IRB pode substituir CEO e contratar CFO da BB Seguridade, diz jornal

Werner Suffert deve assumir cargo de vice-presidente financeiro do IRB é cotado para ser CEO interino da empresa, com possível saída de José Carlos Cardoso

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO — Werner Suffert deve assumir o cargo de vice-presidente financeiro do IRB (IRBR3) e é cotado para ser o CEO interino da companhia, com a possível saída de José Carlos Cardoso, segundo o jornal Valor Econômico.

Suffert era membro do conselho de administração do IRB e pediu renúncia em 27 de fevereiro. Atualmente, ele é diretor de relações com investidores da BB Seguridade (BBSE3), e deve assumir o cargo de vice-presidente financeiro do IRB no lugar de Fernando Passos.

Ainda segundo a publicação, Antonio Cassio, atual CEO Americas do Grupo Generali, é cotado para a presidência do conselho do IRB. O executivo disse que não recebeu convite, por ora.

As ações do IRB chegaram a registrar forte baixa de mais de 40% apenas no pregão desta quarta-feira (4). Na mínima do dia, caíram 41,75%, a R$ 16,31, representando uma perda de R$ 10,9 bilhões de valor de mercado; a ação fechou em baixa de 31,96%, a R$ 19,05. Assim, a perda de valor de mercado foi menor, de R$ 8,37 bilhões.

A perda refletiu o imbróglio que envolve a Berkshire Hathaway, veículo de investimentos do lendário megainvestidor Warren Buffett.

Na noite da última terça-feira (3), a Berkshire emitiu comunicado negando possuir qualquer participação acionária na resseguradora. De acordo com a nota, a companhia de Buffett nunca foi acionista e nem tem intenção de comprar ações do IRB.

A nota foi enviada após uma notícia do dia 27 de fevereiro, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a Berkshire, que já seria acionista do IRB, teria triplicado sua posição na resseguradora.

Repercutindo a reportagem, naquela sessão, os papéis do IRB chegaram a disparar 9%, encerrando o pregão com ganhos de 6,66%.

A notícia foi bem recebida pelo mercado uma vez que a entrada de um veículo de investimento tradicional como a Berkshire na companhia poderia dar um sinal de confiança no case.

Isso seria particularmente importante após a forte queda das ações depois do caso Squadra, que tinha feito, até então, os papéis caírem quase 30% no mês de fevereiro. A alta daquela sessão, porém, não evitou a forte queda de 25,83% dos ativos no mês passado.

Em seu comunicado, a Berkshire foi categórica ao afirmar que não tem a intenção de investir na empresa: “Foram publicadas recentemente matérias na imprensa brasileira de que a Berkshire Hathaway é uma acionista do IBR Brasil Re. Essas matérias são incorretas. A Berkshire Hathaway não é acionista do IRB atualmente, nunca foi acionista do IRB e não tem a intenção de se tornar um acionista do IRB”.

Logo após a Berkshire publicar sua nota, o IRB enviou um comunicado em que afirma que verificou, em 27 de fevereiro, que a empresa de Buffett não era acionista detentora de mais de 5%, quando é necessária, pela lei, dar publicidade; a companhia apontou ainda que “nunca afirmou que tal grupo fosse seu acionista”.

Essa foi a grande questão que mexeu no mercado. Afinal, no dia anterior, o IRB havia realizado uma conferência com analistas de mercado, com a participação dos dois principais executivos da companhia: José Carlos Cardoso (CEO) e Fernando Passos (CFO), na qual eles teriam afirmado que o grupo de Buffett teria, sim, participação na companhia.

A confusão fez diversas casas de análise reduzirem suas recomendações para os papéis do IRB, como o Citi, cuja avaliação foi cortada para neutra. Outras casas retiraram os papéis da companhia de suas recomendações, com a Guide, que retirou a IRBR3 de sua carteira mensal top picks e de dividendos.

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