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Bull Market em Urânio

Estamos vivendo um momento único, em que o preço da commodity está 60-70% abaixo do valor de break-even das mineradoras, sendo que a demanda está crescendo e a oferta está diminuindo. Como a maioria dos contratos vence nos próximos 3 anos, duvido que as mineradoras aceitem refazê-los nesses níveis e, como as usinas são pouco sensíveis a preço, as chances de uma alta brusca no preço é considerável.  É o típico caso de risco x retorno que buscamos. A hora de entrar é agora, enquanto ninguém está prestando atenção.
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Preço é o que se paga e valor é o que se recebe. A relação preço x valor é, na minha opinião, a mais importante para se atingir o sucesso financeiro. Comprar uma parte de uma empresa por um preço abaixo do seu valor e fazer isso constantemente é uma excelente maneira de se atingir melhores retornos.

Estamos entrando no nono ano da dita recuperação das economias desenvolvidas, após a grande crise financeira de 2008. São 9 anos de bolsas subindo e o trabalho de encontrar bons ativos a preços abaixo do seu valor justo está ficando cada vez mais difícil.

Agora, quando os ventos estão a favor, é exatamente a hora de se preparar para uma crise. Os ciclos da economia vêm e vão e sabemos que depois da tempestade vem a bonança – seguida pela tempestade novamente. Quando o otimismo impera e o assunto é TINA (there is no alternative), é sinal de que estão todos indo para o mesmo lado do barco. E, quando estão todos do mesmo lado, o barco tende a virar.

Isso não significa que eu ache que haverá um crash em breve nos mercados nem que o mundo vai acabar. Isso só significa que estou cumprindo meu papel de gestor e buscando uma melhor relação risco x retorno para os clientes.

Poucas coisas duram para sempre e esse bull market certamente não é uma delas. Altas concentrações em ativos de risco em um momento em que as bolsas estão perto das máximas, após 9 anos de bull market e trilhões de dólares impressos pelos bancos centrais no mundo inteiro (e que agora começam a subir os juros) não me parece uma boa relação risco x retorno.

A máxima de não deixar todos os ovos em uma só cesta é muito válida. Estamos no século XXI e não há razões para se ter conta somente no banco da esquina. Vale a pena expandir os horizontes e olhar para outros países. Deter a totalidade do patrimônio (imóveis, empresas, ações, etc) em um só país pode ser bem arriscado.

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Existem ainda boas opções de investimento fora do Brasil a preços interessantes. Gosto do setor de commodities e, dentro dele, particularmente do de urânio, que já mencionei em outro post, mas que vale a pena recapitular.

Algumas empresas já divulgaram os resultados esse ano e, mais uma vez, houve prejuízo. O preço do urânio, que encontrou seu nadir no ano passado, vem subindo devagarinho, sem chamar a atenção.

A Cameco, segunda maior produtora de urânio do mundo, fechou 2 minas esse ano e está comprando a produção para honrar seus contratos no mercado spot. Então, de repente, ao invés de haver maior produção de urânio, haverá menor produção e maior competição para a compra no mercado à vista.

A Kazatomprom, maior produtora do setor, está seguindo a mesma lógica e diminuindo a produção e ativamente participando de compras no mercado à vista.

Estamos vivendo um momento único, em que o preço da commodity está 60-70% abaixo do valor de break-even das mineradoras, sendo que a demanda está crescendo e a oferta está diminuindo. Como a maioria dos contratos vence nos próximos 3 anos, duvido que as mineradoras aceitem refazê-los nesses níveis e, como as usinas são pouco sensíveis a preço, as chances de uma alta brusca no preço é considerável.  É o típico caso de risco x retorno que buscamos. A hora de entrar é agora, enquanto ninguém está prestando atenção.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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