“Psicopata”, “canalha”, “ladrão de banco”, “PT Kids”: Boulos e Marçal trocam ofensas

Confronto direto entre os candidatos Guilherme Boulos, do PSOL, e Pablo Marçal, do PRTB, foi o momento mais tenso do debate desta quarta-feira (14). Eles trocaram ofensas, provocações e acusações

Fábio Matos Marcos Mortari

Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) trocaram ofensas em debate (Foto: Reprodução/YouTube)
Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) trocaram ofensas em debate (Foto: Reprodução/YouTube)

Publicidade

O confronto entre os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos, e do PRTB, Pablo Marçal, quase terminou em agressão física, nesta quarta-feira (14), durante o debate promovido pelo portal Terra, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo.

Foi o segundo encontro entre os postulantes à prefeitura de São Paulo (SP). O debate ocorre na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), na capital paulista.

No momento mais tenso do encontro, Boulos disse que Marçal não deveria estar participando do debate. O deputado federal mencionou investigações das quais o empresário foi alvo, inclusive com uma condenação.

Continua depois da publicidade

“Você não deveria nem estar aqui. No último debate, você diria que deixaria sua candidatura se eu mostrasse sua condenação como ladrão de banco. Eu mostrei, está na rede social, mas você mostrou mais uma vez que não tem palavra”, disparou Boulos.

Em 2010, Marçal foi apontado como suposto participante de um grupo que teria desviado dinheiro de bancos em meados de 2005 – na época, ele tinha 18 anos.

O grupo criava sites falsos de instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e mandava e-mails acusando pessoas, falsamente, de inadimplência. Os criminosos roubavam dados e informações das vítimas e, ainda, “infectavam” computadores e dispositivos digitais com programas conhecidos como “cavalos de Troia”.

Continua depois da publicidade

Marçal reconheceu que chegou a colaborar com o grupo, mas sempre garantiu não ter conhecimento de qualquer ilegalidade praticada. Ele foi condenado, mas teve a pena extinta em 2018, por prescrição retroativa.

“Você está me confundindo com o quadrilheiro chamado Luiz Inácio Lula da Silva e as pessoas que você tanto apoia, como José Genoino, José Dirceu… Você é o PT Kids na prefeitura de São Paulo”, rebateu Marçal.

Leia também:

Continua depois da publicidade

“Não tem condenação. Isso foi prescrito. Eu trabalhei para um cara consertando computadores, já falei isso há anos”, prosseguiu o candidato do PRTB. “Por que você não pediu sua música no Fantástico, já que você foi preso 3 vezes?”, provocou Marçal.

Boulos rebateu. “Você é um mentiroso compulsivo. É viciado em mentir, é impressionante. Você vem para o debate para tumultuar. Você é o Padre Kelmon dessa eleição. Você é uma caricatura”, disse o candidato do PSOL, comparando Marçal ao candidato do PTB nas eleições presidenciais de 2022.

“Eu sou o Padre Kelmon e vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho. Nunca trabalhou, é um vagabundo desta nação”, rebateu Marçal.

Continua depois da publicidade

O candidato do PRTB, então, voltou a fazer ilações e insinuou, sem provas, que Boulos seria usuário de drogas. “Eu vou mostrar que você é o maior aspirador de pó da cidade de São Paulo”, atacou.

“É indignante. Esse sujeito não tem limite”, disparou Boulos. “O cara vem aqui, inventa uma mentira no debate sobre droga, vai lá e fala do pai da Tabata em outra ocasião. Não tem limite ético e moral, é uma pessoa rebaixada. Às vezes, fico em dúvida se você é mau caráter ou um psicopata”, completou o deputado. “Você é um mentiroso, canalha, alguém que não vale nada.”

Continuando as ofensas, Marçal, então, disse: “Isso aqui [Boulos] é a escória da esquerda. A esquerda já não presta, você imagina a escória da esquerda”.

Continua depois da publicidade

Após o fim desse embate direto entre os dois candidatos, Marçal e Boulos deixaram o palco e voltaram a seus lugares. O candidato do PRTB mostrou uma carteira de trabalho para o rival do PSOL, e Boulos se irritou e tentou pegar o documento. Os dois candidatos trocaram ofensas e provocações e quase partiram para as vias de fato, o que não ocorreu – foram separados a tempo. A mediadora, Roseann Kennedy, pediu calma a ambos e solicitou ajuda da produção.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”