Ministério da Educação, Saúde e Povos Indígenas escapam de bloqueio orçamentário

Obstrução foi anunciada na semana passada, diante da percepção de que as despesas obrigatórias superarão montante originalmente definido como limite pela aplicação das regras do novo arcabouço fiscal

Equipe InfoMoney

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O Governo Federal informou que os Ministérios da Educação e Saúde, assim como pastas com menos recursos, como Mulheres, Igualdade Racial, Povos Indígenas e Direitos Humanos e Cidadania ficarão de fora do bloqueio de despesas orçamentárias de R$ 2,9 bilhões, anunciado na semana passada. O detalhamento foi divulgado na última quinta-feira (28) por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU).

O bloqueio de R$ 2,9 bilhões foi anunciado em meio à percepção da equipe econômica de que as despesas obrigatórias (ou seja, aquelas em que o gestor público não tem poder de decisão alocativa, como previdência social) superarão o montante originalmente definido como limite pela aplicação das regras do novo arcabouço fiscal e sinalizado na Lei Orçamentária Anual (LOA), de R$ 2,089 trilhões.

Pela nova regra fiscal, as despesas de um ano devem corresponder a 70% do crescimento real das receitas no exercício anterior, respeitando uma banda de 0,6% a 2,5% de evolução de gastos acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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Como a equipe econômica identificou o crescimento acima do esperado para as despesas obrigatórias no primeiro bimestre, foi feita uma nova estimativa para o comportamento delas para o restante do ano, atendendo o determinação das regras fiscais em vigor.

Desta forma, para não estourar o limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal, é necessário aplicar um bloqueio equivalente nas chamadas despesas discricionárias (que dão mais poder de alocação ao gestor público, como investimentos em obras e políticas públicas).

O bloqueio de R$ 2,9 bilhões corresponde a 0,14% do limite total de despesas (R$ 2,0898 trilhões) estabelecido para o ano e a 1,42% de todas as despesas discricionárias do Poder Executivo previstas na LOA (R$ 204,6 bilhões).