Ibovespa fecha acima dos 109 mil pontos pela primeira vez na história

Ações da Petrobras guiaram o avanço do índice no dia. O dólar também subiu com a falta de interesse estrangeiro no leilão do pré-sal

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou acima dos 109 mil pontos pela primeira vez na história nesta quinta-feira (7).

O índice foi puxado pelo bom desempenho das ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que refletiram análises mais positivas a respeito dos resultados dos leilões e a alta de 1% do petróleo no mercado internacional.

A alta do Ibovespa no dia foi de 1,13%, para 109.580 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 20 bilhões.

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Com o recorde de hoje, o índice deixou para trás o seu maior patamar histórico até então, que havia sido registrado na última terça-feira (5), aos 108.719 pontos.

No intraday, a Bolsa chegou a bater os 109.672 pontos, mas não sustentou esse patamar diante das notícias sobre a guerra comercial.

O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Larry Kudlow, afirmou que haverá concessões nas tarifas impostas contra os chineses se a fase 1 do acordo comercial sair do papel.

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No entanto, a Reuters noticiou que nenhuma decisão foi tomada ainda pelos americanos no sentido de recuar das tarifas impostas nos últimos meses.

O porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng, por sua vez, disse que Estados Unidos e China concordaram nas últimas duas semanas em cancelar as tarifas adicionais impostas durante sua guerra comercial.

A expectativa, segundo as agências internacionais, é de que a reunião entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, da China, Xi Jinping, para a assinatura do acordo comercial, seja adiada até dezembro.

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No câmbio, o dólar comercial subiu 0,287%, para R$ 4,093 na compra e R$ 4,0935 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro tinha alta de 0,48%, a R$ 4,103.

O principal driver do câmbio foi a sexta rodada dos leilões do pré-sal, que confirmou o desinteresse dos estrangeiros pelo petróleo brasileiro.

Dos cinco blocos ofertados hoje, Aram, Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava, apenas o de Aram foi arrematado, por um consórcio formado por 80% da Petrobras e 20% da chinesa CNODC.

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As expectativas de que houvesse mais interesse no leilão de petróleo foram frustradas e o cenário foi bem parecido com o de ontem.

Na véspera, somente as áreas de Búzios e Itapu foram arrematadas no megaleilão da cessão onerosa, sendo que Búzios teve 90% de participação da Petrobras e apenas 10% das chinesas CNODC e CNOOC.

As áreas de Atapu e Sépia não receberam nenhuma oferta. O governo, que esperava levantar R$ 106,5 bilhões, conseguiu “apenas” R$ 70 bilhões.

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Os investidores também estavam de olho hoje na agenda econômica. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 0,1% em outubro, ante a expectativa mediana do consenso Bloomberg de avanço de 0,07%.

Esse é o menor resultado para um mês de outubro desde 1998, quando o IPCA ficou em 0,02%. No acumulado do ano, o índice registrou 2,60% e, na ótica dos últimos doze meses, o índice ficou em 2,54%, abaixo dos 2,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 teve alta de 1,34 ponto-base a 4,55% e o DI para janeiro de 2023 teve ganho de 1,81 ponto-base a 5,64%.

Noticiário Corporativo

A agenda de resultados segue pautando o humor de analistas e investidores. Hoje, houve a divulgação dos balanços de Banco do Brasil (BBAS3) e Azul (AZUL4).

O Banco do Brasil teve lucro líquido contábil de R$ 4,256 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 34% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o lucro ajustado foi de R$ 4,543 bilhões, montante 33,5% superior.

Veja mais: Lucro do Banco do Brasil sobe 33,5% e atinge R$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre

O resultado do BB no terceiro trimestre foi impulsionado, conforme informa em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, por maiores margens financeiras e ainda redução de imposto de renda e contribuição social. Maiores receitas com tarifas e despesas sob controle também beneficiaram o desempenho do banco neste período.

Já a Azul registrou prejuízo de R$ 438,0 milhões no terceiro trimestre deste ano, elevando as perdas frente ao prejuízo de R$ 47,8 milhões de um ano antes. A empresa informou ainda o resultado líquido excluindo o impacto não-caixa da variação cambial totalizou, que, neste caso, apontou para uma alta de 56,7% no lucro, para R$ 441,4 milhões.

O Ebitda somou de R$ 935,8 milhões, cifra 24,4% maior, representando uma margem de 30,9% (-0,3 p.p.). O Ebit subiu 31,4%, para R$ 559,3 milhões, com margem de 18,5% (+0,8p.p.). Já a receita subiu 25,5%, para R$ 3,030 bilhões.

Após o fechamento saem B3 (B3SA3), Sul América (SULA11), Iguatemi (IGTA3), Cyrela (CYRE3), Gafisa (GFSA3), Tecnisa (TCSA3), Tenda (TEND3), Marisa (AMAR3), Burger King (BKBR3), CVC (CVCB3), Energisa (ENGI11), JSL (JSLG3) e Triunfo (TPIS3).

Entre outros balanços, o Carrefour Brasil (CRFB3) lucrou R$ 430 milhões no período, alta de 21,1%, enquanto a Ultrapar (UGPA3) teve lucro ajustado de R$ 307 milhões, queda ante os R$ 323,2 milhões de um ano antes. O IRB Brasil Re (IRBR3), por sua vez, teve um lucro líquido de R$ 392,5 milhões no período, resultado 28,9% maior do que o obtido no mesmo período de 2018.

O lucro da Totvs (TOTS3) subiu 2,4 vezes, a R$ 87,2 milhões, enquanto a receita cresceu 7,5%, para R$ 575,2 milhões. A Intermedica (GNDI3) teve lucro líquido ajustado de R$ 155,7 milhões, a Guararapes lucrou  R$ 67,9 milhões e a Wiz (WIZS3) teve lucro de R$ 62,3 milhões.

A Petrobras, por sua vez, vendeu a Liquigás por R$ 3,7 bilhões, segundo a coluna de Lauro Jardim, do Globo. De acordo com a publicação, a estatal teria recebido três ofertas pela Liquigás, mas quem levou a empresa foi o consórcio Copagaz/Itaúsa. A Liquigás é uma distribuidora de gás liquefeito de petróleo. Além do gás para uso doméstico, ela fornece produtos e serviços para diversos setores da indústria, comércio e agricultura.

Por fim, a JBS (JBSS3) anunciou na noite de ontem a aquisição, por meio de sua controlada Seara Alimentos, a compra do Frigorífico Marba. O valor da aquisição não foi divulgado. Segundo a empresa, essa aquisição está em linha com a estratégia da companhia de ampliar a participação de produtos de maior valor agregado e de marcas em seu portfólio.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado, Agência STF e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.