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SÃO PAULO – A dois dias da posse da nova presidenta, Dilma Roussef, senadores ainda divergem sobre as políticas relacionadas à reforma da Previdência.
O senador Paulo Paim (PT-RS), por exemplo, entende que existem debates incoerentes a respeito da questão previdenciária e da questão trabalhista.
“Já virou clichê todo presidente assumir com promessa de reformas no sistema previdenciário e trabalhista. Quando se fala nessas reformas, o que quase sempre se quer é retirar direitos dos trabalhadores. Eu espero que a presidente Dilma não faça isso”, afirma o senador.
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Para o político, o brasileiro é o povo que mais paga para a Previdência Social. Ele descreve que, ao longo das décadas, houve uso indevido dos recursos, com desvios para financiar despesas de outras áreas. Mesmo assim, ele contesta que a Previdência seja deficitária.
Conforme informações da Agência Senado, o senador destaca que a tese do deficit vem sendo sustentada com cálculos que deixam de levar em conta contribuições sociais instituídas para financiar despesas da seguridade social.
Cobertura
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que assumirá o Ministério da Previdência na equipe de Dilma, compactua dos fundamentos sobre o deficit. O motivo, segundo ele, é de que, ao longo dos anos, foram concedidos benefícios sem a correspondente cobertura.
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No entendimento do senador Edison Lobão (PMDB-MA), que irá assumir a pasta de Minas e Energia, o “buraco” nas contas da Previdência está chegando perto de R$ 40 bilhões.
Contrária as opiniões dos colegas, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), afirma que o vácuo deve ser creditado ao resultado de uma política de inclusão conduzida na área da Previdência para garantir a aposentadoria do trabalhador rural.
“Não podemos exigir que os trabalhadores cubram, com os recursos da sua previdência, políticas que devem ser sustentadas com recursos do Tesouro”, avalia Ideli.