanto em receita. E, assim como o JP Morgan, revisou para cima as previsões de desempenho para 2023. No segundo trimestre, o lucro líquido do banco cresceu 58%, para US$ 4,9 bilhões. O lucro por ação ficou em US$ 1,25, ante expectativa de US$ 1,16. As ações registram leve alta na Bolsa americana.

As receitas do banco no período totalizaram US$ 20,53 bilhões. Só a receita com juros foi de US$ 13,2 bilhões. Ainda que tenha ficado levemente abaixo da cifra do primeiro trimestre, a alta anual foi de 29%. Assim, o Wells Fargo revisou seu guidance de crescimento para a receita financeira em 2023, de 10% para 14%.

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“A economia dos Estados Unidos continua a ter um desempenho melhor do que muitos esperavam e, embora as incertezas de uma provável desaceleração permaneça, é bem possível que a gama de cenários diminua nos próximos trimestres ”, disse Charlie Scharf, CEO do banco, em um comunicado à imprensa.

As provisões do banco para perdas com empréstimos inadimplentes cresceram para US$ 1,7 bilhão, de US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre e US$ 580 milhões um ano atrás. A maior parte dos recursos, cerca de US$ 950 milhões, está reservado para potenciais perdas em empréstimos comerciais imobiliários.

Já o Citigroup registrou queda no lucro e nas receitas do segundo trimestre. Ainda assim, os números vieram melhores do que o esperado pelo mercado. O lucro líquido do banco recuou 36% em bases anuais, para US$ 2,9 bilhões. O lucro por ação ficou em US$ 1,33, enquanto analistas projetavam US$ 1,30.

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As receitas da instituição financeira, por sua vez, recuaram 1% na mesma base de comparação, para US$ 19,44 bilhões.

As receitas com clientes institucionais, que incluem banco de investimento e trading, caíram 9% para US$ 10,44 bilhões. Na parte de varejo e gestão, o faturamento cresceu 6%, para US$ 6,4 bilhões.

Por outro lado, o crescimento de 27% nas receitas com cartão de crédito ajudaram o banco a superar as estimativas de Wall Street. O Citigroup também elevou em 40% duas provisões para perdas com empréstimos, para US$ 1,8 bilhão.

O Citigroup elevou sua previsão de receita financeira com juros para 2023, de US$ 45 bilhões para US$ 46 bilhões. Os executivos do banco também destacaram a resiliência da economia americana. Ainda assim, as ações do banco operam em baixa na Bolsa de Nova York.

Os analistas do Goldman Sachs avaliam que a mudança no guidance do Citigroup é construtiva e implica em uma melhora no mix de receitas. “Acreditamos que os investidores vão ficar nas perspectivas para fluxos de depósito e precificação”.

Os próximos bancos a divulgar resultados trimestrais são Bank of America e Morgan Stanley, na próxima segunda-feira (18). Goldman Sachs revelará seus números na terça (19).

com agências internacionais

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados