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Conquistar a independência financeira aos 40 anos é possível

Movimento que começou nos Estados Unidos - na década de 1990 - sugere um estilo de vida mais simples e com hábitos de consumo saudáveis
Por  Eli Borochovicius -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O movimento “Aposente aos 40” nasceu a partir do livro “Your money or your life”, à venda no Brasil com o título “O dinheiro ou a vida” dos autores Vicki Robin e Joe Dominguez, publicado na década de 1990 nos Estados Unidos.

Joe chegou à conclusão que pessoas ricas não são mais felizes que as pobres, elas apenas têm mais dinheiro. A partir disso, se dedicou a economizar, investir e concentrar o seu tempo naquilo que considerava mais importante, tornando-se financeiramente independente aos 31 anos de idade.

A ideia básica da obra é transformar a relação que as pessoas têm com o dinheiro para conquistarem a independência financeira, desmitificando o conceito de riqueza.

É possível aprender a ter uma vida mais simples, com a criação de hábitos de consumo saudáveis, respeitar o meio-ambiente, servir à comunidade com desprendimento e viver de boas experiências, e não da aquisição de bens materiais.

Esse movimento ressurgiu com o nome FIRE (Financial Independence, Retire Early), em tradução livre, Independência Financeira, Aposentadoria Precoce.

A ideia central do movimento não é chegar aos 40 anos de idade para parar de trabalhar, mas sim ter dinheiro suficiente para não depender do trabalho para viver.

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De forma simplificada, resume-se em investir enquanto jovem para que os rendimentos provenientes das aplicações (renda passiva) sejam suficientes para pagar as despesas após os 40. Quanto mais simples for o estilo de vida, mais fácil fica para atingir os objetivos planejados.

O conceito do projeto FIRE é poupar até alcançar o status de 1/4 FIRE, com um patrimônio de 75 vezes o valor das despesas mensais e chegar a FIRE acumulando um capital equivalente a 300 vezes as despesas.

Para ser 1/4 FIRE, uma pessoa com salário líquido mensal de R$ 3.000,00 e que consiga guardar 10% desse valor (R$ 300,00), levaria 296 meses, ou quase 25 anos, para acumular um patrimônio de R$ 202.500,00 (75 x R$ 2.700,00) a uma taxa de 0,5% a.a..

Para se tornar FIRE, seriam necessários quase 45 anos, nas mesmas condições. No entanto, se conseguisse uma remuneração de 15% a.a., seriam necessários 25 anos. Portanto, não é uma tarefa impossível, mas que exige disciplina e investimento em renda variável, já que é pouco provável que a Renda Fixa pague 15% a.a. no longo prazo.

Se considerarmos que, à medida que o profissional evolui na carreira a tendência é o aumento nas receitas em proporção superior às despesas, se o hábito do estilo de vida simples se perpetuar, o tempo para se tornar FIRE pode ser reduzido ainda mais com aportes superiores à 10% o valor do salário.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Comunidade FIRE no Brasil, o perfil médio das pessoas que aderem ao movimento é de homens com 33 anos de idade, com casa própria e que investem no mercado de capitais, tendo como objetivo acumular um patrimônio de três milhões de reais.

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O movimento traz uma série de bons costumes com o uso do dinheiro. Sugere que você se questione: o que eu faria se não precisasse mais trabalhar pelo dinheiro? Além disso, reflete sobre os desejos e as necessidades, buscando a redução no consumo de bens materiais e na compra de supérfluos, criando o hábito de poupar para investir.

Vale destacar que Aposentadoria aos 40 é um movimento, não um método. São princípios para desfrutar de uma vida rica em experiências e de forma sustentável (financeira, social e ambiental).

Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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