Pressão governista sobre a base motivou PL a pedir urgência no projeto de anistia

Líder do PL da Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) preferiu se antecipar a possíveis desistências de quem já havia assinado o pedido

Marina Mota

Sóstenes Cavalcante (Foto: Câmara dos Deputados)
Sóstenes Cavalcante (Foto: Câmara dos Deputados)

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O líder do PL da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), apresentou nesta tarde o requerimento de urgência para o projeto da anistia com 264 assinaturas, contando, inclusive, com apoio de deputados da base do governo. O número é superior às 257 assinaturas necessárias para o requerimento.

Segundo o líder bolsonarista, a mudança de estratégia se deu em função das notícias recebidas de que o governo estaria pressionando os deputados da base. A deputada Helena Lima (MDB-RR) retirou a assinatura e os aliados de Bolsonaro se anteciparam a outras possíveis desistências. Antes, o líder esperava reunir mais assinaturas para dar entrada no requerimento.



De acordo com Sóstenes, o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro não interferiu nas negociações. “Ele já cumpriu a missão. Inclusive, a última mensagem dele antes da cirurgia foi sobre a anistia”, informou.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que vinha negociando com governistas e bolsonaristas uma saída para o impasse está fora de Brasília e dos trabalhos da Casa, durante toda esta semana.

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Mais cedo, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, fez um apelo por meio de uma rede social. “Esse PL (projeto de lei) não é para pacificar o país, é para continuar o golpe porque o ataque às instituições continua de forma muito violenta. O deputado que assina esse PL está depredando simbolicamente o Supremo e todas as instituições”, afirmou.

Segundo o líder do PT, “esse projeto é nitidamente inconstitucional. Vamos entrar numa aventura como essas por nada, porque esse projeto não terá qualquer validade. Os senhores querem mesmo colocar o Poder Legislativo numa situação como essa, numa crise?”, questionou Farias.